quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Alterações climáticas e a teoria da conspiração


Não percebo muito (e se calhar assumido desta maneira já é um eufemismo) de questões climáticas. Sou licenciado em química e depois disso dediquei-me essencialmente a estudar proteínas. Poderia falar com uma certa segurança sobre as chuvas ácidas, do ciclo do carbono (que é removido da atmosfera pelas plantas com a ajuda de um fotão, vai habitar açúcares que nos dão energia ou hidrocarbonetos do petróleo que movem os nossos carros, e volta novamente à atmosfera por via do metabolismo celular ou da queima). Não está ao meu alcance opinar sobre modelos computacionais, métodos e tratamentos de dados das questões climáticas. A única coisa que tenho para formar uma opinião sobre as alterações climáticas é um espírito crítico, para reconhecer argumentos de autoridade que me pareçam válidos. Com base nisso penso que o aquecimento global causado pelo homem é uma realidade. Vou tentar explicar porquê.

1. Existe consenso na comunidade científica sobre esta questão. Segundo um estudo publicado pela historiadora de ciência Naomi Oreskes na Science em 2004, dos mais de 900 artigos publicados entre 1993 e 2003 sobre alterações climáticas nenhum refutava a ideia de que a Terra está a aquecer por causa da actividade humana. Não conheço nenhuma contestação com a mesma validade (publicada numa revista científica com arbitragem pelos pares) a este estudo e este consenso foi revalidado no relatório do IPCC de 2007. A haver contestação ao aquecimento global por causas humanas, ele não é publicado em revistas científicas.

2. A serem falsas as conclusões de que o planeta está a aquecer por causa das emissões de dióxido de carbono com origem na actividade humana teria que haver uma conspiração com dimensões mirabolantes. Envolveria uma miríade de institutos de investigação e organizações meteorológicas, editores de revistas científicas, assim como um grande número de investigadores (nomeadamente alguns portugueses, como Filipe Duarte Santos). Uma tal convergência, mesmo contando com um efeito rebanho que faria dos cientistas que estudam o clima uma multidão de adolescentes a seguir uma banda da heavy metal, parece-me improvável. Faz lembrar um pouco a música do Rui Veloso Não há estrelas no céu: "parece que o mundo inteiro se uniu para me tramar".

3. Essa conspiração extraordinária envolveria cientistas que nunca se conheceram, de várias gerações, como Arrhenius (que em 1894 começou a estudar a relação entre a quantidade de CO2 na atmosfera e a temperatura do ar) e Charles Keeling (que a partir de 1958 iniciou as medições da concentração de CO2 atmosférico de forma rigorosa), por exemplo. O conhecimento que temos do efeito do dióxido de carbono na atmosfera tem vindo a ser amadurecido e depurado.

4. Várias hipóteses foram levantadas para explicar a evolução do clima no último século. Desde a influência dos raios cósmicos, ciclo solar, variações da elipse da órbita da Terra. Todas essas coisas são estudadas e o seu contributo avaliado. Por exemplo, decorre no CERN um importante projecto chamado CLOUD que procura estudar a influência dos raios cósmicos na formação de nuvens. Mesmo considerando todas estes factores, os cientistas que publicam artigos científicos sobre o assunto continuam a achar que as emissões de dióxido de carbono humanas têm uma contribuição importante.

5. A haver uma conspiração, penso que seria mais provável do lado contrário: ou seja a indústria e governos dos países mais poluidores e poderosos tentarem ofuscar os resultados que apontam no sentido de que as emissões de gases de efeito de estufa com origem humana são responsáveis pelo aquecimento global. E isto acontece. Veja-se a posição da administração Bush ou os incentivos monetários da Exxon Mobil Oil para quem encontrasse erros no relatório do IPCC.

6. Não penso de modo nenhum que o nosso conhecimento das questões climáticas não possa evoluir. Mas, segundo o conhecimento científico actual, o planeta está aquecer e as emissões de gases de efeito de estufa com origem humana têm um contributo importante para que isso aconteça.

73 comentários:

Rui Curado Silva disse...

Muito bem!
A minha total concordância

José C disse...

Caro David, o seu post é de uma racionalidade inatacável.
O problema são os pressupostos.
Diz que há consenso sobre o facto de haver aquecimento global e ter causas antrópicas e esse axioma é errado.
Há consenso sobre o facto de o clima se alterar, como não podia deixar de ser.
Há consenso sobre o facto de a actividade humana ter influencia nessa alteração, o que tb é óbvio, fazemos parte da biosfera, produzimos GEE apenas pelo facto de existirmos. Como os outros animais, os vegetais, os vulcões, o sol, etc,
Mas não há consenso sobre o facto de a actividade humana ser o principal causador dessa mudança e muito menos que seja o CO2, o principal agente dessa mudança.
O consenso sobre isto, é ideológico, tem a ver com uma genérica aversão à tecnologia, à sociedade de consumo, à indústria, enfim, uma verdejante anseio de regresso a um sonhado útero verde da Terra e da Natureza, o deus que resta, depois da morte de Deus.

O Apelo de Heidelberga (1992) subscrito no inicio da escalada catastrofista ( Conferencia do Rio) em que nos vemos metidos, por mais de 4000 cientistas, incluindo quase 100 Prémios Nobel,dá conta do que está em causa.

"We are, however, worried at the dawn of the twenty-first century, at the emergence of an irrational ideology which is opposed to scientific and industrial progress and impedes economic and social development."

Quanto a papers com peer review, duas coisas:

O recente escandalo do CRU, mostrou que os papas do global warming, justamente os responsaveis pela elaboração da fundamentação cientifica dos Relatórios dom IPCC, conspiravam explicitamente para interferir nas normas, de modo a afastar papers com teses divergentes.

Um investigador que viva das subvenções e bolsas (a maioria), tem de viver, tem de obter financiamentos, tem de publicar.
Custa-lhe entender a pressão para não se afastar do "consenso"?
Por exemplo a EPA (USA), atribui bolsas de forma enviesada...aqueles que se proponham investigar aquilo que é a razão da existencia da Agencia.
As perversões são inevitáveis.
Ãh,tb se engana quanto a papers que refutam a tese do "consenso". É verdade que o IPCC não os contabiliza ( nem o poderia fazer, uma vez que refutam a urgencia para a qual o IPCC foi criado) mas existem e são muitos.

Aliás alguns dos cientistas que trabalharam já no IPCC, são vozes conhecidas da contestação, como John Christy ou Roy Spencer, etc.
E por cá, o Professor Dr Delgado Domingos, não tem papas na língua.

Mas é óbvio que não é uma conspiração...tem razão...uma coisa a esta escala e com esta gente seria impossível.
Mas há um efeito cardume, há políticos preocupados ( se se der ao trabalho de ler os Relatórios do IPCC e depois os Sumarios para Politicos, verificará que onde os primeiros falam em probabilidades, eventualidades, cenários, etc, os ultimos usam uma linguagem de certezas, moralista e por vezes contraditória relativamente ao Relatório) há dinheiro a jorrar, há um clima de pânico e urgência que não é bom para a discussão.

Miguel Galrinho disse...

No meio de tantos textos sobre o aquecimento global dos quais só se retira uma confusão enorme de ideias (e que têm sido destacados ultimamente pelo David Marçal), é bom ler um texto lúcido sobre o assunto. Obrigado!

João Sousa André disse...

Obrigado caro David Marçal. Belo texto.

Caro José C. Existe de facto o consenso em torno das causas para as alterações climáticas. Não existe é unanimidade, como é óbvio.

Quanto a dizer que por existirmos emitimos GEE, tem toda a razão. E esses GEE são equilibrados em condições normais. Os fogos florestais de origem natural, os vulcões, o metano emitido por gado, etc, tudo isso tem um peso maior no efeito de estufa na nossa atmosfera. Aliás, sem ele não teríamos aqui vida.

Aquilo que fazemos com a nossa industrialização é fazer transbordar o copo. Não é que emitamos muito mais do que o planeta, mas o que emitimos o planeta não consegue compensar. É por isso que somos responsáveis.

Quanto ao silenciamento das vozes críticas, nada disso me pareceu ser revelado pelos e-mails. Isso serão histórias inventadas pelos Delgado Domingos deste mundo (digo eu).

Joao disse...

Caro David Marçal,

Não entenda isto como um insulto ou provocação, porque não é: diz no começo que não é muito entendido em questões climáticas. Concordo com essa parte. No resto, nem tanto. Aquecimento global? Não. Variabilidade climática! Consensos, contributo relevante da actividade humana... tudo muito discutível. E quando uma vasta comunidade começa a viver à custa do putativo aquecimento global, não há peer review que resolva haver quem conteste ou conclua o contrário.

Sobre a conspiração que a si pareceria fazer mais sentido, a dos países poluidores que teriam maior vantagem em refutar do que apoiar a teoria do aquecimento, pense nisto: o que lhes dá jeito? Apoiar uma teoria que coloca restrições que mais facilmente esmagam países emergentes (e que mais tarde iriam dividir o mercado com eles) do que eles mesmos, que têm peso político e dinheiro para negociar, ou apoiar uma que permitiria a todos os países um desenvolvimento industrial sem quaisquer penalizações por emissão de poluentes?

rt disse...

