Na primeira Agenda a educação foi declarada como “o motor da nova economia global". A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e a União Europeia (UE), entre outras organizações internacionais, fizeram eco destas palavras, elaborando "uma visão para a educação" e, em sequência, recomendaram uma reorientação/revisão/reformulação profunda dos currículos escolares capaz de cumprir tal desígnio. Foi o que aconteceu: políticos, empresários, académicos e educadores, entre outros "agentes/parceiros educativos", os países apressaram-se a cumprir, "à letra", o recomendado.
Ainda assim, algumas vozes - que se esvaem na gritaria entusiástica desencadeada por essa Agenda - têm persistido na ideia de que a educação escolar não se destina a formar capital humano, produtores-consumidores.
Seja por essa ou por outra razão, a segunda Agenda redireccionou o seu discurso: é preciso criar "uma nova visão para a educação”, diz a ONU. O “crescimento económico” deve dar ao “crescimento inclusivo”, cujo foco são “as pessoas, o planeta e a prosperidade”. Isto implica, já se vê, uma nova reorientação/revisão/reformulação dos currículos escolares que os "agentes/parceiros" aplaudem e que os países cumprem.
Quanto mais aprofundo o estudo destas Agendas mais me convenço que a primeira e a segunda são uma só: o “crescimento económico” e o “crescimento inclusivo” revelam-se cara e coroa da mesma moeda. Nada mudou ao nível das políticas globais para a educação. A dúvida adensa-se quando leio declarações como as que, recentemente, fez o nosso Comissário Europeu da Educação, Cultura, Juventude e Desporto. Referindo-se ao inquérito da OCDE designado por "Monitor da Educação e da Formação", o seu texto começa assim:
"A educação regressou ao topo das prioridades políticas da União Europeia. E com razão: a educação é fundamental para que a nossa economia continue a ser competitiva, e tem uma importância crítica na construção de uma sociedade coesa e justa.(continuação aqui):
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