segunda-feira, 20 de maio de 2019

VOLTAR A LER




Voltar a Ler - Alguma Crítica Reunida (Sobre Poesia, Educação e Outros Ensaios) de António Carlos Cortez 
apresentado hoje em Coimbra por
José Miguel Júdice, José Carlos Seabra Pereira e Carlos Fiolhais

·        A apresentação/debate em torno do livro Voltar a Ler - Alguma Crítica Reunida (Sobre Poesia, Educação e Outros Ensaios) de António Carlos Cortez terá lugar no dia 20 de Maio de 2019, pelas 18h00, no RÓMULO – Centro Ciência Viva da Universidade de Coimbra, no Departamento de Física da FCTUC, piso 0, em Lisboa e contará com as intervenções de José Miguel Júdice, José Carlos Seabra Pereira e Carlos Fiolhais.

Voltar a Ler - Alguma Crítica Reunida (Sobre Poesia, Educação e Outros Ensaios) da autoria do poeta, ensaísta e professor António Carlos Cortez reúne pela primeira vez em livro os ensaios que tem vindo a publicar na imprensa portuguesa e nalgumas revistas da especialidade. Nele o autor reflecte sobre a poesia portuguesa moderna e contemporânea, os ensaístas portugueses, a educação e outros temas de cultura, num livro dirigido a professores e pais, mas também aos que querem aceder a conhecimento sobre os referidos temas. O autor, com vários livros publicados, professor no Colégio Moderno, agita as águas e propõe um sério convite ao debate, enfrentando ideias feitas.

Sendo a literatura um compósito complexo de signos que nega a ditadura do banal em que estamos imersos e, na sua expressão máxima, a poesia, que se insurgem contra as palavras gastas dum quotidiano asfixiante, é frequente serem compreendidas, ou rechaçadas para territórios periféricos ao debate político.

Ora, agitar as águas do real, essa é precisamente a suprema função da arte. Como a História comprova, a arte semeia a dúvida necessária em torno de novos absolutos sendo o espinho que se crava fundo na certeza dos moralistas. É a dúvida e o princípio do incerto que mobiliza também este voltar a ler, pois foi sempre no gesto da releitura que se perceberam melhor certas ideias e caíram por terra certos preconceitos. Voltar a ler é abertura, compreensão, partilha.

Ao propor uma releitura de um conjunto de textos sobre poesia portuguesa moderna e contemporânea, sobre ensaístas portugueses e temas relativos à educação e à cultura, António Carlos Cortez convoca os leitores ao questionamento e à reflexão tão contrários aos tempos de adormecimento ameaçador que testemunhamos. 

ÍNDICE

Limiar — A urgência da literatura

I
SOBRE ENSAÍSTAS
Eduardo Lourenço: Habitar a esfinge
Luís de Camões: Os labirintos da exegese  
Vítor Aguiar e Silva: A Sena o que é de Sena
Manuel Gusmão: A razão da Literatura
Paula Morão: Um saber de leituras feito
Vasco Graça Moura: Um modo verbal de estar no mundo
Fernando J. B. Martinho: Uma homenagem
Gastão Cruz: O crítico ou como conhecer a escuridão?
Nuno Júdice, o Crítico: (Sobre ABC da Crítica)
Fernando Cabral Martins e Richard Zenith: Leitores de Pessoa
O Pessoa de Dona Cléo
Ruy Belo: Literatura explicativa
Poetas que interessam mais: Um livro de ensaios

II
VOLTAR A LER
Antero de Quental: A redacção do suicídio?
Mário de Sá‑Carneiro: Suicídio antes do suicídio
Sobre os «treze sonetos» de Alfredo Pedro Guisado: Uma estratégia para legitimar Orpheu 1
Os filhos de Alberto Caeiro: Subsídios para a leitura de alguma
poesia contemporânea
Mário Dionísio: Memória de um poeta (des)conhecido
Sophia de Mello Breyner: Palavras de poesia, hoje
David Mourão‑Ferreira: 90 anos
Mário Cesariny: Ou os caminhos de uma poética
João Rui de Sousa: Quarteto para as próximas chuvas, Um livro de poesia
Da neve à luz: Eugénio de Andrade: Branco no Branco / Contra a obscuridade
António Ramos Rosa: Alguns aspectos
Fernando Echevarría: O que sobe aos olhos
Fernando Guimarães: Uma ideia de poesia em As Raízes Diferentes
Herberto Helder: Uma forma de se despedir (sobre Poemas Canhotos)
Herberto Helder: E o nome se fez carne: Letra Aberta
Herberto Helder: A língua plena em A Morte sem Mestre   Ruy Belo: A poesia, «Urbi et Orbi»
Fiama Hasse Pais Brandão: Um discurso (em) branco
«Razões tenho para contar assim os factos»: A Moeda do Tempo, de Gastão Cruz
Da luz negra: Escarpas, de Gastão Cruz
Gastão Cruz: Todos os fogos, o fogo
Gastão Cruz: Oxidação negra
Existência: Poesia e poética de Gastão Cruz
A mente agita a matéria ou a restauração da palavra poética
Armando Silva Carvalho: A Sombra do Mar ou a Lição das Coisas
Nuno Júdice: Out the blue
Helder Moura Pereira: Lugares incomuns
Eduardo Guerra Carneiro: O «nojo do desgosto» ou a dor revisitada
Manuel António Pina (1943‑2012): O que não vai morrer.