Há dias ouvi um fanático religioso (e defensor do criacionismo) utilizar o facto de por vezes existirem polémicas entre cientistas (como esta sobre o aquecimento global, embora nesta entrem na liça muitos não cientistas) para desvalorizar a ciência.
Julgo que é uma maneira errada de pensar. O facto de haver polémicas e debates não diminui o valor da ciência, devido a diversas razões que seria longo enunciar.
Mas nem todas as polémicas são intelectualmente relevantes, nem todas têm interesse científico - mesmo que estejam envolvidas ideias ralacionadas com a ciência (por exemplo: o debate sobre o criacionismo não me parece ter qualquer interesse científico ou intelectual).
Quando é que uma polémica tem interesse e importância científica? Haverá regras que os polemistas devam seguir para que a polémica não fuja da área científica?

José C disse...

"E esses GEE são equilibrados em condições normais."

Exacto. Na verdade há cientistas que defendem a tese de que o sistema climático é auto-regulável, é um sistema complexo e dinâmico. Acreditar que a nossa contribuição de CO2, inferior a 0,1% do total, é que faz "transbordar o copo" ( faz? não, os catastrofistas falam sempre no futuro, como se os modelos em que se apoiam fossem máquinas de profecias") é ir um bocado longe de mais, quando, na verdade, a janela de absorção do CO2 está praticamente esgotada, pelo que pouco mais efeito de estufa daí virá.

"Quanto ao silenciamento das vozes críticas, nada disso me pareceu ser revelado pelos e-mails."

Não leu os emails, pois não?

" inventadas pelos Delgado Domingos deste mundo"
Nota-se que não sabe quem é o Sr. Ora investigue e verá que sabe mais desta matéria do que a Padeira de Aljubarrota de dar pazadas em castelhanos.

Anónimo disse...

De facto já houve consenso a respeito de muitas coisas com aconcordância das grandes autoridades. Por exemplo que o sol rodava à volta da terra e esta estava no centro do universo. Há muito mais exemplos. Outro: na década de sessenta que as colónias eram parte integrante da pátria portuguesa. Os exemplos abundam em todas as esferas davida.

Anónimo disse...

Eu não percebo por que se há-de andar contra o aquecimento. Se houvesse arrefecimento também seríamos contra? Parece que alguns que falam pretendem que a evolução do planeta pare: nem aquecimento nem arrefecimento. Desaparecimento de espécies nem pensar. Eu não percebo. Esta coisa é feita de mudança... Se os ambientalistas, ou lá o que são, vivessem há uns milhões de anos dar-lhes-ia um chilique se vissem os dinossáurios desaparecerem. Lá iriam com hospitais para dinos...acarinhariam aqueles monstros e etc. Para quê lobos e linces onde eles já não existem?
O aquecimento é provocado pelo homem? Eu não sei mas acredito, o homem anda por cá para fazer alguma coisa. Há umas torres enormes que são provocadas pelas térmites, há mortes que são provacadas pelso cogumelos, há chuva, há vento. Essencialmente os ambientalistas não entendem o que é o planeta nem o universo.

Anónimo disse...

Papers com peer review. A paraloda portuguesa dá uma importância a isso desmesurada. Não admira, os portugueses são recém chegados a estas actividades de papers, há muito poucos anos niguém (ou quase)sabia o que isso era. Aprenderam, ficaram deslumbrados... Um paper com peer review não passa de um paper que um tipo escreveu e outro leu (ou fingiu) e disse que era bom. Nada mais do que isto.

Pinto de Sá disse...

Há não mais de 40 anos, e sobretudo há 60, era um quase absoluto consenso entre os intelectuais de todo o Mundo que o motor da História era a luta de classes e que o capitalismo gerava inevitavelmente o seu próprio fim, o socialimso.
Esta convicção baseava-se em factos científicos incontornáveis, dando mesmo o nome de "científica" a essa teoria socialista.
Também na altura, qualquer intelectual, como Orwell, que até fora ele próprio comunista, ou Raymond Aron, que negasse a validade da teoria e tentasse denunciar factos sobre o socialismo real era imediatamente desautorizado e acusado de vendido ao capitalismo, se não fosse possível impedi-lo de falar. Coisas como o massacre de todos os oficiais polacos em Katyn só foram comprovadas 50 anos depois de terem acontecido.
Não quero com isto afirmar que as teorias do Aquecimento global antropogénico estão erradas. Não sei o suficiente sobre o assunto para o afirmar.
Quero apenas notar que é uma grande ingenuidade pensar ser impossível haver um consenso quase unânime entre os inteligentes e, apesar disso, toda a ciência que invocam ser um erro.
Cordiais cumprimentos,

José C disse...

"Há dias ouvi um fanático religioso (e defensor do criacionismo)"

Por exemplo, esta frase. Dá a entender que um defensor do criacionismo é um fanático religioso e ponto.

Ora há defensores do criacionismo que não são fanáticos religiosos.

Eu, por exemplo, não sou religioso, não acredito num deus moral, que espia para ver se catrapisquei a mulher do próximo e essas coisas.

Acho que a teoria de Darwin é fabulosa e explica muito bem a evolução.

Mas não explica COMO APARECEU A VIDA.
E as teorias de que terá aparecido de forma espontânea num caldo químico, são tão religiosas como a de um criador qq, isto é, não foram provadas. Claro que são refutáveis, estão expostas à experimentação, e isso é bom porque estão abertas à investigação, mas até alguém criar vida nessas condições, são tão válidas como outra qq.
Há até quem defenda a tese que a vida terá vindo em meteoritos, mas isso apenas transporta o problema para uma escala maior.

Nestas coisas o melhor é manter a mente aberta..

João Sousa André disse...

Antes de mais uma resposta aos anónimos que escreveram acima.

1. para aquele que acha que o aquecimento e o arrefecimento e o desaparecimento de espécies é uma coisa normal. Ora bem, é de facto normal. É sabido que o planeta já foi coberto por gelo (embora a que ponto não se saiba bem) e que também já viveu praticamente sem gelo. Só que essas alterações aconteceram ao longo de milénios ou, no máximo, séculos. Um piscar de olhos geológico, mas ainda assim muito mais lentamente do que aquilo que se prevê. O problema não é o aquecimento em si, é a velocidade a que o mesmo acontece. Como o clima é dinâmico, responde a estas alterações. E a uma alteração violenta (por ser rápida) também o clima poderá responder violentamente. Quanto ao desaparecimento de espécies, é fácil de explicar o problema. Imagine que desaparecem os predadores (que são das espécies mais sensíveis que há) como o lobo ou o lince numa determinada região. Os coelhos poderão reproduzir-se sem problemas e poderão começar a devastar a vegetação (inclusivamente as culturas humanas). Sem a vegetação algumas espécies de aves deixarão o local, pelo que deixarão de consumir insectos. Com o aumento de insectos passar-se-à a ter muito mais doenças (por exemplo). Esta dinâmica nem é estranha. Já foi vista noutros locais.

2. para o que desdenha o peer-review, a única coisa que posso dizer é que é ignorante e nem sequer tenta usar a massa cinzenta que tem. O peer-review tem falhas, não haja dúvidas disso, mas é muito mais fiável do que aceitar simplesmente que aquilo que um qualquer idiota publique num livro é verdadeiro. O peer-review é, na esmagadora maioria das vezes, bem feito, rigoroso e sério. E a crítica não é nada mansa. Por isso é que tem funcionado. E tem que ser feito por pares porque a população em geral não compreenderia os tópicos. O David Marçal, ao escrever que não é especialista, está a dizer a verdade. Ele não seria competente para analisar um artigo em climatologia. E, no entanto, sê-lo-ia bem mais do que talvez 99% da população mundial. Incluindo o anónimo.

João Sousa André disse...

José C. antes de mais esclareçamos uma questão quanto ao Prof. Delgado Domingos. O facto de ser professor com muitas provas dadas numa área não faz dele infalível. Aliás, acontece frequentemente que muitos professores, após criarem um nome enorme com o seu trabalho inicial, deixam de ser críticos consigo mesmos e deixam de acompanhar os últimos desenvolvimentos da tecnologia. Durante os meus estudos (de engenharia química) tive um professor, de grande nome na área, que não citava um artigo científico com menos de 20 anos. Não os lia, simplesmente. E, no entanto, era tido como um grande nome por muita gente. Não era por (ainda) o merecer, antes por hábito. Veja Einstein. Apesar das teorias que desenvolveu no início da sua carreira, a sua produção científica na segunda parte da mesma é algo menorizada. Não é por ser o nome de Einstein que tudo o que dissesse, mesmo no campo da física, seria aceite.

No artigo de Delgado Domingos ele até escreve coisas que são uma barbaridade. Ou porque as desconhece ou (muito mais provável) porque pretende enganar ou desconversar. Quando fala do arrefecimento dos anos 60 a 80 está a ignorar a sólida ciência produzida que pretendeu explicar o fenómeno (e o fez em grande parte, não vou dizer a 100% porque isso não existe em ciência). A razão desse arrefecimento foi o aumento de poluição que aconteceu no final da II Guerra Mundial e que levou à acumulação de partículas e gases na atmosfera que reflectiam os raios solares. Com a instalação dos filtros em chaminés, mudança para alguns tipos de combustíveis que não potenciassem a libertação de certos gases, etc, reduziu-se de imediato esse efeito. Uma das razões para um abrandamento do aquecimento do planeta estará relacionada com o facto de o aquecimento ter sido mais forte nos anos 80 e 90 precisamente porque deixou de haver o efeito de arrefecimento da poluição por partículas.

