“Para ser tolerante é preciso fixar os limites da
intolerância” (Umberto Eco).
A Democracia, se não adulterada, tem a vantagem de cada um expor o seu ponto de vista sem ser em carneirada a balir em rebanho. Quanto ao grande ajuntamento de pessoas nada ter a ver com o coronavírus, para mais em acampamentos de três dias, como o acontecido com a última "Festa do Avante", permito-me discordar porque apoiado em cientistas que dizem precisamente o contrário, sem estarem carimbados com o estatuto de estupidez.
Surge agora o sabichão camarário Fernando Medina na TV a afiançar-nos de cátedra que a realização do Congresso do Partido Comunista, numa altura em que o número de mortes pelo coronavírus atinge números de verdadeira tragédia mundial, se trata apenas de "um combate político"!
O meu declarado anticomunismo emparelha com o meu antinazismo ambos culpados pela morte de milhões de pessoas em campos de concentração ou em estepes geladas.
Um coisa nada despicienda distingue o nazismo que matou em massa judeus, que dominavam a banca alemã, por se terem recusado a comparticipar no esforço económico-militar da II Guerra Mundial, enquanto o comunismo cometeu esse crime de lesa Pátria contra os próprios concidadãos que se opunham ao comunismo criminoso de Estaline.
Humanismo é o que falta à Humanidade, desde os seus primórdios aos dias de hoje. Nuvens medievas de trevas acastelam-se, novamente, perigosamente num horizonte plúmbeo.
Quanto à consideração que tenho pelos meus discordantes que não utilizam a chicana ou o insulto barato não sai maculada com esta discordância.
A coisa que mais abomino é o silêncio cobarde que leva a calarmo-nos "engolindo sapos vivos"! Desse mal, perdoe-se-me a imodéstia, julgo que não sofro.
Mais critico, com veemência, os deputados de S. Bento que se esgatanham, quais gatos com cio, nos debates no Parlamento a merecer a leitura de artigos de jornal, publicados no livro “Os Gatos”, de Fialho de Almeida (1857-1911), sobre a comédia da vida portuguesa. E, ao que se diz, de que eu não posso servir de testemunha por não pertencer a essa ruidoso cenáculo de comensais que, depois de dizerem cobras e lagartos uns dos outros, vão jantar todos juntos em comunidade ruidosa de amigos de infância.
Ainda hoje assisti, via TV, em S. Bento, durante a votação do Orçamento do Estado/2021, ao corrupio de última hora de deputados a levantarem-se desordeiramente das suas bancadas, quais alunos indisciplinados de turma de professor “bananóide”, para regatearem entre si a tentativa de consensos.
Esta situação transformou uma espécie de gata borralheira maltratada, segundo lamúrias suas pela cruel madrasta Bloco de Esquerda em desprezo pelo seu “altruísmo” em se manter em representação isolada na Assembleia da República que o manganão do dinheiro ganho ao fim do mês justifica.
Refiro-me à apagada Joacine Katar feita “superstar” ao ser visitada no seu cantinho onde se mantém muda e queda na esperança de lhe arrancarem um simples voto que possa ser decisivo em caso de empate na votação do Orçamento do Estado, como, aliás, se veio a confirmar poucas horas depois de eu ter escrito esta previsão, qual adivinha de “branco é galinha o pôs”!
E o que dizer às conversas bichanadas entre deputados das diversas bancadas (com excepção do Chega e do CDS nada titubeantes no caminho a seguir) cabulando entre si uma matéria que devia estar bem estudada por não ser colada a cuspe de última hora.
E assim caminha, sob o domínio do improviso e do desenrascanço, este pobre pais que esteve, uma vez mais, em risco de voltar a ser espoliado nos seus bolsos deserdados de fortuna que vivem do pão amassado pelo diabo para subsistirem no seu dia-a-dia de quase miséria.
Refiro-me aos inúmeros milhões de euros pessimamente geridos por "banqueiros" que têm só arte em mendigar que os salvem em momentos de enrascanço por eles criados. Só que desta vez saíram-lhe os intentos furados por iniciativa do Bloco de Esquerda. Justiça lhe seja feita!
9 comentários:
Quando é que a Rerum Natura percebe que com depoimentos destes perde toda a credibilidade que outros autores dão ao blogue?
Tudo neste mundo de Cristo é política que merece, como tal, ser discutida sem ser sob anonimato para não serem palavras que se lançam ao vento de simples remoques. Quanto à credibilidade que os outros autores dão ao blogue estou, incondicionalmente, concordante com a sua análise.
Neste blogue, que tem mais de dez anos, não há censura: é uma tribuna livre dos colaboradores. Nem eu nem ninguém concordamos com tudo, como de resto convém numa sociedade democrática, livre e plural.
