Tentei um dia ir ao "novo" Museu dos Coches, mas como faltava uma hora para o fecho não me deixaram entrar. Eles não devem querer visitantes. Destaco o texto de Fábio Martins no MAGG 5/5/2019
O "El País" diz que há duas explicações: ou
os visitante são burros ou os responsáveis pelo património português estão a
falhar.
Embora Lisboa esteja cada vez mais repleta de turistas, a
verdade é que são poucos aqueles que visitam os vários museus da cidade. Quem o
diz é o jornal espanhol “El País”, que escreve que Lisboa é
das poucas capitais europeias onde não se formam longas filas para visitar
alguns dos monumentos mais importantes da história do País.
O jornal cita os dados disponibilizados
pela Direção Geral do Património Cultural que diz que, só em
2018, museus, monumentos e palácios portugueses perderam mais de meio milhão de
visitantes. Mas embora as entradas em museus tenham caído em cerca de
12%, a chegada de turistas ao País subiu em 11%.
Segundo a mesma publicação, há duas explicações possíveis: “Ou os visitantes são burros ou os
responsáveis pelo património português não estão a saber fazer o seu trabalho.”
E o jornal toma um partido, apostando na segunda hipótese.
“Em relação a 2017, o Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado perdeu cerca de
37,7% do seu público, o de Etnologia perdeu 36,6% e o de
Arte Antiga perdeu 27,6%”, lê-se ainda. Mas há mais, como o Museu de Teatro e Dança que recebe menos de
metade das visitas do que aquelas que foram registadas em 2014.
Mas segundo o jornal, o caso mais desastroso é o Museu Nacional dos Coches que, atualmente, tem
a mesma quantidade de afluência do que em 2015.
“Foi uma das últimas obras que os países do sul criaram com
fundos europeus na altura das vacas gordas. Um museu que custou 40 milhões de
euros desnecessariamente. Em suma, trata-se de uma vergonha nacional”, lê-se.
Quando foi construido, esperava-se que pudesse atrair cerca de
um milhão de visitas. Mas este ano o número total é de 320 mil e, diz o jornal
que “é o número mais baixo da sua triste história.”
“Além disso, a manutenção do museu exige 3,3 milhões de euros
enquanto há outros que caem, literalmente, por falta de dinheiro e têm de
fechar salas e auditórios por falta de vigilantes — como acontece com
o Museu Nacional de Arte Antiga”, continua.
Mas o jornal vai mais longe e ataca a diretora do Museu Nacional
dos Coches: “Mas como uma desgraça nunca vem só, a sua diretora Silvana Bessona
culpa a falta de lugares de estacionamento, como se algum dos outros o
tivesse”, conclui o jornal.
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