III
EDUCAÇÃO E CULTURA
O lugar do livro no ensino, um subsídio
Provas de aferição: Uma reflexão sobre o acto de ensinar.
O Exame Nacional de Português: Analfabetismo funcional
O que se escreve e como se escreve no Exame Nacional de Português
O fm da Europa: Terrorismo e educação
Analisar a poesia em Exame Nacional ou como deturpar um poema
O acordo ortográfco: Rejeitar o absurdo
O regresso da literatura: Em nome dos alunos e dos professores
25 de Abril na sala de aula, uma reflexão
Praxes do Meco: A educação ou no reino da estupidez
Verdades sobre o ensino do Português: Metas curriculares e não
Uma ida ao Cante: Um cancioneiro numa noite de Verão
Proveniência dos textos

O AUTOR
ANTÓNIO CARLOS CORTEZ é poeta, crítico literário e professor de Português e de Literatura Portuguesa no Colégio Moderno, colaborador permanente do Jornal de Letras, onde assina a coluna «Palavra de Poesia», e das revistas Colóquio-Letras e Relâmpago. Publicou o primeiro livro de poesia em 1999 (Ritos de Passagem).

Destacam-se, da sua produção, A Sombra no Limite (Gótica, 2004), Depois de Dezembro (Licorne, 2010 – Prémio Sociedade Portuguesa de Autores em 2011), O Nome Negro (Relógio d’ Água, 2013), Animais Feridos (Dom Quixote, 2016) e a antologia A Dor Concreta (Tinta-da-China, 2016), Prémio Teixeira de Pascoaes – Associação Portuguesa de Escritores/2018.

Foi consultor do Plano Nacional de Leitura entre 2010 e 2016.

PRÉMIOS

Prémio Sociedade Portuguesa de Autores / 2011

Prémio Teixeira de Pascoaes – Associação Portuguesa de Escritores / 2018


FICHA TÉCNICA

Voltar a Ler - Alguma Crítica Reunida (Sobre Poesia, Educação e Outros Ensaios)
António Carlos Cortez

Colecção | Fora de Colecção
ISBN | 978-989-616-851-3
Páginas | 412 pp.
Capa | Brochada
Preço | €18,00

1 comentário:

Carlos Ricardo Soares disse...

O acesso à literatura sempre foi dificultado e, atualmente, muito mais. Não é que alguém tenha dificuldade em aceder a um livro. É muito mais do que isso. Só tem acesso à literatura quem tiver tempo e condições de leitura, pensamento, reflexão, escrita, partilha, crítica.
Na realidade, é preciso ser uma espécie de herói ou de privilegiado para aceder, usufruir e escolher um modo literário de estar e de manifestar.
Mas é o modo de estar e de se manifestar mais promissor e mais poderoso que se possa imaginar, mais aberto e livre e libertário, sem condicionantes metodológicas ou de processos, nem morais, nem éticos, nem científicos, nem pessoais...Nada pode ser tão apetecível para um humano que quer expressar, comunicar, divulgar, registar...como a literatura. Não conheci ninguém que lhe encontrasse limites, a não ser, claro está, os que apontei inicialmente e que se vêm agravando com a despromoção e eliminação de espaço e tempo "concedido", no ensino e na vida, à literatura.
Infelizmente, uma das razões para não escrever ou ler, é estarmos mobilizados para uma guerra prioritária dos outros, que não se compadece com aquilo que tu sentes, ou queres, ou pensas, ou gostas, ou imaginas e que é insensível e surda à tua guerra e à tua vida. Mas há quem, no meio dos bambardeamentos, ainda encontre força e discernimento para olhar, pensar, sentir, escrever, nem que seja com sangue.
A literatura é o maior desafio intelectual que um homem pode aceitar.

FÁBULA BEM DISPOSTA

Se uma vez um rei bateu na mãe, pra ficar com um terreno chamado, depois, Portugal, que mal tem que um russo teimoso tenha queimado o te...