quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Não apoiar a comunicação em ciência faz parte de uma estratégia

Segundo o texto de Gonçalo Calado, publicado hoje no público:
As bolsas para divulgação e comunicação da ciência deixaram de existir no último concurso aberto pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia. É uma estratégia de distanciamento entre ciência e sociedade, que retira poder negocial aos investigadores. 
Ler o texto integral, aqui.

A petição a propósito deste assunto pode ser assinada aqui.

3 comentários:

João Pires da Cruz disse...

Para além do facto de haver contas a prestar a quem paga, um conceito exótico que já me proporcionou a minha dose de insultos por aqui, toda a gente parece ignorar o objectivo do colectivo em andar a pagar cientistas. Alguém me explica de que forma um empresário, uma empresa, um investidor vai aproveitar o que quer que seja da investigação científica portuguesa se esta não for comunicada de forma clara em todas as vertentes? Será que o ridículo da história não acrescentou nada a esta gente?

Estou interessado em investir. Porque é que investir num projecto cientifico português é melhor que comprar um Ferrari? E, se não sabemos explicar isto, porque é que passamos a vida a meter a culpa no gajo que compra o Ferrari?

Maria Elvira Callapez disse...

Caro João Pires da Cruz,

junto estas ideias ao debate :http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=22628&op=all.

Continue na defesa da comunicação da ciência pelos que são capazes.

Com gosto,
Maria Elvira Callapez

Anónimo disse...

Relativamente ao brutal corte no número de bolsas (50% menos) a atribuir este ano - nem uma palavra. Tudo vai bem, madame.

Relativamente ao desaparecimento de outras áreas, como a história da ciência - muito poucas palavras. Tudo vai bem, madame.

Relativamente ao desemprego crescente entre doutorados - nada. Tudo vai bem, madame.

Relativamente à sangria que se aproxima nos centros de investigação - nada de nada. Tudo vai bem, madame.

Agora, o desaparecimento das 5/6 bolsas que seriam atribuídas para alguém fazer doutoramentos ou pós-doutoramentos em comunicação da ciência, isso não! Campanha, petições, textos antevendo a ruína do sistema científico!

Já pensaram que sem ciência, não há sentido na comunicação da ciência?
Já pensaram que, precisamente, para fazer comunicação da ciência - tal como aponta o Fiolhais - nada melhor do que alguém que saiba de ciência, um dos doutorados no desemprego, por exemplo? (um doutorado em comunicação da ciência, o que sabe de ciência? e se não sabe, como comunicar o quê?
Já pensaram que já existem os ciência viva e programas específicos para a divulgação da ciência?

Bem sei que para os empreendedores, cuja grande dúvida na vida é entre a compra de um Ferrari e o financiamento, por parte da FCT, de um doutorando (?), a comunicação da ciência é mais importante do que a ciência, como se a comunicação da ciência fosse meramente uma espécie de publicidade dos produtos científicos. Mas os restantes deveriam estar atentos à razia que a FCT - braço armado deste governo de facínoras - está a fazer ao sistema científico e às universidades. É isso que está jogo, não é meramente a área específica da auto-promoção.

O BRASIL JUNTA-SE AOS PAÍSES QUE PROÍBEM OU RESTRINGEM OS TELEMÓVEIS NA SALA DE AULA E NA ESCOLA

A notícia é da Agência Lusa. Encontrei-a no jornal Expresso (ver aqui ). É, felizmente, quase igual a outras que temos registado no De Rerum...