A minha participação do TEDxPorto, no palco da Casa da Música. Os meus parabéns a toda a organização pelo excelente evento e o meu agradecimento pelo convite.
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5 comentários:
O que não é natural é o carácter falacioso da apresentação, misturando significados de diferentes contextos. Este é o exemplo de uma apresentação sobre coisa nenhuma.
Natural
Flui fluentemente uma folha fria,
Hálito de sombra verde e formal.
Seiva de planta, a palavra esguia
Escorre do fino aparelho bocal...
Grosso o milho em letras unidas.
Um a um, os grãos se apertam,
Formam frases eretas, compridas,
Segredos que só às searas soletram.
Redondo, no soalho, o pôr-do-sol
Centra a raiz da árvore inflexa...
O peixe preso no gancho do anzol
Incha de respiração convexa.
Um fogo-fátuo a árvore incendeia!
Cascata a arder no meio do jardim...
Brilham ramos, plumagem perfeita
Do pássaro que canta só para mim.
Um mar de chamas chama-te vento!
Escamas de folhas cinzelam o céu.
Escalada de sopro, deslumbramento,
Vertigem do alto que logo desceu...
Mas um natural crepitar de palmas
Rompeu no despojo do som fumegante
Descontração meditativa das almas
Que se libertam do químico pensante.
F.C.
:)
O David Marçal tem um estilo muito acutilante no modo como pretende surpreender as ideias feitas com outras ideias feitas.
Todo o cuidado é pouco, porém, quando se trata de palavras e de ideias, mormente de ideias feitas, por mais louvável que seja a intenção.
Uma coisa é um assumido ator teatral dizer “vou desfazer algumas ideias feitas com outras ideias feitas ainda melhor”, para a gente se rir e outra é um assumido cientista garantir que assim faz, na verdade.
Alguém diz que o natural é necessariamente bom?
Alguém diz que o natural não é necessariamente bom?
Afinal, o que é natural e o que não é? Um pântano?
E o que é bom? Para quem? Para quê? Para quando? Em que escala?
O que é necessariamente bom?
E se não é bom, que é que é melhor? …
Nada é necessariamente bom. Nada é necessariamente melhor. Não era necessário enfatizar o óbvio. Jogar com as palavras roubando-lhes o palco?
O problema implícito, se o há, não será de ordem filosófica e a insinuada solução filosófica, que não é, haveria de ser de ordem prática.
Podemos estar descansados porque é impossível violar uma lei da natureza?
Deixa muito a desejar, pouca informação e leva a crer que afinal os aditivos presentes nos nossos alimentos afinal não são nocivos ou tóxicos.
Falou do E300, sim não é nocivo, pois nem o E100, E101, E410, E203 e muitos outros. Não são nocivos então e os que são nocivos? Do E210 ao E220 são todos inclusive, do E236 ao E241 mais uma vez são todos nocivos e temos mais umas boas dezenas deles que são também nocivos.
O natural não é necessariamente bom nem o químico é ncecessariamente mau é verdade, mas alguém que veja este video fica a pensar que afinal um refrigerante que contenha E300 até é bom para a saúde, visto que é ácido ascórbico e ácido acórbico faz bem.
Mas qual é verdadeiramente, o ponto desta apresentação? Claro que os factos científicos estão correctos, mas que mensagem se está realmente a passar? que o que não é natural pode ser vantajoso? claro que sim, depende dos casos.
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