"Chama-se liberdade de imprensa o direito exclusivo que têm certos potentados ou certos malfeitores, graças à sua fortuna ou às suas chantagens, de influir na opinião do país. O problema não está, evidentemente, em impedir a liberdade desses homens, mas em pôr a imprensa ao alcance de todos, de maneira que os argentários não continuem a possuir o monopólio da opinião" (in "Seara Nova", 1928).
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4 comentários:
Que sugestões Raul Proença daria sobre o que fazemos com a Internet ?
Essa pergunta pode ser um bom guia.
Abraços,
Aldrin Iglésias
Brasil
Como é sabido, a Internet é um mundo novo e diferente dos media de tempos passados.
Obviamente, este facto não me permite saber as sugestões de Raul Proença, cidadão do século XIX, sobre o uso que damos, nos dias de hoje, à Internet, mormente sobre a liberdade de expressão numa forma de escrita saída do teclado do computador que, num simples estalar de dedos, atravessa fronteiras geográficas de um globo que nos serve de morada.
Mas posso adiantar que na Internet há sempre a possibilidade de serem publicados textos, quer sob a forma de comentários (por vezes, com o saudável impedimento de utilizarem insultos gratuitos ou linguagem menos própria, vulgo palavrões), quer através da criação de um blogue próprio.
Anos atrás, eu próprio fui vítima da proibição do usufruto da liberdade de expressão por me ter sido vedada a publicação de uma resposta a um artigo que me foi dirigido, e que eu entendi ser merecedor do direito ao contraditório.
Assumi esta situação como injusta, o que me levou a publicar, a expensas minhas, um livro em nome do sagrado direito à liberdade de expressão . Da página inicial desse livro constava, também, a transcrição que aqui reproduzo da autoria de Raul Proença. Se fosse hoje outro galo cantaria em abono da minha bolsa.
Agradeço o seu comentário, retribuindo os abraços que me chegam do outro lado do Atlântico.
Raul Proença seria um bloguista. Sem dúvida que a sua marca de panfletário nos primórdios do séc XX, com crónicas nos mais variados jornais da província e não só(Heraldo, Semana Alcobacense, A Águia) onde a controvérsia e a defesa da liberdade, no mais alto poder da racionalidade, lhe dariam razões mais do que suficientes para ser um excelente bloguista. O que certamente o faria chorar seria a insensatez, a falta de ética e a irracionalidade que, por vezes, a net possui.
Caro António Daniel:
Obrigado pelo comentário e pela rectificação.
Na verdade, no meu comentário (4.ª linha, 2.º §) há um lapso ao escrever "cidadão do século XIX", em vez de "cidadão nascido no século XIX", porquanto a sua vida atravessou dois séculos.
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