sexta-feira, 18 de setembro de 2020

Viajando virtualmente pelas ruas Fleming de Espanha

O nome de Alexander Fleming (1881-1955) é usado em mais quinhentas ruas, avenidas e monumentos em Espanha. É normal, dirão. Uma vez que se lhe atribui a descoberta do primeiro antibiótico, a penicilina. Talvez, mas o nome é usado em mais lugares do que o nome do grande Prémio Nobel da medicina espanhol, Santiago Ramón y Cajal (1852-1934), e, obviamente, que o de Severo Ochoa (1905-1993), Prémio Nobel também, mas naturalizado americano. Ainda não está completa esta investigação, mas eu mostro o que descobri. É uma historia pouco conhecida que se conta pelas suas entrelinhas. Tudo comecou aparentemente com a festa dos pescadores de Gijón, os quais pretenderam homenagear Fleming nos anos 1950. Fizeram uma procissão com estandartes alusivos, a qual foi noticiada internacionalmente, em particular na revista Time. E convidaram-no para discursar na festa, o que este aceitou com prazer. Entretanto, Fleming morreu, mas foi substituído pela viúva. E fizeram um subscrição pública para um monumento em Gijón que ainda hoje é homenageado todos os anos. O fenómeno e o entusiasmo estendeu-se a toda a Espanha. Penso que isto foi de alguma forma incentivado até porque Ramón y Cajal (que já tinha morrido) não era muito favorável ao regime que se veio a instalar. O curioso é que a homenagem não tinha só que ver com a cura das feridas mas também com a da tuberculose que grassava na Peninsula Ibérica. Acontece que Fleming foi só um peça do conjunto (o prémio Nobel foi atribuido a três pessoas) e a penicilina, embora um marco fundamental da medicina, é pouco eficaz contra a micobactéria causadora da tuberculose.

1 comentário:

Rosalvo Almeida disse...

No Porto temos a rua Alexandre Fleming e em Lisboa há a rua Alexander Fleming.

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