terça-feira, 14 de outubro de 2008
O NOBEL E O MAGALHÃES
Queria chamar a atenção para o artigo de José Vítor Malheiros publicado no "Público" de hoje sobre os Prémios Nobel, em particular a questão da idade dos premiados. "Este prémio é só para velhos?" Ler aqui.
Aproveito para corrigir o nome da astrofísica Jocelyn Bell Burnell (na figura) - por lapso, "mea culpa", disse Burner em vez de Burnell ao jornalista -, que é uma das grandes injustiçadas pela Academia de Estocolmo, uma vez que ela teve uma parte decisiva na descoberta dos pulsares ou estrelas de neutrões premiada com o Nobel de 1974. Já agora acrescento que ela não recebeu o Nobel, mas recebeu sozinha, no ano 2000, um outro prémio importante, que tem o nome de um ilustre português - Magalhães. Não, não se trata do navegador Fernão de Magalhães, que infelizmente tem agora o seu nome associado a um computador de uma empresa com problemas fiscais, mas sim de um seu descendente (a família dos Magalhães tem vários membros ilustres!), o cientista João Jacinto Magalhães, natural de Aveiro, estudante no Mosteiro de Santa Cruz em Coimbra e emigrado em Londres na época do Marquês de Pombal.
Pois João Jacinto Magalhães doou em 1786 ao seu colega e amigo Benjamin Franklin, então à frente da American Philosophical Society, a importância de 200 guinéus para criar um prémio em navegação e filosofia natural (ver aqui). O prémio - uma medalha e uma importância em dinheiro - ainda hoje se mantém, passados mais de 200 anos! Deve ser um dos mais antigos prémios científicos ainda em vigor. Além de Burnell (nome de Jocelyn Bell adquirido pelo casamento) foram já premiados os físicos que previram a radiação cósmica de fundo, os inventores do GPS, o chefe da equipa que desenvolveu a nave Voyager, etc. Este sim, é um Magalhães que dá gosto receber!
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