segunda-feira, 4 de março de 2013

Os problemas têm solução

"… estou convencido que é preciso acreditar para não nos deixarmos desencorajar. 
Com a idade avançada que já tenho, estou a enviar uma mensagem de confiança, 
dizendo que os problemas têm solução. Eu conheci muitos problemas 
que pareciam insolúveis, e que foram resolvidos: o nacional-socialismo, 
o fascismo, o estalinismo, o colonialismo, o apartheid, a construção da Europa...
Tudo coisas que se dizia que eram muito difíceis de resolver. 
Mas chegaremos lá."


As palavras acima são de Stéphane Hessel, judeu de Berlim naturalizado tardiamente francês, um dos autores da Declaração Universal dos Direitos Humanos, publicada em 1948. Foi o último dessa equipa extraordinária a deixar este mundo, na passada semana, aos noventa e cinco anos.

Como se poderá imaginar, conheceu na Resistência Francesa, nos campos de concentração nazis, nos organismos internacionais onde colaborou depois da Segunda Grande Guerra, a pior e a melhor face da Humanidade. Talvez por isso mesmo, afirmava constantemente a sua profunda crença nas pessoas, no que têm elas têm mais nobre e na sua capacidade de melhorar o mundo.

Relativizados e subjectivados os valores universais, postos ao mesmo nível de opções individuais e grupais, foi considerado por muitos fora do tempo, deste tempo pós-moderno, onde a verdade se dispensa em favor de verdades leves, pulverizadas e todas toleráveis.

Um juízo desse tipo não tem, como se percebe, contra-argumentação racional e, nessa medida, muitos desistem de o enfrentar. Não foi o caso de Hessel, que até ao dia da sua morte insistiu no dever que a todos assiste de defender o legado humanista que recebemos e de o passar às gerações que se seguem. 

Esta é, no meu entender, uma ideia pedagógica profunda, que é urgente retomar.

Nota: Citação e imagens extraídas de entrevista dada por Stéphane Hessel ao jornal Público da última vez que esteve em Lisboa, há dois anos.

3 comentários:

augusto küttner disse...

Um Homem fora de série!

E agora para algo con pateta mente diferencial disse...

o legado humanista não é um legado papal

nem é um legado a todo o custo

1 milhão de baratas tutsi mortas provam que o legado humanista é inversamente porporcional à densidade populacional e directamente proporcional à eutanásia por lapidação....

bons sonhos somalis neste reino do haiti....

augusto kuettner disse...

Falta de papel???????????????? Só????????????????????????

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