Os textos que foram produzidos durante e na sequência do atelier que organizei no passado dia 17 de Junho de 2011, na Casa da Escrita em Coimbra, estão a ser reunidos neste blogue dedicado ao evento.
Num dos exercícios, e após uma mui interessante conversa com o Professor Rui Ferreira Marques, deixei o bolígrafo romper o estilo usual. O resultado é na forma de poema que a seguir se apresentam e que já foi validado (cientificamente) pelo já citado Doutor Rui Marques.
átomo ao espelho
Vejo-te.
Porque os meus olhos são sensíveis à luz que emites,
Ao fotão que lançaste ao vazio que nos separa.
Não consigo tocar-te.
Não há força que o permita!
Contudo, és exclusão permitida!
Algo expresso no Princípio de Pauli o descreve.
Disse-mo um Físico, de forma breve.
Impressiono, em vão, a imagem que tenho de ti,
Um reflexo fotónico na interface feita de átomos, talvez de prata.
Simetricamente no espaço e no tempo mimicas o que faço.
A minha vontade e a tua, coincidem
Numa incerteza intangível,
Numa vertigem aniquilável.
És a minha antimatéria visível?
És a minha sensação electrostática repulsiva?
És no instante em que te provoco o meu spin oposto?
Ou sou eu a tua matéria no reverso do universo?
És deste universo?
Vejo-te. Mas se te toco, aniquilo-me!
Quem verá, depois do nosso nada, a nossa luz?
António Piedade
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3 comentários:
Que falta faz o violino!... JCN
Que linda prosa dava este poema!... JCN
De bom tamanho já reconhecido como poema est!
Pois ainda há quem não faça dinstinção entre louro e ouro, sendo que propriamente, uma farda possa as duas coisas conter.
Aliás, bem haja que digam-se, intrínsecas.
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