Não Posso Adiar o Amor
Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas
Não posso adiar este abraço
que é uma arma de dois gumes
amor e ódio
Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação
Não posso adiar o coração
António Ramos Rosa
Poema constante na obra Viagem Através de uma Nebulosa
1 comentário:
Quem deixa coisas tão bonitas não morre no completo. Esvanece. Mas deixa o imortal de si. A maioria dos homens é rasto de cometa, lembrança de memória frágil a quem a vida acena. Mas, António Ramos Rosa permanece.
Bem Haja, Poeta. Obrigada.
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