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13 comentários:
Há cerca de 4 anos atrás recebi 4 relatórios de alunos do 12º de Física com a seguinte "bibliografia": http://www.google.pt.
Estou agora colocada numa escola de 2º e 3ºCiclos.
Acabei de corrigir os trabalhos realizados pelos alunos das 3 turmas de 9º ano que lecciono. 80% dos alunos limitaram-se a fazer "copy/paste" de algumas páginas web que nem sequer constam das fontes consultadas para a realização do trabalho.
Palavras para quê...
Cláudia
Choca-me mais que se escreva isto:
"Quantos mais alunos entram na Universidade mais diversificado e o nível sociocultural."
Pode ate ser plausível mas certamente não é necessariamente verdade.
bom-dia
Até pôs demais. Muitos "trabalhos, ditos como pesquisa na net" fometados pelos professores e responsáveis directivos para ultrapassar alunos sem aproveitamento, não têm nem bibliografia e quando têm, colocam a indicação dessa fonte de sabedoria de grande qualidade científica que é a wikipedia.
Para que servem as bibliotecas escolares?
JM
Pelo menos, apesar de incompleta, é sincera... antes esta sinceridade, que bibliografia inventada da Internet... como fazem os Universitários...
e eu já vi bibliografias assim feitas para trabalhos da universidade!
Nao percebo.
Tirando a fonte "conhecimentos proprios" qual o problema?
O problema é que a referência ao manual escolar está mal feita e a referência ao serviço de pesquisa de imagens da Google é completamente inútil. Deveria ter referênciado os endereços directos de cada uma das imagens e, já agora, a data de consulta.
Um aluno de 3º ciclo já deveria dominar a forma como devem ser feitas referências bibliográficas ou pelo menos fazer uso das tão famosas TIC para pesquisar na WWW a forma correcta de as fazer.
Talvez depois de um bom raspanete e consequente explicação por parte do professor o aluno aprenda e evite cometer estes erros de futuro.
Só uma nota a propósito de trabalhos "copy-paste" da net.
Há alunos nos 7.º e no 8.º anos que também fazem disso, mas não o fazem muitas vezes; geralmente, só a 1.ª vez. Isto porque há critérios definidos para classificar trabalhos (tal como para testes e relatórios) e têm a nota que merecem , isto de acordo com os critérios. E alguns até são muito bons alunos e tiram notas negativas nos trabalhos, os quais têm um peso na avaliação. Pode, por exemplo, fazer a diferença entre um 2 e um 3, entre um 3 e um 4 ou até entre um 4 e um 5. E podem recorrer que, se as coisas forem transparentes, não ganham recursos.
O que não de pode e não se deve é fazer de conta e deixar de assumir responsabilidades e de mostrar aos alunos, não só como se devem fazer algumas coisas, como que há coisas que pura e simplesmente não são aceitáveis, muito menos em Educação.
A "Notícias Magazine" de 31 de Janeiro passado publicou um dossiê a que chamou "Geração copy/paste". Para quem não teve acesso ao mesmo e esteja interessado, ele foi arquivado aqui.
"Um aluno de 3º ciclo já deveria dominar a forma como devem ser feitas referências bibliográficas "
A verdade é que na esmagadora maioria dos casos não sabe. Ainda a semana passada vi um trabalho em que a professora deu a classificação de 19. A encarregada de educação foi reclamar que devia ser 20, pois a professora tinha referido que o trabalho "ultrapassa as expectativas". Espreitei de relance o trabalho e notei logo a bibliografia mal feita. É muito comum que a generalidade dos profissionais também não saibam citar.
Mas este episódio revela mais uma vez uma ideia que infelizmente não é tida em conta: o rigor não é exigência no ensino. Querem mais exemplos? Um destes dias alguém me dizia que o terramto no Haiti tinha sido conspiração americana. Quando questionei como é que o sabia, esse alguém respondeu-me: "então, a República Dominicana é ali ao lado e não aconteceu nada". Lá tive de explicar que o terramoto de Lisboa não afectou directamente nem Vila Franca de Xira nem Coimbra. Acontece que a pessoa que me disse isto é um reputado professor do ensino secundário com direito a escrever uma crónica num jornal regional e tudo. Mas se fosse aqui contar as ingenuidades não parava. Já não me custa tanto que as pessoas tenham defeitos de formação, mas custa imenso que as pessoas não reconheçam sequer as deficiências de formação e vivam num mundo de fantasia no qual não precisam de ler, discutir e saber. A acrescentar a tudo isto, as nossas políticas educativas não fazem nada para que os professores passem a saber um pouco mais. E isso, obviamente, reflecte-se nos alunos e no conhecimento em geral.
Um comentador referiu "Talvez depois de um bom raspanete e consequente explicação por parte do professor o aluno aprenda e evite cometer estes erros de futuro."
Surgiu-me a dúvida. Será que algum professor ensinou o aluno a fazer uma bibliografia?
A dúvida não é absurda. Pelo contrário, há muitos professores que não explicam aos alunos como se fazem bibliografias, trabalhos escolares, introduções, conclusões, índices, relatórios, entre outros. Uns porque têm outras coisas para ensinar que acham mais importantes, outros porque não faz parte do programa das disciplinas que leccionam, alguns porque nem eles sabem como se faz.
Se os professores não ensinam e exigem que os conhecimentos sejam aplicados, não se pode esperar que os alunos saibam fazer as coisas correctamente.
Pessoalmente, entendo que todos os comentadores têm razão. Contudo. como as palavras/verbos "ensinar" e "estudar" são termos a evitar na educação de hoje, é preferível que o aluno mostre ou apresente algo, para justificar uma nota ou que pelo menos, se tenha algo documental, com que justificar essa nota. Quanto a bibliografia, forma de as escrever e sobretudo conteúdos, é sabido que nem o aluno os leu ou reflectiu sobre eles."Pesquisou" e "copiou".O que interessaa é apresentar "trabalho",manifestar "interesse na disciplina" e sobretudo, tenha adquirido as necessárias "competências" ao nível das TIC.
C. Alexandra
Não é bem assim. Na escola onde lecciono existem, na biblioteca, folhetos, que os alunos podem levar consigo, com toda a informação necessária sobre a forma correcta de apresentar um trabalho. É-lhes dito que esses folhetos existem (se calhar, quando chegarem ao ensino superior, vão dizer que nunca lhes explicaram nada!). Infelizmente, nem todos se dão ao trabalho de os consultar. Trabalho temos nós quando queremos descobrir a origem do copy/paste!Alguns são até "sofisticados" nesta "arte". Copiam de sites ingleses ou norte americanos e, depois, é só colar o texto num qualquer tradutor online!
Sei, no entanto, que nem todos os prof. se dão a este trabalho e é por isso que os alunos, quando realizam o 1º trabalho, tentam "atirar o barro à parede". No meu caso, duvido que repitam a "graça" no próximo trabalho de pesquisa (são 2/ano), vai tudo "corrido" a zero!
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