quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

PARA GRANDES MALES, GRANDES REMÉDIOS


Em homenagem a um académico, professor jubilado da Faculdade de Medicina de Coimbra, e cidadão de convicções fortes, como soe dizer-se, de antes quebrar que torcer, acabo de publicar este comentário ao seu último texto - intitulado "Por quem os sinos dobram"- sobre a hora de verdadeira desgraça nacional que se vive neste torrão natal: 
 

"Estimado Senhor Professor Diniz Freitas:

 A minha gratidão pela luta hercúlea que tem levado a efeito contra um vírus letal que se acantonou, até agora, num "bunker" inexpugnável em que as fracas forças políticas nacionais se deixam ir atrás dos acontecimentos em vez de de se lhes antecipar promovendo uma espécie de guerra de Solnado que avisa o vírus sobre as medidas que irão ser tomadas só lhes faltando pedir, reverentemente, autorização depois de consultar com a lupa de SherloK Holmes os pontos e as vírgulas da Constituição Portuguesa que não foi elaborada, ao que me atrevo a pensar, por uma espécie de autor de horóscopo de jornal que se tivesse antecipado aos acontecimentos!

 Bem sei, por formação cívica, ser muito criticável fazer queixinhas do tipo de menino de escola primária. É bem certo! Mas ter contemplações perante energúmenos que fazem das nossas ruas locais de passeio dominical de contaminação do seu semelhante exige que cada um de nós ajude as forças de segurança pública em situação de calamidade nacional denunciando, embora  situação execrável em condição normal,  quem não usa máscara na rua como ainda hoje vi de passagem na televisão portuguesa. 

Suponhamos, por hipótese, vermos um indivíduo de isqueiro na mão a incendiar uma mata? Para não nos tornarmos denunciantes não deveremos denunciá-lo chamando pelos bombeiros? Situações anormais devem exigir medidas anormais sem perder temo a discutir articulados legais, ainda que constitucionais, ponto por ponto, vírgula por vírgula, enquanto o fogo devora a floresta que é este país a que ainda chamamos Portugal  com os seus nacionais dentro das suas fronteiras históricas? Esta, a questão!"

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