Primeiro, baseia-se em classificações de universidades para declarar que uma é melhor do que outra, vulgo "rankings". Ora, o modo como tais classificações são feitas deixa amplo espaço de manobra para que uma universidade que fica em primeiro lugar numa classificação fique em décimo noutra. A maneira como medimos a qualidade de uma universidade depende do que entendemos que é a qualidade de uma universidade.
Segundo, se a análise do autor estivesse inteiramente correcta, seria de esperar que antes da segunda guerra mundial as universidades norte-americanas tivessem a mesma influência que têm hoje em dia. Mas não tinham. No caso da filosofia, por exemplo, nenhum departamento norte-americano antes da segunda-guerra mundial se aproximava sequer de um departamento britânico médio, quanto mais dos melhores. (Com que critérios? Vagos, baseados no meu conhecimento da bibliografia e da história da filosofia. A minha impressão não tem qualquer base científica, mas eu ficaria muito surpreendido se um estudo científico a contrariasse -- e não apenas eu, mas praticamente qualquer filósofo.)
Eis uma ideia. O autor pode ter razão, e o modelo de administração norte-americano que ele defende parece-me uma excelente ideia. Mas outro factor crucial para explicar o domínio actual das universidades norte-americanas é o fenómeno que observamos várias vezes ao longo da história da humanidade: os mais importantes centros de estudo tendem a ir atrás do poder económico. Veja-se aqui a minha recensão de Empires of the Word, para uma ideia semelhante no que respeita à importância das línguas.
1 comentário:
Optima ideia. Sugiro que se comece com a escola primaria do bairro da Bela Vista em Setubal...
Boas.
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