concepção artística do primeiro planeta extragaláctico descoberto
Para além do extraordinário da descoberta, esta novo planeta (denominado HIP 13044b), temos desde já dois interessantes enigmas:
1. Trata-se de um planeta que conseguiu escapar à fase de gigante vermelha da estrela que orbita (como?)
e 2. essa mesma estrela apresenta uma quantidade de elementos mais pesados que o hélio e hidrogénio é muitíssimo reduzida, contrariando as teorias contemporâneas sobre a formação e evolução estelar...
1. Trata-se de um planeta que conseguiu escapar à fase de gigante vermelha da estrela que orbita (como?)
e 2. essa mesma estrela apresenta uma quantidade de elementos mais pesados que o hélio e hidrogénio é muitíssimo reduzida, contrariando as teorias contemporâneas sobre a formação e evolução estelar...
Mais informações (e em português) no sempre mui competente Astro-PT.
4 comentários:
Miguel, quanto aos enigmas que referes, deixa-me só fazer uns pequenos esclarecimentos:
1 - Aqui não há mistério nenhum. Há já algum tempo que se sabe que os planetas podem migrar as suas órbitas. No paper tens mesmo as afirmações:
"It is also possible that the planet's orbit decayed through tidal interaction with the stellar envelope.[...] The same could be achieved by interaction with a third body in the system."
2 - A metalicidade desta estrela realmente contraria as actuais teorias de formação planetária (e não estelar) dos chamados "Júpiteres Quentes". Mas isto pode ser uma falsa questão.
A busca de exoplanetas em estrelas fora da sequência principal é praticamente nula, e as teorias de formação de "Júpiteres Quentes" são baseadas em estrelas da Sequência Principal.
Por isso, quase não há dados relativos a planetas à volta de gigantes vermelhas (caso desta). E não havendo dados, não há maneira de prever comportamentos.
Dizer que este planeta não encaixa nas teorias actuais é o mesmo que dizer que o comportamento de um Renault Laguna não encaixa no comportamento observado em várias centenas de Clios. :)
Aplaudo com entusiasmo o diálogo cósmico que se avizinha neste espaço de conhecimento.
Cumprimentos.
António Piedade
Já agora, o paper está disponível (para quem tiver acesso à Science online), em:
http://www.sciencemag.org/content/early/2010/11/17/science.1193342.abstract?sid=848bb586-e1ff-477c-8e1a-8960d2d8eecb
Ricardo, eu limitei-me a apresentar as questões que foram apresentadas no próprio site do Max Planck Institute for Astronomy; no primeiro caso, sim, a migração das órbitas é algo conhecido mas ainda apenas uma hipótese: "Setiawan and his colleagues hypothesize that HIP 13044 b's current close orbit – its present average distance to its host star amounts to a mere 12 per cent of the distance between the Sun and the Earth, with an orbital period of only 16.2 days – was initially much larger, and that the planet migrated inwards during the star's Red Giant phase.".
Quanto ao 2º caso, sim, é ao nível da formação planetária: "One final puzzle is that the new planet's host star HIP 13044 appears to contain very few elements heavier than hydrogen and helium (in technical terms, it is "extremely metal-poor") – fewer than any other star with planets. "It is a puzzle for the widely accepted model of planet formation how such a star, which contains hardly any heavy elements at all, could have formed a planet," adds Setiawan."
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