Ao escrever como escreve, Delgado Domingos ou engana ou demonstra ignorância. Seja como for não confio nele.

Quanto a ler os e-mails, claro que não os li. Tenho mais que fazer que ler milhares de e-mails. E arrisco dizer mais, fora os autores dos mesmos, ninguém os leu. Alguém fez pesquisas com "strings" para procurar palavras chave que apontassem para conspirações e publicou os excertos que lhes interessou. Mas li outros websites e media, que concordam e que discordam com as alterações climáticas provocadas pelo Homem, e nunca vi referências sérias à tal conspiração para silenciar vozes discordantes.

Quanto ao facto de a contribuição humana ser a proverbial gota que faz transbordar o copo, isso é fácil de imaginar. O planeta conseguiu absorver muita da contribuição humana, isso é claro e os cientistas concordam. Aquilo que também dizem, contudo, é que continuando a aumentar as nossas emissões de CO2 (e NO2 e CH4) iremos ultrapassar a capacidade de absorção do planeta. Isto não é difícil de compreender.

a.mar disse...

Bom Dia!
Eu acredito que a poluição tem influência no clima.
Toda esta energia produzida pelo Homem junta-se à da Natureza da Terra na evolução das condições.

Mas não tenho dúvida que o dinheiro, os interesses económicos influem em primeiro lugar em todas as acções de investigação e pôr em práctica.

Era muito importante que cada um tivesse o máximo de conhecimento acerca destas questões e tomasse consciência dos actos que pratica no dia a dia de forma a poupar recursos, a cuidar da água e das florestas. A Natureza não está nem aí para o Homem, o Homem é um grãozinho no Universo global. Se dermos conta disso concerteza vamos respeitar melhor as condições que temos porque num ápice acabarão.
A primeira agressão que a poluição duma cidade faz é a quem lá vive que respira diariamente aquele ar, mas o corpo humamno tem a capacidade de se adaptar, assim como toda a Natureza. E o tempo passa e a adaptação cria seres capazes de sobreviver nessas condições.

É que até as energias renováveis, a energia eólica agora a ser aproveitada, está concerteza a destruir habitats próprios de algumas espécies que vão ter que trabalhar muito para sobreviverem nos espaços agora tomados pelas ventoinhas. Que produzem tanto ruído constante, abriram caminhos por terrenos quase selvagens, etc.
E nós estamos a ficar sem paisagem limpa de sinais de humanização.

Gostei muito de conhecer este espaço de transmissão de conhecimentos!
Obrigada!

Margarida

joão viegas disse...

Parabens pelo post.

Haveria muito a dizer sobre a "teoria da conspiração" e penso que os juristas (como eu), habituados à sua utilização abusiva nos processos que procuram estabelecer a verdade judicial (diferente da cientifica), poderiam dar um contributo util.

Trata-se de facto de uma questão de autoridade no bom sentido do termo (logo, de saber o que esta na base do "consenso" cientifico).

E' perfeitamente possivel que a minha leitura do post do David Marçal esteja inquinada pelas minhas convicções éticas, politicas, pelas minhas angustias, etc. E' possivel que o proprio David Marçal veja as coisas de forma inquinada, por razões comparaveis. Ja sucederam fenomenos idênticos e todos sabemos que as certezas cientificas são evolutivas. Mas também é possivel, pelas mesmissimas razões, que a tese contraria esteja inquinada...

Não podemos nada contra isso, a não ser procurar acudir-nos de pessoas esclarecidas, competentes (mas a competência é sempre relativa), e com bom senso, a quem reconhecemos uma certa autoridade por TODAS essas razões.

Ora, quando leio a analise do David Marçal, vejo que ele procura, modestamente, esclarecer as razões da sua convicção, sem ocultar os seus pressupostos nem esconder os limites da sua competência. Convence-me.

Eu, que sou muito mais leigo do que ele, digo apenas o seguinte : quando pessoas como o David Marçal me disserem "bom aqui ha de facto algo de controverso, quando vejo o que foi publicado, quando ouço os meus colegas, etc., tenho que reconhecer que não estamos diante de factos aceites pela maioria significativa da comunidade cientifica", então irei ver de mais perto.

Da mesma forma que irei ver de perto no dia em que ouvir alguns historiadores de mérito reconhecido dizerem "bom isto do holocausto, esta um bocado mal contado, pois o que sabemos hoje a partir das fontes conduz a relativizar".

Boa continuação.

maria disse...

Assim de repente , dá-me ideia que as "ciências exactas " quando se trata de analisar múltiplas variàveis (algumas nem as conseguem identificar) não controláveis em laboratório estão ao nível da cientificidade das "ciências sociais". é a vida.

José C disse...

" A razão desse arrefecimento foi o aumento de poluição que aconteceu no final da II Guerra Mundial e que levou à acumulação de partículas e gases na atmosfera que reflectiam os raios solares"

Não foi A razão, terá sido uma das razões Já agora, o que motivou a pequena idade do gelo que levou à Grande Fome da Irlanda, antes de haver poluição?

"Com a instalação dos filtros em chaminés, mudança para alguns tipos de combustíveis que não potenciassem a libertação de certos gases, etc, reduziu-se de imediato esse efeito."

Meu caro, está certamente a pensar que o mundo é a Europa Ocidental e os EUA. Hoje há MUITO mais poluição, nas milhares de industrias por esse mundo fora não há filtros, não há nada.
E puore...

"e nos anos 80 e 90 precisamente porque deixou de haver o efeito de arrefecimento da poluição por partículas."
Onde? Na China? Na Rússia? Na Índia? No Brasil?

" Seja como for não confio nele."
Há uma coisa que se chama "Confirmation bias".

"Quanto a ler os e-mails, claro que não os li."

Bem me parecia. E contudo é do alto desse completo desconhecimento que sentencia que "Quanto ao silenciamento das vozes críticas, nada disso me pareceu ser revelado pelos e-mails"

É notável....


"isso é fácil de imaginar."

É tudo fácil de imaginar. O difícil é provar e o erro é pretender que aquilo que é fácil de imaginar é a "verdade cientifica"

"Aquilo que também dizem, contudo, é que continuando a aumentar as nossas emissões de CO2 (e NO2 e CH4) iremos ultrapassar a capacidade de absorção do planeta."

Ah...iremos!
Sempre o futuro, sempre a profecia. Como nada disto é refutável em tempo útil, diga-me lá que espécie de ciência é esta?
Se eu fizer um modelo aqui em casa e disser que daqui a 100 anos, as nuvens vão ser verdes, quem é que me pode contestar?

Em que se distingue isto de uma crença?
Consegue colocar a Terra num laboratório e testar as hipóteses?
Não consegue, pois não? Então que ciência é essa?

José C disse...

"A Natureza não está nem aí para o Homem"

O Homem FAZ PARTE da Natureza.

qual? disse...

estou com uma baralhação filosófica completa : não consigo decidir-me entre as várias teorias do fim do mundo ! escolho qual : o apocalipse da biblia ? os maias ? nostredumos ? a climatologia? . extraordinário como os diferentes métodos do mito , da religião e da ciência conduzem às mesmas conclusões. bem , suponho que na actualidade o mais rendoso , moderno e progressista será o científico. talvez me decida por esse , mas está difícil a escolha.

Anónimo disse...

Ó "qual", decida-se pela do aquecimento. É mais chique e está na moda. O que está na moda pode vir a ser considerado falso (como disse um anónimo a que ninguém respondeu; a resposta não é fácil) mas em geral demora anos e nós já cá não estaremos. É preciso ser esperto.

João Sousa André disse...

«"Quanto a ler os e-mails, claro que não os li."

Bem me parecia. E contudo é do alto desse completo desconhecimento que sentencia que "Quanto ao silenciamento das vozes críticas, nada disso me pareceu ser revelado pelos e-mails"»

Você leu-os? Todos? Leu o que eu escrevi? Tudo? Não, certamente, senão não escrevia as asneiras que escreveu acima. Se é essa a sua atitude perante isto, junte-me à sua suposta conspiração de silenciadores por não querer discutir parvoíces.

Anónimo disse...

David Marçal é licenciado em Química. Sabe ler inglês certamente. Por que razão não lê os jornais e blogs do mundo anglo saxónico, nos quais este assunto tem vindo a ser tratado com total abertura e liberdade de expressão que não encontra em Portugal?

Ferreira arq disse...

Como arquitecto, quero deixar uma questão:
- É possível haver ainda alguém de pensamento discernido, que não reconheça na sua envolvente os efeitos trágicos da relação do homem actual com o meio ambiente?

A forma como abusamos da natureza, o que expoliamos em termos vegetais, animais, minerais, etc., subvertem a coerência evolutiva local e temporal de tudo o que nos envolve. Acaba sempre num acumular de detritos, restos dessa acção devastadora: lixo.

Ou seja: corroemos em pouco tempo o sumo ambiental de uma evolução de milénios. Em troca passamos a ter na nossa envolvente muitos excedentes desta actividade rapinadora - lixo, inertes deslocados, poluição, etc. (por maior que seja o esforço, isto não se dissipa).

Como é que alguém pode ainda presumir ir conseguir viver quando tivermos esgotado os recursos naturais que essa evolução de milénios nos permitiu ter, que são essenciais à sobrevivência? Vamos viver do lixo que fizemos?

