Eis o desabafo de um jovem doutorando francês que fez sensação nas redes sociais:
Je viens de réaliser que, n'ayant pas encore terminé mon doctorat, et mon département ayant été fermé entre temps, je suis le seul et DERNIER étudiant restant de lettres classiques de la faculté de Limoges...
Com 29 anos, este jovem é o último estudante de letras clássicas da faculdade de Limoges. De acordo com as suas próprias palavras (ver notícia aqui), vai acabar o seu doutoramento num departamento universitário fantasma.
"Avis aux aspirants rebelles ! Devenir étudiant en langues anciennes est
un choix de vie résolument alternatif, quasiment punk. D’ailleurs peu
s’y risquent."
Queixa-se, por isso, do seu isolamento e da falta de outros estudiosos de línguas clássicas com quem trocar impressões.
Na biblioteca do departamento reina "uma natureza morta".
O Departamento encerrou e, pouco a pouco, todos os investigadores foram saindo para leccionar nas escolas, desistindo, assim, da sua investigação. Ele resistiu, mas, no presente ano, já não tem qualquer financiamento, quer dizer, não ganha nada. Conseguiu apenas uma bolsa de um mês, para ir até Roma concluir a redacção da sua tese.
Quando o jornalista o questiona sobre o futuro, responde:
" Já não há lugares de letras clássicas nas Universidades em França, e não haverá, em breve, grego e latim. Hoje os maiores especialistas mundiais de língua latina estão nos Estados Unidos"
Ele gostaria de continuar na Europa e, por isso, espera conseguir em Setembro ir para Bruxelas fazer um post-doc.
O mal já está feito, por toda a Europa, e nos países que deviam ser os primeiros a preservar o estudo do seu passado.
Ainda iremos a tempo de evitar o desaparecimento total?!
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