Texto que recebi de Miguel Gonçalves, docente do Instituto Politécnico de Coimbra. Fica o apelo aos partidos para que digam o que vão fazer, caso venham a estar no governo.
Venho por mais este meio chamar a atenção para a questão da
directiva comunitária 1999/CE/70 e dos contratos por tempo indeterminado.
Muitos docentes do ensino superior público encontram-se a contrato há mais
de 10 anos, muitos com cerca de 20 anos ininterruptos, sempre na mesma
instituição de ensino superior público.
Docentes e investigadores com mais de 10 anos, por exemplo, estão a preencher necessidades
permanentes.
Por este motivo, estes docentes e investigadores têm direito a um contrato por tempo
indeterminado.
Faço notar que não estou a colocar em cima da
mesa a questão do acesso à carreira. Essa é uma dimensão diferente do
problema, porque aí o doutoramento ( PhD) é condição determinante.
Apenas solicito a ponderação sobre esta questão: um contrato por
tempo indeterminado para quem tem mais de 10 anos de serviço ininterrupto no ensino superior público (e no sector da ciência, também).
Poderia, talvez, a isto adicionar-se a questão
de, em paralelo, esses docentes serem Mestres (pré-Bolonha, evidentemente)
e terem também um CV académico relevante. E mais uma prova pública, claro (provas públicas de aptidão pedagógica e científica). Não integrariam a carreira, mas teriam mais estabilidade.
Esta proposta não tem impacto orçamental, porque os docentes e investigadores já estão no
sistema e permaneceriam no mesmo escalão e na mesma categoria profissional.
Trata-de de uma proposta que vai ao encontro da valorização do trabalho e dignidade para quem trabalha e,
acrescento, o direito ao emprego.
Este é o momento privilegiado para os partidos candidatos à Assembleia da República se pronunciarem.
Miguel Gonçalves
ISCA de COIMBRA
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