Meu artigo de opinião
saído hoje no “Jornal as Beiras”, a que acrescento esta introdução de que acabo
de tomar conhecimento: “A escola francesa – fábrica de cidadãos,
motor da meritocracia e pilar histórico da identidade da França republicana –
volta ao básico. Ler, escrever, contar, respeitar. (…) No ano e meio que está no governo; Blanquer
[ministro da Educação Nacional], que deu impulso à proibição de telefones
celulares nas classes, também tem promovido o aprendizado de latim e grego” (‘El
País’, 23/11/2018):
“Entre nós a
mediocridade é ainda decreto”
João Lobo Antunes, neurocirurgião (1994-2016)
Segundo o “Expresso” (11/05/2019),
“Costa recusa uma ideia que já ganhou lastro no PS e no Governo: a de que se
devia mexer nas carreiras e avaliação dos docentes, como pedia a direita”.
Releve-se, ainda, que “até na ala esquerda [do Partido Socialista] se admite
que era desejável”.João Lobo Antunes, neurocirurgião (1994-2016)
Num país bicéfalo em questões de Ensino, por um lado uma belicosa Fenprof, por outro lado tíbios ministérios da tutela permeáveis a pressões sindicais, existe e prospera uma carreira docente única, sem paralelo no mundo, para professores do básico e secundário, que nem a época Gonçalvista teve a coragem de criar.
E nesta anómala situação,
em vésperas de eleições para o Parlamento Europeu, assiste-se a uma espécie de
tréguas sagradas, a exemplo da Grécia Antiga, durante os Jogos Olímpicos: o governo não mexe nas carreiras
e avaliação dos docentes e a Fenprof compromete-se a desconvocar uma greve
ameaçadora à avaliação dos alunos por si previamente gritada aos quatro ventos!
Trata-se de uma
carreira docente que nivela por igual todos os professores submetendo-os ao suplício de um hodierno
“Leito de Procusto”, da mitologia grega, “esticando os professores menos letrados e amputando as
pernas aos mais habilitados para, nesse
parto teratológico, caberem todos os docentes com parca distinção das respectivas estaturas científica, técnica e
pedagógica”, como escrevi na introdução do meu livro: “O Leito de Procusto” e o
subtítulo: “Crónicas Sobre o Sistema Educativo” (Outubro de 2005).
Anos atrás, num meu
artigo de opinião, formulei a pergunta
sobre a percentagem de professores negativamente avaliada. Até hoje silêncio
absoluto, mantendo-se, como tal, de pé a
questão a que ninguém responde o que me leva a pensar ser ela residual e, como tal, demonstrativa do
facilitismo da avaliação dos professores.
Só um julgamento enviesado à partida por interesses
sindicais pode fazer engolir à opinião
pública a pílula da boa qualidade de todos os docentes, como tal, dignos de
chegarem ao topo da carreira docente com idêntica desfaçatez de considerar que todos os pianistas são aptos a pertencerem a uma orquestra de música
erudita. Em minha defesa, evoco a inexistência de antigos alunos que se não recordem dos bons e maus professores que tiveram, prestando
homenagem aqueles e invectivando estes.
A não ser por surto amnésico, considero isso impossível embora possa ser contraditado por “haver sempre uma caterva de ingénuos prontos a escrever a história da última idiotice, a solenizar as tolices, a encontrar significados recônditos nas nulidades, a conceder entrada às imbecilidades no ensino de todas ordens e graus, pensando que fazem obra democrática e progressista” (Mario Perniola, professor da Universidade ‘Tor Vergata’ de Roma).
A não ser por surto amnésico, considero isso impossível embora possa ser contraditado por “haver sempre uma caterva de ingénuos prontos a escrever a história da última idiotice, a solenizar as tolices, a encontrar significados recônditos nas nulidades, a conceder entrada às imbecilidades no ensino de todas ordens e graus, pensando que fazem obra democrática e progressista” (Mario Perniola, professor da Universidade ‘Tor Vergata’ de Roma).
Estas personagens,
sob a capa de pedagogos progressistas, não passam de bobos de uma maltratada pedagogia
ao serviço de determinados fins políticos!
1 comentário:
Um professor de Física, ou de Química, do 12.º ano, não pode pertencer à carreira profissional de um educador de infância. Ponto final.
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