sábado, 21 de setembro de 2019

ORDEM DOS ENFERMEIROS E ORDENS PROFISSIONAIS

Para além do instituído em disposições legais recentes, por uma questão  ética, às ordens profissionais não tem sido usual publicitar  as atividades dos seus associados. Assim, não se descortinam na comunicação  social propaganda de médicos, advogados, etc., representados por ordens tradicionais,  ademais paga a peso de ouro, 36 mil euros, como o acontecido com a recente Ordem dos Enfermeiros, segundo  notícia de ontem do "Correio da Manhâ".
 Felizmente, valha-nos ao menos isso ! Ana Rita Cavaco não se propôs, ela própria, interpretar o papel de personagem que coube à actriz Liliana Santos, na telenovela da SIC (Nazaré), com vantagem  estética para os telespectadores! Aliás, Ética e Estética, esta no seu sentido filosófico, têm sido, até agora, princípios norteadores de ordens profissionais e da respectiva dignificação.
Enfim, as modernices de dar nas vistas têm limites que não podem, e muito menos devem,  em desculpa oficial esfarrapada de Ana Rita Cavaco, como bastonária da Ordem dos Enfermeiros,  servir "como forma de valorizar a profissão aos olhos da sociedade" num mundo ficcionado  de faz de conta. A nobre profissão de enfermagem merece ser reconhecida, como é de uma forma geral,  pelo que faz, no seu dia-a-dia e noites insones, à cabeceira dos que sofrem porque, como pontificou Charles Lamb, "a doença amplia as dimensões internas do homem"!

6 comentários:

Carlos Ricardo Soares disse...

Há um senão nas ordens profissionais, que não é de somenos e que é o serem condição do exercício da profissão. Quem não estiver inscrito, não pode exercer. É obrigatório. Quotas a pagar.
Há algo de mafioso neste corporativismo, até porque, quer no acesso, quer no exercício, a ordem tem poderes de controlo sobre o profissional, mas este não tem sobre aquela. Daí, aliás, que não se possa falar de associados quando se fala de ordens profissionais, porque seriam associados à força (se não todos, muitos). Os sindicatos, com outros defeitos, não têm este, que é um grande defeito. Ninguém é obrigado a inscrever-se, associar-se, a um sindicato. Ainda estamos na pré-história do sindicalismo. Não obstante, daqui a uns anos, já passou à história.

Rui Baptista disse...

Obrigado pela sua análise que evidencia aspectos negativos das ordens profissionais e dos sindicatos. Como bem nos avisa a "vox populi", não há bela sem senão! Este facto mais se agiganta quando os sindicatos desempenham funções de ordens, ou vice-versa, assistindo-se, assim, a uma verdadeira zurrapa em misturar água de fonte límpida com vinho de boa cepa.

Rui Baptista disse...

Voltando a este assunto, o que me parece verdadeiro escandaloso é o facto da Ordem dos Contabilistas Certificados, por exemplo, obrigarem ao pagamento de quotas os seus associados ainda que em desemprego de pequena ou longa duração. Ao flagelo social do desemprego soma-se esta desumana medida.

Rui Baptista disse...

Correcção ao meu comentário anterior: Onde escrevi "verdadeiro escandaloso", corrijo para "verdadeiro escândalo".

Ildefonso Dias disse...

Professor Rui Baptista, diz o leitor Carlos Ricardo Soares, "Quem não estiver inscrito, não pode exercer. É obrigatório." Não é assim. E a prova é, quem quer vá aos municipios verificará que a maioria dos técnicos a exercer a profissão em engenharia não estão inscritos na OE, (e por isso as limitacões que manifestam, onde não há exigência!!), e usam o título de Engenheiro, e é apenas isso que não lhes é permitido, o de usar o titulo de Engenheiro, mas fazem-no.

Devo esclarecer que na OE existem eleicões para os respectivos orgãos e cada membro efectivo pode votar, participar e ser eleito, pode com isso determinar o evoluir da instituicão, e por isso não há nada de mafioso, o que há é uma exigencia profissional, um separar "o trigo do joio" que muitos não gostam neste país... em conclusão: a opinião no comentário do leitor é superficial, e é erronêa, é reveladora de um desconhecimento, que admito seja comum à maioria das pessoas.

Cumprimentos,

P.S: O desvalorizar às ordens profissionais já vêm de longe...

Rui Baptista disse...

Prezado Engenheiro Ildefonso Dias: Acabo de publicar aqui no DRN um post em resposta a este seu comentário. Cumprimentos amigos.

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