Estas gerações "estúpidas", ainda não sairam da embriaguês tacanha que acompanhava aqueles 1ºs cowboys colonizadores das pradarias americanas, que dizimavam as manadas de bisontes, perante o olhar incrédulo dos índios locais, já com a noção exacta da necessidade da manutenção dessas manadas para a sobrevivência dos filhos e netos.

É este egoismo sem pudor, esta pressa desmedida
sem noção temporal, que caracteriza a actual economia e os seus timoneiros, numa exponencial de poder consumista - quem mais abusa dos meios da natureza, mais condições tem para abusar ainda mais -, que tem ditado as regras da vivência humana actual.

Encontramo-nos assim envolvidos numa neblina que inverte o problema real: - As alterações climáticas não são a origem do problema, nem a criada teoria da conspiração resolveria a questão, caso a aceitássemos...

Estes abusos generalizados sobre o equilíbrio da natureza têm como consequência um desajuste próprio, no clima, na vegetação, nos animais, na estabilidade da composição da água. E vai dar origem a uma reacção em cadeia: o meio passou a ser diferente.

E podemos concluir: acabamos com este paraíso idílico que nos legaram; e vamos deixar aos nossos descendentes uma carga de trabalhos.

Reconheçamos a nossa inactividade e conlúio perante uma sociedade egoista, e deixemo-nos de "almofadas", justificando essa passividade com teorias de conspiração.

Unknown disse...

"Reconheçamos a nossa inactividade e conlúio perante uma sociedade egoista, e deixemo-nos de "almofadas", justificando essa passividade com teorias de conspiração."

Excelente proclamação de intenções de alguém que não entende que faz tão parte da natureza como uma vaca a largar metano ou um vulcão a largar gases em quantidades que nenhuma espécie jamais sonhará.
Afectamos o ambiente? Claro que sim. O "ambiente" é composto tb por nós, não é algo que está aí,intocável e puro à mercê dos malvados humanos.
Deus morreu, pelo que aqueles que precisam de uma fé, endeusam a Natureza, feita um novo Deus,a sofrer pelos pecados dos homens. Você nem percebe que está apenas a declamar uma litania adaptada da "culpa" cristã.
Agora peca-se contra a "Natureza", toda esta conversa é de um mediocridade moralista que arrepia.

Caro arquitecto, se se sente mal por pertencer à "malvada" espécie humana, se sente culpa pela electricidade que gasta, pelo ar que respira, pelo CO2 que exala em cada expiração, pela roupa que enverga, pelos medicamentos que consome, pela gasolina que desbarata, tem uma solução que vai ao encontro da sua adoração niilista: o suicídio!

joão viegas disse...

Caro O-Lidador,

O seu comentario não é apenas lamentavel pela forma intolerante e gratuitamente agressiva que reveste em relação a um comentador que apenas expressou o seu ponto de vista (o que me parece ser perfeitamente legitimo).

E' também revelador de que, nesta discussão, a atitude "religiosa" não esta necessariamente onde você pensa que esta.

E' obvio que fazemos parte da natureza e que interferimos com ela. Isto não me parece estar em causa. Mas a doença e a morte também são "naturais", e penso que ninguém nega que é legitimo querermos evita-las tanto quanto possivel. Baixarmos os braços e deixarmos as coisas andar sob pretexto que é fatal, natural e logo desejavel, é um sofisma que não responde à questão.

O que eu vejo é que ha quem ponha em causa a existência de um consenso sobre uma questão cientifica (existir uma relação entre a poluição provocada pelas nossas industrias e alterações climaticas que podem acarretar danos importantes e pôr em causa o nosso equilibrio ecologico) que esta na base de um processo que visa a tomar decisões politicas.

O ponto fundamental é esse : sera suficiente existirem algumas vozes, bastante isoladas pelo que sei, que criticam a tese, para concluirmos que não existe consenso ?

Para nos convencer que é suficiente, os que defendem esse ponto de vista socorrem-se da teoria da conspiração, defendendo que o consenso que se invoca é causado por interesses politicos, ou mesmo pelas angustias proprias dos nossos tempos, ou da nossa herança cristã, ou por outras razões sem relevância cientifica.

Aceito que possa ser o caso.

Mas não havera também obvios interesses em defender o ponto de vista oposto. Por detras dos criticos, não ha também interesses industriais importantes, a quem interessa muito defender que estamos bem como estamos e que o melhor é não mudar nada ?

E' obvio que ha.

Portanto não chega haver um ou outro cientista que aparece de vez em quando a dizer o contrario, é mesmo preciso ver o que é aceite pela maioria dos que estudaram o assunto.

Eu não sou especialista mas, até agora, cada vez que li os tais criticos, vi pessoas mais apostadas em desconversar, ou em mostrar que existem interesses ocultos e outras paranoias, do que em discutir realmente a questão central : de acordo com aquilo que sabemos hoje, temos ou não temos razões para pensar que as mudanças do clima são, numa parte significativa, relacionadas com a poluição industrial (e mais geralmente, provocada pela acção humana), e que se fizermos esforços concertados vamos conseguir alterar as coisas ?

Eu não pretendo deter a chave neste assunto. Sou apenas um leigo. Mas, como cidadão, no momento em que me pedirem para decidir sobre a questão, vou assumir que existe o tal consenso cientifico. Posts como o do David Marçal inclinam-me para isso e reacções como a sua inclinam-me ainda mais.

E vou continuar a ler este blogue, que tem a honestidade intelectual de expor também o ponto de vista contrario e de acolher comentarios, mesmo intolerantes como o seu.

Passe bem.

José C disse...

" e que se fizermos esforços concertados vamos conseguir alterar as coisas ?"

Mas fazer o quê, para atingir que objectivo.
Homem de Deus, você pode usar todo o seu dinheiro para comprar melões e será o maior comprador de melões da sua cidade. Mas acha isso sensato? Acha que a vida é só melões? Não há coisas mais importantes em que gastar o dinheiro?
Um cenário diz que o mar vai subir 30 cm em 100 anos. E então? Vamos desatar a correr como barata e a gastar dinheiro, ou vamos adaptar-nos? Não é mais perigoso e urgente gastar dinheiro a prever um tsunami que faz a água subir 10 metros em segundos?

" em que me pedirem para decidir sobre a questão, vou assumir que existe o tal consenso cientifico"

Vai, vai.
Quando em nome de uma crença, de um "consenso", lhe esvaziarem os bolsos, dirá que os politicos são uns ladrões e vigaristas.
Sabe porque razão paga a electricidade tão cara?
Porque o estado precisa de financiar as energias alternativas. Você paga, e fica com menos dinheiro para viver como entende. A sua liberdade é coartada e você ainda aplaude.


"inclinam-me para isso e reacções como a sua inclinam-me ainda mais"

Lá diz o povo,quanto mais um gajo se inclina...

"acolher comentarios, mesmo intolerantes como o seu."

Termina como começa: a manifestar azedume e intolerancia.
É normal, é como a reacção ofendida da beata face a uma rapariga que passa de minissaia.
A fé é intolerante..

Ferreira arq disse...

Parece que "O-Lidador" vai tendo a oportunidade de andar por aí a fazer o papel de menino mimado, abusando de tudo e de todos, insultando e denegrindo a torto e a direito, e provavelmente nunca teve que andar a limpar a "caquinha" que resulta dos seus actos.

A estes "seres superiores", que crêem que é assim que devem ser lideres, encaixa bem o exemplo que dei do Cowboy das pradarias, dizimador de búfalos.

Um pouco de humildade e respeito, pelos outros e pela natureza, ajudaria a cuidar dos filhos de todos, e não apenas do umbigo do próprio. Devia ser esta a característica para diferenciar os animais racionais dos irracionais, mas já não é.

Cuidar do futuro de todos devia ser uma obrigação, e não apenas uma opção (ainda por cima para pessoas com um nível de responsabilidade acrescido).

E concluo: se todos tivéssemos esses parâmetros individualistas e extremistas, a vida em sociedade era impossível.
E dar espaço físico à vida em sociedade, é uma das principais funções da intervenção arquitectónica, no urbanismo. Daí eu ter começado o meu comentário anterior por referir que intervinha como arquitecto, e é nesses termos que defendo um princípio de ordem social a evoluir.

E uma sociedade organizada tem também lugares adequados para Cowboys desnorteados, por vezes também embriagados...

È fundamental inverter a actual abordagem humana da vida em comum, reduzindo o seu impacto ambiental.
Para além do clima em si mesmo, veja-se o que está a acontecer com a poluição dos mares pelos plásticos, a variação do PH das águas, com reflexos no ciclo da vida (será que alguém vai questionar a origem dos plásticos, tal como questionam a variação climática?)

Há inúmeros aspectos onde podemos facilmente melhorar o desempenho ambiental... o que é preciso é querer, e abdicar de algumas mordomias...

José M. Sousa disse...

Um exemplo dos países que de há uns anos para cá tudo tem feito para contrariar a acção contra as AC: The Urgent Threat to World Peace is … Canada

Anónimo disse...

Qual a definição de lixo? Os comentários acima assentam numa definição (não apresentada explicitamente) antropocentrica. Mas há séculos que se suspeita que o homem não é o centro do Universo. Que tal tentar uma definição universal?

Anónimo disse...

