domingo, 6 de dezembro de 2009

O nosso nível de literacia

Foi recentemente realizado um estudo sobre o nível de literacia na leitura dos portugueses.

Como se saberá, este tipo de literacia envolve competência para ler e compreender o que se lê, de modo a dar resposta a problemas concretos.

Tal estudo, realizado pela Data Angel Policy Research Incorporated e coordenado por Scott Murray, foi apresentado na passada semana na Fundação Calouste Gulbenkian, confirmando os dados a que chegou outros apurados em estudos anteriores: são graves as deficiências nas competências de literacia da nossa população.

Em concerto, e de modo muito sumário, este estudo evidenciou que em cada cinco sujeitos apenas um possui um nível médio de literacia. O que é o nível mais baixo do conjunto de países investigados.

Notas:
- O relatório do referido estudo, intitulado A dimensão económica da literacia em Portugal: uma análise, pode ser consultado aqui.
- A referência ao mesmo no Portal da Educação, pode ser consultada aqui.
- Uma notícia de jornal da autoria de Isabel Teixeira da Mota, pode ler-se aqui.

7 comentários:

José Batista da Ascenção disse...

Afinal, um em cada cinco sujeitos possui um nível médio de literacia. Começo a ficar animado. Não era essa a minha ideia, pelo que vejo nas escolas (básicas, secundárias e unversitárias), no parlamento, na redacção das leis, nas televisões, nos jornais, na rua, na internet, nos anúncios, etc, etc ... Até já me tinha interrogado: bem vistas as coisas que importância tem falar, ler e escrever bem?! Sim, porque um amigo meu, professor de português do ensino secundário, António Bastos de seu nome, aliviado por ser ter reformado há poucos anos, depois de décadas no activo, vai dizendo que, um dia destes, havemos de comunicar por estalidos e grunhidos.

rt disse...

Gostava de saber a opinião da Ministra da Educação sobre o assunto. Mas gostava ainda mais de saber a opinião dos professores universitários e estudiosos da área das Ciências da Educação, pois têm dominado a formação dos professores e toda a "filosofia" da educação (e portanto o modo como as leis educativas, os programas, os manuais, a avaliação, etc., têm sido feitos .
O que terá corrido mal na opinião deles? Aposto que muitos acham que o problema não é o excesso de "eduquês", mas sim o facto do "eduquês" não ter sido suficientemente aprofundado. Queriam ainda mais Àrea de Projecto e máquinas de calcular e menos exames e trabalhos de casa.

Luís Tavares disse...

E somos os únicos?
É óbvio que não.
E devemos estar contentes por não sermos os únicos?
É claro que também não.
Recordo-me, há uns anos quando estudava nos EUA, que uma DAPRI lá do sítio fez um estudo semelhante nos alunos do liceu ao universitário. As conclusões - sem surpresa - foram que os níveis de literacia dos jovens americanos estava 'abaixo de cão'.
O ano passado leccionei no Reino Unido. Se este estudo também lá foi feito e apresenta índices superiores ao português, dúvido da seriedade deste estudo.
Para mim o problema não está nos jovens, mas sim nos 'estudos'. Ficaram estagnados no século passado. Não evoluiram. Os estudos e seus mentores.

José Batista da Ascenção disse...

Vera Silva:

Permita que lhe agradeça o desassombro das suas afirmações. Bem precisamos dessa frontalidade. Ainda não há muitos meses lia contristado, num jornal de referência, um artigo irritado de uma professora universitária, que terminava em tom de desafio: "provavelmente o que faz falta é mesmo um pouco mais de eduquês".
Felizmente, começamos a ser muitos os que gritam que o rei não vai apenas nu, mas segue miseravelmente descomposto.
Obrigado outra vez.

cmendes disse...

Acho que a notícia do JN está incompleta. Os restantes 4 em 5 têm que nível de literacia? Abaixo da média? Ninguém tem literacia acima da média, é isso? Alguém saberá?

Manuel de Castro Nunes disse...

Na mais mordaz tradição da crítica social em Portugal, desde o fim do Século XIX, o tópico da literocracia, não com este nome, mas nomeando o excessivo peso que os literados estavam a assumir na liderança da comunidade, foi um tópico estruturador de um certo discurso sobre a decadência da Nação.
Ambiguidades dos nomes. E do seu uso.
O nome, por si, não faz mal a ninguém. Devemos todavia vigiar o seu uso.
Da cultura e do saber também fazem parte os algarismos, os números e tudo o que podemos comunicar com eles. Até já houve quem propussse, eperimentalmente, uma poesia algébrica. E outras coisas...

Anónimo disse...

Como é possível que eu tenha 14 obras inéditas, sendo que uma é uma colectânea de contos ludo-didáctica que ensina a ser escritor e avalia e eu
não tenho resposta do Plano Nacional de Leitura para patrocinar a obra? luislirio@hotmail.com

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