«Para teu sujo tráfico, ó Acordo Ortográfico»
por Luís Miguel Rosa (nascido em 1984)
«Para teu sujo tráfico, ó Acordo
Ortográfico, sempre ao meu retiro
Vieste, onde inda pérolas respiro,
Pra ficares co’as minhas letras gordo.
Entocado e sombroso no rebordo
De arbustos, tumular, sem um suspiro
Qualquer de compunção, dava-te um tiro
Se em vez de abutre fosses mero tordo.
Sim, bem sei, de momento estás na mó
De cima, tens do teu lado o cifrão,
O jornal, o político – peró.
Não és, valha a verdade, um grão dragão:
Para travar-te basta-me isto: “O AO
Nestas páginas minhas – não, não, não.»
1 comentário:
No tempo dos apostólos
em que os homes eram barbáros
subiam às arvóres
para matar os passáros.
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