De Luís Fernando de Freitas Júnior, estudante da Universidade Federal de Minas Gerais, agora na Universidade de Coimbra, recebemos um poema e um filme a apontarem para uma questão que une a literatura, a ciência e a filosofia: as potencialidade e os limites da razão para alcançar a verdade.
Verdade
Carlos Drummond de Andrade
A porta da verdade estava aberta,
mas só deixava passar
meia pessoa de cada vez.
Assim não era possível atingir toda a verdade,
porque a meia pessoa que entrava
só trazia o perfil de meia verdade.
E sua segunda metade
voltava igualmente com meio perfil.
E os meios perfis não coincidiam.
Arrebentaram a porta. Derrubaram a porta.
Chegaram ao lugar luminoso
onde a verdade esplendia seus fogos.
Era dividida em metades
diferentes uma da outra.
Chegou-se a discutir qual a metade mais bela.
Nenhuma das duas era totalmente bela.
E carecia optar. Cada um optou conforme
seu capricho, sua ilusão, sua miopia.
11 comentários:
Da forma
A leitura a (expansão) expressão da verdade.
O ser humano reconhe-se:
enquanto leitura,
enquanto lecto,
enquanto poesia!
reconhece-se*
Da verdade per liberdade, estaria a medida.
A inteligência ama a verdade!
A verdade era a chama,
a virtude a lâmpada,
o combustível, lealdade.
A verdade é potência inteligível.
Da verdade
Bem inquestinavel!
inquestionável*
A ciência exalta de acção inteligível o tempo verbalizado.
Do paradoxo
Enquanto o sono tem acção promotora no mito, o despertar tem acção promotora do tempo verbalizado.
Valha da consideração e por duas, ad admiração a Universidade de Coimbra: interage da verdade pela verdade.
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