quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Escrever para impressionar ou para comunicar?

Como é que, segundo Karl Popper, se deve comunicar a ciência? De modo claro e compreensível, do modo mais claro e compreensível que for possível.
E se assim não acontecer? A ciência não avança. Porque a crítica, uma das condições do seu progresso, não se pode exercer. Tão simples quanto isso!

“Há muitos anos, costumava prevenir os meus alunos contra a ideia largamente espalhada de que se vai para a faculdade para aprender a falar e a escrever «de modo a impressionar os outros» e de forma incompreensível. Na altura eram muitos os alunos que chegavam à faculdade com esta ideia ridícula, especialmente na Alemanha. E a maioria dos estudante par excellence. Há poucas esperanças de que venham a alguma vez a compreender que estão errados, ou que há outros padrões e valores — valores como a busca da verdade, a aproximação à verdade através da eliminação crítica do erro, e a clareza. Nem virão a descobrir que o padrão de obscuridade «que impressiona» vai, de facto, contra os padrões de verdade e de crítica racional. Pois estes últimos valores dependem da clareza. Não podemos distinguir a verdade da falsidade, não podemos distinguir uma resposta adequada de uma resposta irrelevante para um problema, não podemos distinguir as boas ideias das ideias banais e não podemos avaliar criticamente as ideias (…).”
Karl Popper (1999). O mito do contexto: em defesa da ciência e da racionalidade (Lisboa: Edições 70), p. 97.

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A notícia é da Agência Lusa. Encontrei-a no jornal Expresso (ver aqui ). É, felizmente, quase igual a outras que temos registado no De Rerum...