domingo, 5 de outubro de 2008

HOBBES E SUÁREZ


Eunice Ostrensky, professora brasileira de filosofia política e tradutora de livros de Hobbes e Stuart Mill, apresenta assim, no final seu artigo "Thomas Hobbes. Como controlar os impulsos dos homens", publicado na revista brasileira "Mente, Cérebro & Filosofia", nº 2, a oposição entre Thomas Hobbes (1588-1679), o filósofo inglês, e Francisco Suárez (1548-1617), o jesuíta espanhol que foi professor na Universidade de Coimbra (na imagem) e expoente da chamada Segunda Escolástica:

"No 'Leviatã' , a demonstração filosófica é acompanhada de persuasão retórica, que tem na ironia e em outros argumentos satíricos um dos seus instrumentos mais fortes: a capacidade de suscitar o riso. Ao lançar à superfície o ridículo de doutrinadores e doutrinados, o filósofo consegue, talvez, desarticular as doutrinas clericais sediciosas.

Assim, por exemplo, em vez de simplesmente sustentar que o jesuíta Francisco Suárez sustentou inverdades, Hobbes prefere perguntar, depois de citar a tradução do título do sexto capítulo do primeiro livro de Suárez ('A primeira causa não insufla necessariamente alguma coisa na segunda, por força da subordinação essencial das causas segundas, pela qual pode ser levada a atuar'):

'Quando alguém escreve volumes inteiros cheios de de tais coisas, ele está louco ou pretende enlouquecer os outros?' ('Leviatã', VII, pag. 73) "

1 comentário:

Cláudia da Silva Tomazi disse...

Da expressão ao desamparo.

Veloz é a ideologia que capacita a serenidade.

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