sexta-feira, 9 de julho de 2010

A vida depois do Google

Do "Destak" de hoje destacamos a crónica de J. L. Pio Abreu:

Se me mandassem para o fim do mundo e permitissem que levasse alguma coisa comigo, eu não hesitaria: levava o Google. Aliás, nem precisava de o levar.

O Google está por todo o lado (menos na China, ao que dizem). O que eu precisava, então, era de um aparelho qualquer que permitisse a ligação, mesmo que fosse pequeno e já velho, daqueles que se vendem na candonga ou se encontram no café do bairro.

Sem o Google, o que podia eu fazer contra as patranhas que me metem pelos ouvidos adentro, pela cabeça abaixo ou mesmo por estes olhos que a terra há-de comer? Não. Eu preciso do Google para ir às fontes, para ouvir opiniões diversas e descobrir quem está por detrás delas e com que intenção.

Preciso também do Google para me corrigir a mim próprio. Quem sabe se alguma coisa que eu digo, porque me vem à cabeça, não é a mais rotunda das asneiras contaminada pelo ruído informativo que me cerca sem que eu tenha sido ouvido nem achado? Quem me diz se o que eu penso e digo não faz parte daquela corrente de informação que anda atrás de mim sem que eu faça um esforço para a procurar?

Se eu não tivesse o Google, como descobriria aqueles que me podem ajudar num projecto em que decida envolver-me? Como poderia eu saber que a mínima decisão, como ir a um médico, usar um cartão de crédito ou meter o meu voto numa urna, não estaria a contribuir para me lançar no abismo?

Podem mandar-me para qualquer lado, sim, mas onde eu possa ter o Google. Não me mandem, por isso, para a China, nem me digam que a China é o país do futuro.

Jose Luis Pio de Abreu

3 comentários:

Francisco Trindade disse...

O que o Jose Luis Pio de Abreu quer do google é a menina da foto só que não tem a coragem para o dizer...

Ai meu Deus disse...

Se isto é um texto de ataque à China, ok. Se é um texto de defesa do Google (o motor de pesquisa Google? ou a empresa Google?), já não tanto ok.

Primeiro porque há alternativas ao Google. Segundo, porque a Google sabe demasiado sobre nós. Terceiro, porque a Google está a engolir a concorrência, perigosamente para todos nós (e não apenas para a concorrência).

Digo-o eu, que sou fã da Google (e do Google e do Google Chrome...). E "provo"-o aqui (por exemplo) ou aqui

Anónimo disse...

Achio que Pio está certo, não desejaria a mulher do próximo, ainda que o próximo não esteja tão próximo... Ela está é realmente vestindo a teshirt, e não tirando, há o frio eterno do convite estéril à acoplamentos subumbilicais ilegais promotores de crimes e de progênie indesejada - raros os que gostam de usufruir balinha com embalagem - e pelo sinal virtual do anular esquerdo, é mostrado subliminarmente que a cidadã já desfrutou ou desfruta de experiências conjugais legais. Melhor onanismo responsável que repetir erros crassos típicos de plataformas caninas.

O BRASIL JUNTA-SE AOS PAÍSES QUE PROÍBEM OU RESTRINGEM OS TELEMÓVEIS NA SALA DE AULA E NA ESCOLA

A notícia é da Agência Lusa. Encontrei-a no jornal Expresso (ver aqui ). É, felizmente, quase igual a outras que temos registado no De Rerum...