quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Porque fecha o ano lectivo?

Os dirigentes do SNESUP Gonçalo Velho e António Vicente interrogam-se justamente num artigo no Público de hoje. O ano académico reabriu mas há significativos sectores que não podem abrir por falta de manutenção e de pessoas. Começa a haver  equipamentos dispendiosos a degradarem-se rapidamente, que o melhor é serem vendidos em haste pública para o prejuízo ao Estado não ser total. A politica de fecho de centros de ciência de comprovada excelência (palavra que na boca do governo não vale nada mas que antes tinha um significado) é criminosa. Por oulo lado os jovens talentos continuam ser emprego condino, sendo forçados à emigração. Vejamos o que dizem aqueles professores:

"O  país foi confrontado com uma política de empobrecimento científico, com a redução do número de unidades de investigação e desenvolvimento, bem como com a redução de apoios aos estudos e formação avançada, reduzindo a pó o futuro científico de uma geração. Esta política científica terá consequências por muitos anos, dado que arrasou com equipas inteiras, queimando áreas que demoraram a construir, regressando o país a um tempo em que o estudo de determinadas matérias apenas pode ser prosseguido noutros países. Quem o fará suportando financeiramente os encargos não regressará também a esta realidade que afasta de si os seus melhores.
(...)
Orgulhosamente sós dirão alguns, quando muitos consideravam que esses eram tempos passados.
Hoje em dia desengane-se quem acredita que ainda é possível fazer investigação séria neste quadro. É o resultado de um trabalho de heróis, que ainda nos mantêm nos rankings. A vocação e a dedicação à causa fazem com que se tente ultrapassar todos os problemas. Já soubemos o que era trabalhar com condições dignas, entrar em parcerias internacionais de igual para igual. Hoje, o quadro é tão negro que se multiplicam os embaraços e constrangimentos com os nossos colegas estrangeiros. Como explicar que a reunião internacional de projecto não pode acontecer nessa data porque a universidade está fechada para poupar luz e água? Que é impossível ser no pico do inverno porque também deixou de haver verba para pagar o aquecimento? Que não podemos apresentar os resultados da investigação nesse congresso, porque não há verbas para viagens e os cortes também encolheram a capacidade de suportarmos esses custos partindo da economia doméstica? Que não é possível pagar a patente porque a universidade está perdida num meandro administrativo, em que qualquer gasto, mesmo que fosse no mais banal material de escritório, é um problema? 

O pior que acontece a um país empobrecido é que empobrece também nas suas ideias." 

1 comentário:

Anónimo disse...

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