segunda-feira, 14 de maio de 2018

SONETO SOBRE O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO


«Para teu sujo tráfico, ó Acordo Ortográfico» 

por Luís Miguel Rosa (nascido em 1984)

«Para teu sujo tráfico, ó Acordo
Ortográfico, sempre ao meu retiro
Vieste, onde inda pérolas respiro,
Pra ficares co’as minhas letras gordo.

Entocado e sombroso no rebordo
De arbustos, tumular, sem um suspiro
Qualquer de compunção, dava-te um tiro
Se em vez de abutre fosses mero tordo.

Sim, bem sei, de momento estás na mó
De cima, tens do teu lado o cifrão,
O jornal, o político – peró.

Não és, valha a verdade, um grão dragão:
Para travar-te basta-me isto: “O AO
Nestas páginas minhas – não, não, não.»

1 comentário:

Acordo ortográfico disse...

No tempo dos apostólos
em que os homes eram barbáros
subiam às arvóres
para matar os passáros.

CARTA A UM JOVEM DECENTE

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