Diz O Lidador: "Afectamos o ambiente? Claro que sim. O "ambiente" é composto tb por nós, não é algo que está aí,intocável e puro à mercê dos malvados humanos." É uma verdade praticamente inelutável. Por isso os comentários que vêm a seguir não toleram esta afirmação.
Joana

maria disse...

já ando a achar que de facto a ciência vai por mau caminho a aliar-se assim à política e ao capital ( cujo expoente máximo me parece ser a farmacêutica `). parece um caminho paralelo à que a religião ( igreja ) teve..já tem profetas e cruzados , aparece ao lado do poder e do dinheiro , não tarda cai no descrédito e arrasta cientistas sérios.
e foi até a ciência que de certa forma veio alterar um equilibrio natural , a começar pela demografia e a acabar na poluição. muita coisa boa , também , é claro , mas nem tudo são rosas.

e está certo: criacionismo /destrucionismo ( até já tem fundamentalistas e tudo).

joão viegas disse...

Maria,

Não existe nenhuma confusão entre ciência e politica no post do David Marçal. E penso que também não existe nos meus comentario.

Ha é um debate politico (devemos ou não tomar medidas) no qual é determinante, entre as motivações, uma asserção cientifica, e mais concretamente a afirmação de que existe consenso cientifico na resposta às duas perguntas que coloquei acima.

Eu não estou a procurar convencer ninguém, mas apenas a dizer o que me convence e porquê. O David Marçal explica em que se baseia para afirmar que, tanto quanto ele consegue perceber, existe consenso cientifico quanto à resposta às duas questões que enunciei acima (simplificando : haver ou não influência da poluição criada pela acção humana nas mudanças do clima e ser ou não possivel inverter esta influência).

Li os vossos argumentos para defender que esse consenso não existe. Não me convencem. E não me convencem porque não respondem à questão : dizem apenas que o consenso é resultado de uma conspiração, que isto é tudo para tirar dinheiro à gente, etc.

Ou seja, NAO respondem à questão principal, que no fundo é simples : existe ou não, entre os cientistas que estudaram o assunto, uma larga maioria de conclusões concordantes, que levam a responder pela afirmativa às duas questões em causa ?

So isso...

VSM disse...

"existe ou não, entre os cientistas que estudaram o assunto, uma larga maioria de conclusões concordantes, que levam a responder pela afirmativa às duas questões em causa ?"

Curto e grosso: Não existe consenso!

Unknown disse...

"Para além do clima em si mesmo, veja-se o que está a acontecer com a poluição dos mares pelos plásticos, a variação do PH das águas"

Chama-se a isto, misturar alhos com bugalhos.
Meu caro, uma coisa é a preocupação com o ambiente. Outra é aceitar politicas idiotas que vão criar pobreza, em nome de pseudo-ciência e profecias apocalípticas fundadas em modelos tão fiáveis como a minha bola de cristal.

Não descarte o egoísmo, porque é essa a única motivação que nos leva a fazer coisas. Egoísmo é querer ter um ambiente agradável, não por amor ao ambiente, mas para ter prazer ( egoísmo) a desfrutá-lo.

A sua conversa, caro arquitecto, é toda ela decalcada em neomarxismo, é um hino à discursata politicamente correcta, é basicamente a conversa de uma miss a ser entrevistada. Chavões moralistas e pouco mais.

Unico facto indiscutivel:
Em 100 anos, a temperatura média da Terra aumentou 0,5 º e nem se sabe porquê.

Isto é preocupante?
Pois eu não acho. É que antes de o sapiens malvado andar por aqui a "dar cabo da natureza", já a terra esteve mais quente, mais fria, assim-assim, com mais água e menos água.
Caramba, há não muito tempo, Bruges era um porto de 1ª grandeza. Tinha água pelos pés e agora não tem.

Veja se entende: o simples facto de sermos agora mais 4 biliões de seres do que há 1000 anos, implica que produzimos mais CO2, apenas por respirarmos.
Já para não falar do metano, ali para o Porto, que isto das tripas à moda do Porto, tem efeitos climáticos.

Que fazer?
Matar metade da Humanidade? Eu não sou voluntário, acho que a natureza é muito boa e tal, mas prefiro estar vivo e confortável, de saúde e a fazer o que gosto.

De resto, quanto mais CO2, mais plantas crescem, e mais oxigénio produzem.

O sistema é auto-regulável, meus caros.
Há anos um vulcão descuidou-se e largou tais quantidade de aerossois, que a temperatura da terra baixou 2 graus, se não estou em erro.
E então?
Equilibrou-se, como sempre aconteceu.
E as espécies adaptam-se, umas morrem, outras evoluem, é a vida.

A malta de repente deu em querer congelar a natureza, como se tivesse poder para isso.
E o pior é que há uns tontos dispostos a empobrecer-me para isso.

Sérgio O. Marques disse...

Não me parece que haja um grande consenso quanto ao problema do aquecimento global. Trata-se do estudo dum sistema cujo estudo envolve um enorme conjunto de parâmetros e qualquer modelo ignora alguns deles e admite simplificações em outros.
Na minha opinião (e esta não é científica por não me interessar pelo assunto a esse nível), a actividade técnica humana tem influência na alteração climática.
Penso que a evolução técnica passa pela eficiência energética e, se fosse possível, pelo reaproveitamento dos gases de escape.
Por outro lado, haver ou não uma teoria da conspiração ou contrainformação não é argumento científico específico à meteorologia ou ciências da atmosfera.

joão viegas disse...

Caros VSM e Sérgio Marques,

Obrigado pelas vossas respostas que me parecem ir ao cerne da questão.

Quando procuro ver se de facto vocês têm razão deparo-me, por exemplo, com isto :

http://www.academie-sciences.fr/actualites/textes/G8_gb.pdf

E' claro que pode suceder que os membros das academias das ciências dos paises do G8 tenham sido todos comprados pelo lobby cripto-maxisto-ecologico.

Mas também pode acontecer que eles indiquem, realmente, aquilo que corresponde ao estado actual dos nossos conhecimentos.

Inclino-me mais para a segunda hipotese, mesmo que isto tenha custos...

Unknown disse...

Caro Viegas, no documento que linkou, fixe-se nos dados e risque a pregação.

Dado1: A temperatura da terra aumentou 0,6 º em 100 anos.

Dado 2: A concentração de CO2 na atmosfera aumentou 100 ppm em 250 anos.

O resto são projecções, profecias, cenários produzidos em modelos.

Quanto aos modelos, são abstrações matemáticas nas quais se tenta modelar o que se conhece, o que se acha relevante, o que é possível modelar. Acontece que o fenómeno climático não é linear ( e mesmo que fosse...) é estocástico, basta uma variação infinitesimal numa variável (pode ser apenas pelo arredondamento ) para inverter completamente o output do modelo, decorridas algumas iterações.
E esta malta quer fazer-nos acreditar que Laplace ainda está vivo..

Agora veja, 100 ppm, são 10 moléculas de CO2 em cada 100 000 partículas de ar. 1 molecula em cada 25 anos. É ridículo...

Finalmente, seria preciso que se estabelecesse, já não digo uma relação, mas ao menos uma moderada correlação positiva.
Cadê ela?

maria disse...

À lá sancho panza eu diria que uma boa guerra deu sempre jeito para a recuperação da economia : indústria do armamento e destruição e nova produção. Este cenário , espero eu , já não é possível na Europa e "mundo civilizado" , logo há que deitar fora os carros assim e comprar assado , as lampadas assim e comprar assado , fazer paineis e aerogeradores e patati patata , ou seja , há que inventar novas coisas para produzir porque as velhas ainda servem e a malta não as quer deitar fora porque não há dinheiro para comprar novas. E já há casas de sobra para toda a gente ( o nº de casas já é o dobro de famílias) e bombas não são de esperar. Haverá que obrigar a malta a fazer obras caras para serem "não sei que" energéticas. Manter a sociedade de produção e posterior consumo para cobrar impostos ? em tempos de crise , sem guerras ? requer muita imaginação e o aquecimento global caí que nem ginjas.
Conste que sou adepta do small is beautiful ,do decrescimento sustentável , que preconizo o menor consumo possível , o menor desperdício possível , detesto a artificialização da vida humana na Terra , adoro agricultura , a mais nobre das ocupações. Acho até que o homem é o mais inferior dos animais pois tem de ter imenso trabalho a adaptar o ambiente a ele , em lugar de se adaptar facilmente ao meio como os outros bichos fazem. E a organização da sociedade em torno do emprego produção e consumo de bens materiais com seres humanos automatos e deprimidos por mim acabava amanhã. Compreendo que isso traria grandes problemas a quem vive dos impostos e do trabalho alheio.
O facto de não gostar nada do que andamos a fazer à Terra e a nós é completamente diferente de acreditar que a terra anda a aquecer por causa do homem. Não gosto que me tomem por parva.
Mito por mito , prefiro a explicação dos maias , mete o Universo inteiro ao barulho , o habitat da Terra. Nós continuamos mosquitos sem importãncia nenhuma.

joão viegas disse...

Caro O-Lidador,

O documento que linkei foi assinado pelos representantes maximos das academias das ciências dos paises do G8, da China, da India e do Brasil e expõe a forma como eles respondem às questões a que aludi anteriormente.

Registo que O-Lidador discorda e considera que tudo isso não passa de um conjunto de afirmações proféticas e irracionais. Muito bem. Suponho que é bom haver pessoas com espirito critico, e até de encorajar.

Agora vai me desculpar, mas isso não é propriamente suficiente para pôr em causa que existe consenso cientifico acerca das questões mencionadas acima…

Unknown disse...

