Há uns anos foi notícia a concretização de um desejo de muitos e de preocupação de tantos outros: a supervigilância electrónica com fins de policiamento de rua (ver aqui), a sua função era captar dados para informação e actuação das autoridades. As razões apresentadas eram, como sempre, nobres: garantir a segurança dos cidadãos, através do combate ao crime, ao mau comportamento, a qualquer desvio humano. Ainda assim, no contexto em que as máquinas foram colocadas - São Francisco, nos Estados Unidos da América - os novos "polícias" desencadearam queixas junto da autarquia, mas daí não resultou a sua proibição, apenas a restrição a espaços privados.
A investigação continuou, evidentemente, a sua marcha e o que se tem seguido é o que leitor já saberá: a supervigilância electrónica armada e dotada de "inteligência artificial": robots e drones associados para garantir a "segurança pública" (ver, por exemplo, aqui): Sim, não estou a falar de contextos de guerra...
Máquinas com super-poderes, em forma de carro, de cão, de humanoide, de carro-humanoide... que executam ordens, mas que também podem tomar "decisões autónomas", sempre "ao serviço das pessoas nunca como uma ameaça para os nossos cidadãos", como justificou um construtor.
Estão em vários países e são o futuro, foi o que li em diversos sites online. Chegarão, por certo, à Europa. Talvez sejam anunciados em Lisboa, na próxima web summit, que já tem data marcada, por um ministro e um autarca eufóricos.
Como defender os direitos civis, fundados em valores que custaram a vida a tanta gente, como a liberdade e a justiça, num mundo deslumbrado, hipnotizado por máquinas que os ameaçam? Quer dizer, por máquinas que, é bom não esquecer, são delineadas, programadas e operadas por humanos... Afinal, é sempre o humano... vezes demais contra si próprio.
A resposta que vejo mais viável, ainda que estando longe de oferecer garantias, é o da educação escolar. Num momento crítico da humanidade, é ela que, tal como noutros momentos congéneres, pode abrir a mente, ou algumas mentes, para se ver o que sem ela não se vê ou não se quer ver.
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