quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Olhar o Longe. Olhar o Antes


Informação recebida da companhia de teatro Marionet de Coimbra:

A MARIONET irá estrear no dia 29 de Agosto de 2008 em Coimbra,
simultaneamente na Ponte Pedonal Pedro e Inês no Parque Verde da cidade
e no terraço da Biblioteca Geral da Universidade, o espectáculo
transdisciplinar "Olhar o longe . olhar o antes", integrado nas
comemorações do Ano Internacional da Astronomia 2009.
As apresentações do evento serão nos dias 29 e 30 de Agosto, 5, 6, 12,
13, 19, 20 de Setembro (6ªs e Sábados) e 22 de Setembro (2ª feira,
equinócio de Outono), sempre às 21h45.

A assistência ao espectáculo no Parque Verde será de acesso livre. A
assistência ao espectáculo no terraço da Biblioteca Geral estará
limitada a uma pessoa por apresentação. O preço desta viagem individual às estrelas será de 5000€. Será necessário reservar com a antecedência mínima de 15 dias relativamente ao dia escolhido em que se pretende fazer a viagem.
As pessoas que comprarem o bilhete para assistirem ao espectáculo no
topo da Biblioteca Geral passarão a ter o estatuto de patrocinadores
da próxima produção da MARIONET.

Uma viagem às estrelas

Habituada a traçar os caminhos que cruzam a ciência com as artes performativas, a MARIONET dá com Oolooa mais um passo nesse percurso. Aproveitando a efeméride do Ano Internacional da Astronomia que se assinalará em 2009, ano em que se cumprem 400 anos sobre a primeira vez que Galileu apontou uma luneta para o céu, decidimos criar um objecto artístico que, partindo da Astronomia, reflicta sobre o conhecimento que temos do mundo e de nós próprios.

Os telescópios apontados para as galáxias distantes, sejam aqueles que podemos ter na nossa varanda, sejam aqueles, como o Hubble, que colocámos no espaço, recolhem informação do passado do universo. A ténue luz azul que nos chega de galáxias a milhões de anos-luz do nosso planeta mostra-nos essas galáxias tal como eram há milhões de anos atrás. Quanto mais longe conseguimos alcançar usando os nossos olhos tecnológicos, mais recuamos no tempo e nos aproximamos do momento em que a Ciência estima que o universo começou a sua expansão, há 13700 milhões de anos atrás.

Olhar para o céu através de um telescópio é, por isso, utilizar uma máquina do tempo que nos permite ver o passado do mundo. Muitas das questões que se colocam à Ciência, nomeadamente aquelas que se prendem com a origem de tudo - do Homem, da vida, da matéria, da luz - estão relacionadas com acontecimentos passados há milhares de milhões de anos onde algumas teorias científicas consideram ter existido uma inimaginável explosão a partir da qual o universo terá começado a sua expansão, o “big bang”. As máquinas do tempo que são os telescópios constituem o nosso ponto de ligação a esse passado longínquo e as ferramentas que nos permitirão, eventualmente, obter as respostas que ansiamos.

Queremos, neste projecto, transpor essas perguntas para o domínio artístico com um espectáculo que reflicta e leve a reflectir sobre elas. Uma forma que encontrámos para colocar de forma mais incisiva o cerne do espectáculo ao público que a ele assistir é a de criar condições de assistência invulgares.

A acção decorre simultaneamente em dois locais distintos como forma de sublinhar as condições de distância entre observador e observado habitualmente existentes nas observações astronómicas. No local de cota mais baixa, o Parque Verde do Mondego, acontece uma apresentação sobre Astronomia durante a qual é realizada uma experiência para encontrar resposta a uma pergunta sobre as estrelas. No local de cota mais elevada, o terraço da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, será criada uma constelação artística a partir de histórias míticas associadas a algumas constelações celestes.

A assistência ao espectáculo no local de cota mais baixa é gratuita. Quem assistir ao espectáculo no local de cota mais baixa pode assistir igualmente à acção a decorrer no local de cota superior a olho nu, à distância, pois os dois locais ficam em linha de vista e, adicionalmente, através das imagens captadas por um telescópio e parcialmente projectadas num écran.

Ficha Artística

Texto e direcção: Mário Montenegro Discussão e ideias: Mário Montenegro, Alexandre, Anabela Fernandes, Pedro Andrade, Rui Simão, Rui Capitão, Francisco Queimadela e Mariana Caló Intérpretes: Alexandre, Anabela Fernandes, Mário Montenegro Espaço cenográfico, figurinos, adereços e imagem: Pedro Andrade Sonoplastia: Rui Capitão Direcção Técnica e Iluminação: Rui Simão Vídeo: Francisco Queimadela e Mariana Caló Fotografia: Francisca Moreira Produção executiva: Cristiana Morais Produção Marionet 2008.

Espectáculo financiado pela Direcção-Geral das Artes / Ministério da Cultura.

Apoios: Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, Câmara Municipal de Coimbra, Comissão Nacional para o Ano Internacional da Astronomia 2009, Complexo Verde Mondego ACE, MAFIA – Federação Cultural de Coimbra, O Teatrão, Orquestra Clássica do Centro, Secção de Astronomia e Astrofísica da A.A.C., Turismo de Coimbra - E.M, RUC, Museu da Ciência da Universidade de Coimbra.

1 comentário:

Jorge Oliveira disse...

“A ténue luz azul que nos chega de galáxias a milhões de anos-luz do nosso planeta mostra-nos essas galáxias tal como eram há milhões de anos. Quanto mais longe conseguimos alcançar usando os nossos olhos tecnológicos, mais recuamos no tempo e nos aproximamos do momento em que a Ciência estima que o universo começou a sua expansão, há 13 700 milhões de anos.”

Bom, então no dia em que alcançarmos esse limite, estaremos a ver as galáxias como elas eram no momento em que começou a expansão, o momento do Big Bang, ou seja, o momento em que estávamos “todos” juntos…

Não parece um pouco absurdo? Nessa altura não haveria sequer galáxias.

Em todo o caso, são frequentes notícias em que se diz que os nossos poderosos telescópios já conseguem observar objectos estelares tão longínquos que devem encontrar-se nos limites do Universo, supostamente objectos com idades próximas da do próprio Universo.

Esta ideia também se afigura absurda.

Por um lado, se a luz que nos chega de uma galáxia distante foi emitida há, digamos, 13 000 milhões de anos, o que estamos a observar é a configuração dessa galáxia quando ela se encontrava a uma distância de 13 000 milhões de anos-luz. Ora, durante os 13 000 milhões de anos que a luz demorou a chegar até nós, a galáxia continuou a afastar-se e deve encontrar-se a distâncias bem maiores, colocando os limites do Universo muito para lá do que observamos.

Por outro lado, quanto tempo demorou a galáxia, desde que começou a expansão, para se colocar a uma distância de 13 000 milhões de anos-luz? Ainda que a expansão seja acelerada, a velocidade da galáxia, ou da matéria que lhe deu origem, foi certamente muito inferior à velocidade de propagação da luz, pelo que demorou muito mais do que 13 000 milhões de anos para se afastar para uma distância de 13 000 milhões de anos-luz. Ou seja, o Universo não poderia ter apenas os estimados 13 700 milhões de anos.

Ao fim e ao cabo, como é que são avaliadas as distâncias a que os objectos estelares mais longínquos se encontram de nós? Que confiança podemos ter no processo de avaliação e com que exactidão estamos a trabalhar ?

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