Estimado Professor e Amigo Carlos Fiolhais:Com muito orgulho, estimo a sua Amizade de verdadeiro democrata que discorda de comentadores que se desejavam ver munidos do famigerado antigo lápis azul dos coronéis do Estado Novo de que eu fui vítima antes de 25 de Abril e depois desta data do lápis adocicado cor-de-rosa de quem tem na mão o poder de publicar o que bem (ou melhor, mal!) entende.
Tenho a certeza que nunca publiquei nenhum texto ou simples comentário sob anonimato assumindo, sempre, a paternidade da responsabilidade. Por outro lado, desafio o primeiro que demonstre que eu não discuto e fundamento as minhas ideias, ademais numa altura em que está em causa o direito universal à vida humana de que o corona virus tem feito letra morta.
E só porque vem a propósito, em Lourenço Marques (1972) tive uma polémica com uma revista local que tendo-me dirigido um ataque soez, porque infundado, recusou-se a publicar a minha resposta.
Em última instância, publiquei, a expensas minhas, um livro de cem páginas, com o sugestivo título "Sem Contemporizar",que passados escassos meses se esgotou dando-me algum lucro sua venda.
A abrir, na primeira página, publiquei com destaque, um excerto de Raul Proença,("Seara Nova",1928). Escreveu ele: "Chama-se Liberdade de Imprensa o direito exclusivo que têm certos potentados ou cetos malfeitores. Graças à sua fortuna ou às suas chantagens de influir na opinião do país. O problema não está, evidentemente, em impedir a liberdade desses homens, mas em pôr a imprensa ao alcance de todos, de maneira que os argentários não continuem a possuir o monopólio da opinião”.
Caro Rui Batista
Talvez não seja despiciendo olhar para o modo como aborda a não despicienda coisa que distingue, do seu ponto de vista, nazismo de comunismo.
Não defendo a censura. Não recuso o direito à asneira. Só acho que há certos textos que desafiam a paciência e o bom gosto. Alguém lhe diga: 'por que não te calas?', como dizia o outro!...
Calar-me logo eu que fui distinguido com dois comentários seus sobre este meu post? Seria ingratidão minha calar-me perante a cuidadosa atenção que mereço por parte de um anónimo.
Escreveu Oscar Wilde ser de gostos simples por se contentar com o melhor e haverá coisa melhor do que escrever e ser lido? Acho que não, o que me obriga a agradecer-lhe os seus cometários críticos de um literato, aquele escreve nem que só seja comentários à prosa que lhe desperta uma duplicidade de comentários?
Renovo-lhe, portanto, o meu agradecimento. Apareça até que eu me retire enfastiado de o ver chover no molhado, ou numa expressão minha de serrar serradura!
Comunismo e nazismo são duas faces de uma mesma moeda. O nazismo foi o nacional socialismo da Alemanha antes da II Guerra Mundial.
O comunismo é o caminho utópico para o socialismo do mundo inteiro de um tempo obreiro que tudo constrói e destrói em procura desesperada de uma humanidade de perfeição em que as palavras bem sonantes encontrem correspondência em actos de verdadeira elevação ética.
Mas que vemos nós? Senão campanhas eleitorais que tudo prometem sabendo de antemão que nada passa do papel para iludir ingénuos que continuam a votar em partidos deste tipo costumeiro, com bem denunciou Krushev, antigo primeiro-ministro da União Soviética, que prometem construir pontes onde nem sequer há rios.
Continuando os votantes a acreditar nas suas juras de amor de uma lua de mel que se transforma numa lua de fel para o cidadão que desespera de viver num país de inferno em que a palavra dada não é palavra honrada!
Caro Rui Baptista
Quando lhe sugeri que olhasse para o modo como aborda a não despicienda coisa que distingue o nazismo do comunismo tinha em mente o facto de você estabelecer uma comparação entre um crime de lesa pátria cometido por Estaline contra os seus concidadãos que se opunham ao seu comunismo criminoso e o crime cometido por Hitler contra os judeus ( nem todos seus concidadãos) que dominavam a banca ( não me é estranha esta ideia) e não apoiavam o esforço de guerra. Não sei se os opositores políticos do nazismo, os homossexuais e os ciganos (muitos deles concidadãos de Hitler na pátria que o adotou) para além dos milhões de trabalhadores escravos que alimentaram o esforço de guerra estariam de acordo com a sua comparação.
Numa coisa tem razão. Tudo neste mundo é política. E nesse campo duas correções factuais. A gata Borralheira já tinha anunciado a sua intenção de viabilizar o orçamento antes da sua previsão e, pelo menos o Chega, mostrou-se algo titubeante no caminho a seguir.
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