A tragédia pessoal dos incêndios florestais, em vidas e bens, ocupa o essencial das notícias que lemos, vemos ou ouvimos. Face a essa tragédia imediata e concreta, tendemos a não pensar numa outra tragédia que deles deriva e que, no entanto, lhe é superior pelas consequências que efectivamente têm, muitas delas irreversíveis, em termos de biodiversidade. Dou aqui a palavra ao biólogo Jorge Paiva, que explica mais uma vez, no jornal Público do passado dia 13, aquilo que há décadas, de modo incansável, tem explicado. Sem resultados da parte política, como é bom de ver... Por isso mesmo, devemos agradecer-lhe redobradamente a persistência.
Apenas uma nota: sou testemunha deste alerta abaixo, transcrito do artigo do Público, junto de alunos universitários e do secundário, junto de professores e da comunicação social, junto de políticos, a começar pelo, à altura, Presidente da República. Olhando em retrospectiva, termos obrigação moral de perguntar: porque não se faz nada?
"... em 1980, quando nas aulas eu afirmava que durante o primeiro quarto do século XXI haveria já seca e escassez de água por todo o país, os alunos consideravam que era exagero meu. Também quando eu lhes dizia, e continuo a afirmar, que a serra da Estrela esteve coberta de floresta até ao topo e que estávamos a transformar o nosso país num deserto rochoso, julgavam que era exagero meu."
Sem comentários:
Enviar um comentário