Meu caro, se você acredita, nada a fazer. Pessoas coo você nunca poriam em causa a teoria geocentrica,porque havia um consenso de que a terra era o centro do mundo.
A si bastam-lhe assinaturas, mesmo sem saber se são verdadeiras ou não.
Os factos, esses dispensa.
No documento que linkou havia apenas dois factos, nada preocupantes. O resto era profecia baseada em modelos. Modelos que produzem os cenários mais variados, num angulo de 360º.

Quanto ao consenso, trata-se de menos de 60 pessoas.
São estes gatos pingados, sempre os mesmos ( os tipos que foram apanhados com a boca na botija na CRU, eram os que redigiam a fundamentação cientifica do relatório do IPCC) que escrevem o Sumário Executivo e alindam depois o Sumário para Politicos.
E são eles que decidem o que deve constar.

Muitos cientistas revem os documentos do IPCC, mas apenas nas sua áreas de especialização.

Chamar a isto "consenso" é de uma desonestidade total.

Mas pronto, você acredita , nada a fazer. A fé é impermeável aos argumentos e é por isso que você nem sequer os discute.
Limita-se a acreditar no que dizem os aiatolas que reverencia.
Face a um argumento, em vez de o tentar compreender e integrar na teoria que defende, recita a bíblia e diz que foi escrita por deus.
Não há forma de sair daí.

joão viegas disse...

Caro 0-Lidador,

Sim, você tem razão, de facto acredito que existe consenso cientifico (à luz dos conhecimentos actuais) sobre as respostas às duas perguntas que menciono.

Esta minha crença não me parece ser irracional e julgo ter indicado em que é que se baseia. Longe de mim excluir que possa vir a ser abalada. Apenas digo que, pelas razões que expus, os seus argumentos não conseguem abalar esta crença.

O resto do seu post é falacioso. E' obvio que temos que agir de acordo com o estado actual dos nossos conhecimentos, ainda que ele não garanta nenhuma certeza e que ele possa vir a ser infirmado no futuro. E também é obvio que não podemos concluir da incerteza dos nossos conhecimentos actuais à oportunidade de agirmos como se fosse certo que eles estão errados...

Ja aqui o felicitei pelo seu espirito critico e não me arrependo de o ter feito. Apenas acho que seria desejavel que você começasse por aplicar esse espirito critico àquilo que você escreve.

Felicidades.

Unknown disse...

"os seus argumentos não conseguem abalar esta crença."

Eu sei.
Nenhum argumento jamais abalou uma crença.
É isso que define a fé. Acredita-se na bondade de Deus, mesmo que o templo desabe sobre o crente.

É por isso que o meu caro amigo não argumenta sobre o assunto...limita-se a acreditar num imaginário consenso que o dispensa de pensar por si.

Eu entendo a sua psicologia: não consegue discutir este assunto, os pormenores não encaixam, e o melhor é nem sequer tentar. Mais cómodo é estar em comunhão com os outros crentes deixar-se embalar na litania dos aiatolas.

É a psicologia de massas e é por isso que todas as religiões têm rituais de partilha e extase, desde o Hagi até Fátima,passando pela IURD, pelos comícios partidários, e por outras peregrinações como a que está agora a decorrer em Copenhaga.
Observe o folclore e veja se aquilo não é igual a uma concentração em Fátima...

Jose Antonio Salcedo disse...

Infelizmente, o facto de muitos scientistas de renome serem incapazes de exibir atitudes ponderadas e educadas em público, prejudica seriamente a credibilidade que a comunidade científica pode desenvolver na propulação em geral. Saber explicar conceitos e debater ideias de forma equilibrada e respeitadora é essencial para que os cientistas conquistem respeito e credibilidade no público em geral.

http://www.cbsnews.com/blogs/2009/12/05/blogs/coopscorner/entry5905404.shtml

Anónimo disse...

Será que alguém me poderá convencer que ao queimar diariamente milhões (30, 40...) de barris de hidrocarbonetos, criar milhares de milhões de cabeça de gado, ...a raça humana é apenas "mais uma fonte" de GEE como afirmou o "primeiro céptico" !
Parabéns ao texto do David Marçal

Miguel B. Araujo disse...

Um texto sensato. Sugiro leitura de um texto complementar e que desmonta a argumentação de Delgado Domingos, divulgada neste blogue:

http://ambio.blogspot.com/2009/12/climategate-resposta-delgado-domingos_06.html

Cumpimentos,

Miguel Araújo

maria disse...

O-lidador
Fátima ? exacto. Até já há um papa negro , o Obama.
( e aquecimento global ? ups , não é no Inferno que a temperatura é assim pró insuportável e nos causa múltiplas dores ? )
Acho um piadão aos humanos. Sem dúvida que a filosofia é o melhor dos mestres.

Pedro M Santos disse...

Péssimo post - seguidista, mal informado, tendencioso, e demonstra-se porquê, respondendo directamente a cada um dos seus pontos:

1. Não há qualquer consenso na comunidade científica. No site http://climatedebatedaily.com/ para cada artigo ou ensaio publicado é referido um artigo ou ensaio de sentido oposto. Há muita produção científica que evidencia a falta de consenso, e a falta de um modelo climático unificado.

2. Falso. Tal como em matemática, quando se constrói sobre teoremas que afinal se revelam falsos, há todo um edifício de conhecimento que vem abaixo. O que os mails vieram expor - e que Steve McIntyre já apontava há anos - é que o edifício veio abaixo. Várias séries sobre registos de temperaturas foram adulteradas para apresentar aquecimento forte, e muito mais foi adulterado, como mostram os mails, e já li muitos. O hockey stick é falso.

3. Redutor. Foca o tema no CO2. Não só não há consenso em torno do impacto do CO2 (ver novamente o http://climatedebatedaily.com/ e ler os artigos científicos respectivos) como o CO2 é apenas um entre muitos factores.

4. Redutor e falso. Contraditório igual ao ponto anterior.

5. Falso. A conspiração existiu e está documentada nos mails que você não leu. Há Indústria que está preocupada com os custos que estas alarvidades em torno de taxas de carbono podem significar e há quem queira lucrar com isso. Al Gore já lucrou milhões, por exemplo...

6. Falso. Segundo o consenso científico actual o planeta não aquece desde 1998. Você está totalmente mal informado.

Resta-me dizer que é triste ver um "cientista" escrever como você escreve - dogmático, acrítico, seguidista. Nada disto faz parte do método científico mas sim das técnicas das igrejas que extorquem dinheiro, como a IURD.

Tenho respeito por este blogue. Admiro-o enquanto espaço de cultura e debate. Esforce-se mais por alinhar por esta batuta para merecer o "posto".

Ferreira arq. disse...

Refere "O-Lidador": "Chama-se a isto, misturar alhos com bugalhos."
Eu seria apenas levado a perguntar quanto lhe pagam para fazer esta figurinha de pouca educação, denegrindo a torto e a direito, tudo e todos, para se afirmar contestatário assumido.

Entende-se dos seus comentários: - Pois se é da natureza humana matar, mate-se o 1º que aparecer pela frente...
Sem comentários.

A sua conversa de café, rebuscada em pormenores desenquadrados, não consegue absorver comentários simples e objectivos, de uma realidade que nos envolve: A atitude nociva que continuamos a ter perante o meio ambiente, com resultados climáticos e ambientais catastróficos, precisam de uma inversão dos valores de referência pelos quais nos regemos.
E se não pensamos em nós, deviamos pensar nos nossos descendentes.

Não precisamos ir longe na história para descobrir atitudes como a sua, querendo tapar o sol com a peneira, em períodos onde se impunha uma atitude interventiva: perante os massacres praticados pelos nazis, na 2ª guerra mundial, quantos não ficaram a aguardar por provas inequívocas para tomar posição? Desde governantes, ao próprio Vaticano!

Claro, abdicar das actuais mordomias é demasiado penoso para alguns, principalmente os do tipo "cowboys matadores de búfalos", já citados, que deixavam estupefactos os "simplórios" índios locais das pradarias americanas, há dois séculos atrás.

E não confunda egoismo com motivação; não misture o todo com a parte. Alguma dose de egoismo, dá motivação.
Mas há muita motivação sem egoismo, sem seguidismos de fé, e ainda menos, sem marxismo!

Muitas guerras se fizeram e fazem, com os argumentos que tem vindo a prolatar; poderá até agradar-lhe argumentar a necessidade de umas guerras. Pena é que essas guerras não se façam apenas à porta e com o sangue daqueles que as promovem.

Tal como aqui, o problema climático é de todos, e é fundamental a inversão de mentalidades neste período em que já é obvia a reacção do planeta, no dia a dia de todos nós.

Constatar que a atitude de quem tenta fazer por isso não é tão virtuosa quando se desejaria, é que tem que ser objecto de alguma tolerância.

Louvo o post do autor, compreendendo que seria de esperar uma atitude ostensiva (publicitária, empolgando pormenores desenquadrados, utilizando os meios agressivos de campanhas já bem conhecidas, etc. ) por parte de todas as sanguessugas, que querem continuar a viver do manancial que faz com que a pegada ecológica actual seja de duas vezes a do nosso planeta.
Nada que não se estivesse à espera.

joão viegas disse...

Caro Pedro M. Santos,

"Não há qualquer consenso na comunidade científica. No site http://climatedebatedaily.com/ para cada artigo ou ensaio publicado é referido um artigo ou ensaio de sentido oposto. Há muita produção científica que evidencia a falta de consenso, e a falta de um modelo climático unificado."

