segunda-feira, 23 de setembro de 2019

UM POUCO MAIS DE LUZ. EXPLICANDO O ELECTROCHOQUE


Meu texto na contracapa do livro  do médico Jorge Mota com o título acima, publicado pela editora da Universidade do Porto:

"Que a electricidade tem a ver com a vida já se sabe desde o tempo da disputa entre Galvani e Volta no século XVIII. No início do século XIX o romance "Frankenstein" de Mary Shelley foi influenciado por experiências de descargas eléctricas em cadáveres humanos. Mas foi só no século XX, em 1938, que foram feitas, pelo neuropsiquiatra italiano Ugo Cerletti, as primeiras experiências sem humanos. Seguiram-se muitas outras, perante a dificuldade de outros tratamentos de doenças mentais, mas a prática foi sempre controversa. O filme "Voando sobre um ninho de cucos" de Milos Forman, baseado num romance com o mesmo título, ilustra bem essa controvérsia, que teve amplo fundamento.

No entanto, o uso da electricidade como meio terapêutico em certas doenças mentais ganhou recentemente um ressurgimento. O Doutor Jorge Mota, médico psiquiatra no Hospital Magalhães Lemos no Porto, e especialista na electroconvulsoterapia (ECT), a técnica mais corrente na área, explica neste livro, depois de uma excelente introdução histórica, os principais conceitos da técnica assim como descreve os seus resultados positivos em certas doenças como depressões severas, manias, psicoses esquizofrénicas e catatonias. Sempre me interessei pelas relações entre a física e a medicina e aprendi bastante neste livro, em particular que os electrochoques, se aplicados com adequado critério (consentimento informado,  anestesia, etc.), em equipamento certificado e por especialistas experientes, não merecem hoje a má fama que no passado tiveram por via da sua indiscriminada aplicação. Aprendi também que há ainda bastante para aprender: ainda não se conhecem, por exemplo, os mecanismos precisos que levam à sua eficácia."

Sem comentários:

O BRASIL JUNTA-SE AOS PAÍSES QUE PROÍBEM OU RESTRINGEM OS TELEMÓVEIS NA SALA DE AULA E NA ESCOLA

A notícia é da Agência Lusa. Encontrei-a no jornal Expresso (ver aqui ). É, felizmente, quase igual a outras que temos registado no De Rerum...