Esta é de facto a questão central e acho as suas criticas ao David Marçal profundamente injustas, uma vez que ele teve o cuidado de afirmar que não pretendia deter a resposta, mas apenas se regia pelo que compreendia ser o consenso dos cientistas com autoridade na matéria. Como ele, penso que ha milhões, ou mesmo bilhões de pessoas, nas quais eu me incluo.

O facto de se conseguir arranjar, num site (talvez militante ?), um artigo "contra" por cada artigo "a favor" não me parece em si decisivo. Estamos em matéria cientifica e não me parece que o consenso funcione dessa forma. Por exemplo, calculo que se consiga encontrar milhares de publicações que se reclamam da ciência e que afirmam estar provado que Deus existe. No entanto, este facto não me parece ser suficiente para negarmos que existe um consenso no sentido de não estar provado que deus existe...

Mas você afirma que ha muito boa produção cientifica que demonstra que não existe o tal consenso. Talvez pudesse dar uma ou duas referências para que possamos dar uma vista de olhos ?

Pela parte que me toca, confesso que me custa bastante acreditar que os presidentes das academias das ciências do G8 e de 3 grandes potências tenham escrito preto no branco que existe consenso se a realidade é diferente.

Pedro M Santos disse...

Caro João Viegas,

Relendo o meu comentário, admito o excesso de linguagem e peço desculpa a David Marçal por isso. Foi um momento inflamado.

Indo no entanto ao cerne da questão - o proclamado consenso. Ele não existe e isso é positivo em ciência. É pena que não se tenha chegado já a uma resposta unificada sobre como funciona o clima, mas por enquanto não existe e as opiniões devidamente fundamentadas são mais que muitas, e por vezes contraditórias.

O que verdadeiramente me espicaçou e levou ao excesso de linguagem foi a sensação de "vamos lá todos em rebanho" quando não há consenso. Gosto do seu exemplo de Deus. Efectivamente não há consenso sobre a existência de Deus. É algo que deve ser debatido, e pelos debates que vejo e livros que leio duvido fortemente que exista, mas aplaudo a existência de debate. É saudável.

Foi disto que senti falta no texto - estava dogmático, como um padre que lê a bíblia e não questiona.

Pedro M Santos disse...

Acrescento também um paper que em 2003 já apontava para as falsidades engendradas pelos senhores que escreveram os "famosos mails":

http://www.climateaudit.org/pdf/mcintyre.mckitrick.2003.pdf

Com isto não quero eu dizer que estou a favor ou contra o aquecimento global. Estou apenas a tentar ver os argumentos pro e contra, que é a única atitude que me faz sentido.

Unknown disse...

"e é fundamental a inversão de mentalidades "

O clássico da engenharia social totalitarista.

Aldous Huxley (Admirável Mundo Novo), explicava que para se obter um adequado controlo social era necessário condicionar as pessoas desde feto. As mentalidades devidamente invertidas e toda a gente contribuia para o sistema como formiguinhas felizes e programadas.

Os paises comunistas tentaram isto mesmo...era a ideia do "homem novo", um homem-abelha, sem individualidade, condicionado a fazer o que a elite esclarecida lhe ordenava. Os campos de reeducação visavam exactamente essa "mudança de mentalidades", a programação dos indivíduos para pensarem como "deve ser".

Estas coisas repetem-se, malgrado os resultados de pesadelo, o que prova que há pequenos Robespierres a ronronar no peito de gente que se acredita bem intencionada e "esclarecida", como deve ser o arquitecto que usa os comentários para pregar moralidade de vão de escada.

Veja se entende uma coisa.Isto não é um problema moral, não exige "mudança de mentalidade", exige apenas ciência e tecnologia. Da boa, da que sempre resolveu os nossos problemas. Não da que é feita por pseudo-cientistas com um placard às costas a anunciar o fim do mundo e a exigir que exorcizemos os nossos pecados contra a "Natureza".

joão viegas disse...

Caro Pedro M. Santos,

Obrigado pela sua resposta. Irei ler o paper que refere.

Apenas um pequeno reparo, não completamente negligenciavel : no meu exemplo, eu não disse que não havia consenso sobre a existência de deus (mesmo se isso corresponde à realidade), disse antes que EXISTE CONSENSO CIENTIFICO, tanto quanto sei, sobre o facto de não estar demonstrada a sua existência.

A minha questão é mesmo essa : como podemos saber se ha ou não consenso entre os cientistas competentes ? Parece-me que, no exemplo que dei, ninguém questiona a existência do consenso. Com que base ? Não é seguramente com base no numero de artigos publicados... Ora, como sabe, muitas decisões politicas foram tomadas com base nesse consenso, e continuarão a sê-lo, pelo menos enquanto não se demonstrar o contrario.

No caso objecto do post o que sei sobre o funcionamento das academias das ciências parece-me legitimar que se lhes confira alguma autoridade cientifica, e aos seus representantes...

Em absoluto, concordo que esta autoridade não chega, pois em ciência devemos ir ver. Mas não deixa de ter um certo peso.

Sera que chega existirem artigos publicados em sentido contrario para negarmos qualquer valor a essa autoridade ?

Não me parece...

Seja como fôr, gostaria de saber como é que você propõe que se decida a questão de saber se existe ou não consenso cientifico sobre determinado problema : pelo voto maioritario da população ? Obrigando todos os cidadãos a ler tudo o que existe sobre a matéria e, em seguida, a escreverem as conclusões que dai tiram ? Reconhecendo autoridade a qualquer pessoa que afirma ter estudado a questão ?

Estas são as questões que surgem no espirito de um leigo (como eu) ao ler o post de David Marçal, que continuo a considerar como de bom senso.

Penso que são questões legitimas...

Unknown disse...

"como é que você propõe que se decida a questão de saber se existe ou não consenso cientifico sobre determinado problema "

O problema não é haver ou não haver consenso. ( não há e ainda bem)

O problema é que aqueles que alegam o "consenso", entendem que a ciência está fechada, que já não há nada a investigar, e que é hora de tomar medidas. O simples facto de um Relatório presumivelmente cientifico (o do IPCC), ter um inacreditável Sumário para Politicos , cheio de certezas alarmistas sobre o futuro (que os papers não suportam a não ser como worst case scenarios) devia fazer acender uma luz de alarma nas cabecinhas dos crentes furiosos.
Há uma agenda politica, há uma intenção, por parte de alguns auto-nomeados aiatolas do clima, de forçar medidas politicas, de coagir politicos eleitos a agir de acordo com as suas convicções que ninguém conhece.
Chiça isto é preocupante.
Meia centena de pessoas, que não foram eleitas por ninguém, cujas convicções se desconhecem, estão, do alto do seu Olimpo, a querer forçar medidas que vão moldar o meu futuro.

Isto é fascismo, meus caros, mais concretamente ecofascismo.

E o mais preocupante, é que agora temos provas de que esta gente tem uma agenda e não é movida pela pura preocupação cientifica.
Falsificar dados, calar objectores, esconder informação, não vos preocupa, vindo daqueles que estão por detrás das medidas politicas que vos vão tirar dinheiro do bolso?
Mas está tudo doido?

Anónimo disse...

Acho muito bem o debate. Mas não se saberá se há consenso ou não. Mesmo que haja, não prova nada. É como a existência de Deus: não se sabe se existe ou não. A minha adesão ao que quer que seja não é só por motivos racionais. Nem em Matemática se tem a certeza (sabiam?). Ou seja a Ciência não é a chave de tudo. Eu não adiro à teoria do aquecimento global maléfico. Talvez esteja a haver aquecimento, não sei. Mas isso alegra-me, detesto o frio. Acho que já li acima que o mundo é feito de mudança, nessa eu acredito. Logo o planeta só tem três hipóteses: 1. Aquece, 2. Arrefece, 3. A temperatura mantem-se constante. A 3 parece-me muito improvável. Das que restam, eu prefiro a 1. O debate deve continuar, é intelectualmente estimulante e divertido. Não esqueçam que o homem é demasiado pequeno para alterar o universo (onde vi isto?). E se alterar? Talvez existam demasiados humanos no planeta. É uma hipótese. Mas todos clamam (excepto a China e Índia) que nos devemos reproduzir a um maior ritmo a fim de podermos manter as pensões de reforma e não ter que deixar os idosos ao abandono (qeu argumento mais rídiculo).

Anónimo disse...

O politicamente correcto dá nisto. Ó Lidador é difícil aturar os que têm a mania de é preciso combater o aquecimento, em geral acham que é crime (ou quase) discordar. Só eles têm razão e pronto!!

Pedro M Santos disse...

Caro João Viegas,

O-Lidador respondeu eloquentemente por mim. Nem acrescento vírgulas.

joão viegas disse...

Caro Pedro M Santos,

O-Lidador respondeu da seguinte forma : "O problema não é haver ou não haver consenso. (não há e ainda bem)"

Acho de facto eloquente como resposta.

Espero que o paper que me indicou no seu comentario anterior não utilize o mesmo tipo de eloquência...

Ferreira arq disse...

Estava eu na disposição de não mais dar cavaco às azias d'O Lidador,que insulta a inteligência de tudo e de todos.
Mas esta acusação do "ecofascismo"?
Estamos ainda longe dessa possibilidade!Estamos mais no reino da inactividade!

Já atrás ele referia:..."Isto não é um problema moral, não exige "mudança de mentalidade", exige apenas ciência e tecnologia."

Está enganado, isto requer alguma SENSIBILIDADE.Aquele tipo de sensibilidade que tiveram muitas das pessoas que perceberam os nazis pelos seus actos do dia a dia, que denunciavam o cariz da atitude que os movia.Não era precisa a confirmação da chacina de milhões de pessoas,para discordar.
E todos aqueles que estiveram à espera dessa confirmação inequívoca, tal como o Vaticano,não cumpriram, perante tamanha barbárie,quando deviam ser os primeiros arautos do problema.

Isto agora é muito semelhanteUma alteração brutal no ambiente que nos rodeia.
Escamotear o problema e continuar a tirar partido das mordomias que conseguimos neste pequeno período temporal,onde construimos máquinas que tornaram fáceis as deslocações,a extracção das matérias primas,o abuso de todo o tipo de vida animal e vegetal,sem ponderar minimamente a capacidade de regeneração,nem os reflexos no planeta por este tipo de consumo desmedido e pior: continuar impávidos e serenos a transformar este planeta numa latrina imunda onde será extremamente difícil a vida aos nossos filhos!

Concordo com as tentativas daqueles que,mesmo não sendo virgens púdicas,tentam inverter as mentalidades aos poluidores desmedidos.Estou convicto que, para além do conhecimento que os levou a essa tomada de posição,tiveram mais sensibilidade que a grande maioria.

Reconheco agora que, embora arquitecto, quando fiz em 1996 a pós graduação em Direito do Ordenamento, Urbanismo e Ambiente, no CEDOUA da F.D. da U. de Coimbra, não tive a sensibilidade necessária para compreender o alcance global da problemática ambiental actual e só com "A verdade inconveniente" compreendi o alcance do problema ambiental,e a forma como o futuro dos nossos filhos está a ser condicionado de forma nefasta pelos desvarios actais.

Voltando à sensibilidade:
-O ano passado estive com os meus filhos numa praia aqui do norte do país,a tomar um banho quente no mar,na 1ª semana de Outubro!
-Este ano estivemos lá outra vez a tomar banho,até ao fim da 2ª semana de Outubro;parecia a água do Algarve,em Agosto.
-Quando eu era miudo,até em Agosto era difícil aqui tomar banho;a água era fria!
-Há 15 dias atrás,para espanto de todos,as árvores aqui começaram a rebentar,como se já fosse primavera!
-Agora veio o frio e,eram quase trombas de água,pouca se infiltra no terreno,pela concentração; a sequência serão períodos prolongados sem chuva.
-A qualidade da água que todos temos em casa,cheia a lixívia,foi devidamente tratada,ao que dizem; mas nada já tem que ver com a água que tinhamos,do poço,no nível freático do terreno envolvente.
-As quatro estações do clima mediterâneo,desapareceram:faz sol,chuva frio,ou calor quando calha...
-O sol em Julho ou Agosto é terrivel, dá quase para estrelar ovos no pavimento da calçada (diziam os mais velhos que isso se fazia nos carris das linhas do caminho de ferro do Douro, lá para o Pocinho);agora já é aqui,junto ao mar.

Querem provas ciêntíficas, agora?

Algumas pessoas não têm sensibilidade,nem humildade para se medirem, quando passam atestados de incompetência sem eira nem beira,nem para perceber tudo aquilo que de facto as envolve,e as devia motivar de forma activa para ajudar a proteger e a limpar a casa,o único mundo que nós temos.

Louvo a paciência do Dr. João Viegas;continuo ciente de que era de esperar todo o tipo de ataques anarquistas e concertados, incluindo deste insensível,contra quem "puxa a carroça" para fazer algo que devia ser uma obrigação: defender o meio ambiente.

alf disse...

Eu andava um bocado baralhado com a discussão acerca se havia aquecimento global ou não - a resposta era óbvia, bastava consultar os gráficos das temperaturas da Terra, que mostravam como a temperatura média tem estado a diminuir desde 1998.

Até pensei em fazer um post sobre isso. Fui buscar os gráficos. Surpresa!!!! Não estão onde estavam ou estão alterados!!! Ainda pensei que era partida da minha memória, estaria a procurar nos sítios errados. Fartei-me de procurar e nada. Verifiquei que o gráfico que aprentam agora para o hemisfério sul corresponde mais ou menos ao que eu vi para a temperatura média do globo; mas o do hemisfério norte está falsificado de uma maneira tal que qualquer ignorante na matéria percebe logo - vejam aqui se não percebem logo:

http://www.ncdc.noaa.gov/oa/climate/globalwarming.html


Entretanto, encontrei esta página, já com algum tempo, que mostra como os gráficos da NASA têm sido alterados:

http://www.theregister.co.uk/2008/05/02/a_tale_of_two_thermometers/

Isto é factual, comparam os gráficos antigos com os novos.

E já agora: para quem percebe um mínimo de clima, o que não é o caso da generalidade dos defensores do aquecimento global (físicos nucleares, cosmólogos, etc) sabe que «aquecimento» significa maior humidade relativa e menor variação das temperaturas extremas, ou seja, máximas mais baixas e mínimas mais altas; enquanto que «arrefecimento» é exactamente o oposto. Ora os defensores do «aquecimento global» falam de duas coisas incompatíveis - aumento de temperatura média e aumento de amplitudes térmicas.

Por último: a origem da ideia do efeito de estufa do CO2 reside na inexplicável temperatura terrestre do passado, que cresce sempre em direcção ao passado, quando devia diminuir pela teoria física e estelar actual; como o mesmo acontece com o CO2, tentou perceber-se se seria o Co2 a causa. Já se percebeu que não é, mas a ideia deu tanto jeito para as necessárias políticas anti-petróleo, foi tão divulgada, que agora não há como fazer marcha-atrás sem perder a face.

Unknown disse...

Sabe, eu dei-me ao trabalho de ler a bostada lacrimosa que o Sr diz que o "sensibilizou", e o que ali encontrei foi uma pregação que mistura pseudo-ciência, ideologia autoflagelante e empenhada exortação moralista à “mudança de mentalidades”.

E as receitas gradas aos ecologistas tontos que endeusam Al GOre e lhe compram a zurrapa e que sentem uma pulsão emocional contra a energia nuclear, porque de um modo geral desconfiam da tecnologia e odeiam a civilização industrial.

Em termos psicológicos, é evidente o esquema edipiano da Mãe Natureza, vítima do Pai (civilização industrial), contra o qual se vira o filho protector (Gore, o nosso arquitecto, etc). No limite o filho aspira a matar o Pai, ficando então livre para amar a Natureza e viver feliz.

O livro de Gore está repleto de profecias apocalípticas em linguagem e pregador.

Como utópico em missão, Gore acha que descreve o mais importante problema do mundo e que as pessoas têm de ser educadas para que juntem à batalha, não se esquecendo de sugerir que quem discorde da sua visão só pode ser gente de má-fé, ou ignorante, apostada em continuar a agredir a Mãe Natureza.

Ignoro se Gore terá consciência disso, mas já que falou de nazis, o seu pensamento está perigosamente perto do pessimismo tecnológico de Heidegger (The Question Concerning Technology, 1953), e há no livro inúmeros trechos que são praticamente decalcados das ideias de Heiddeger.
Gore partilha até o pessimismo político do filósofo alemão que achava que não havia solução política e que aliás a democracia ao modelo americano era até a pior das tentativas de solução.
Gore não chega, como Heidegger, a gabar a “intrínseca grandeza e honestidade” da solução “nacional-socialista”, mas avança despreocupado pelo mesmo campo, reivindicando um novo paradigma civilizacional pela reformulação da organização política em torno do problema da mudança climática e da educação do pensamento dos homens.
Uma ideia próxima das teses da “deep ecology”, que apostam na criação de estruturas mundiais não eleitas, compostas por “especialistas” da ecologia, uma espécie de aiatolas ecológicos, que se atribuem a si próprios o privilégio de interpretar directamente as Verdades Reveladas da Mãe-Terra, sumo-sacerdotes do saber ecológico, aptos a orientar espiritualmente a acção dos governos eleitos.
Trata-se ecofascismo porque autonomeado supremo cuidador da terra e da ecologia.

Tal como Heiddeger, Gore é pessimista mas utópico. Vê um problema e uma oportunidade.
A oportunidade de nos salvarmos submetendo-nos à autoridade da sua visão de modo que as nossas consciências possam ser mudadas.
A “solução” de Gore, exige homens novos, como todas as ideologias utópicas.

Mas será mesmo necessário usar o idealismo platónico e o dualismo cartesiano para abordar o problema da mudança climática?
A coisa é assim tão complexa que exija uma “mudança de mentalidades”, um “homem novo” e uma nova forma de organização política e social?

Onde é que já ouvimos este tipo de receitas?

E será realista a exigência de congelamento imediato das emissões de GEE?
Gore sabe que não, pelo que ao dar voz a tal exigência, está pura e simplesmente a transferir a questão da mudança climática do mundo real da tecnologia, da economia e da política (a arte do possível) para a estratosfera moral, a partir da qual é fácil condenar de forma absoluta.
E essa é a razão pela qual omitiu deliberadamente a proposta nuclear de S&P
Garante assim o seu olimpismo e não conspurca o idealismo moralista de oponente da civilização tecnológica. No fundo, como filósofo ecofascista que aspira a orientar a humanidade no caminho do bem, não pode conceber soluções meramente tecnológicas, lá onde acha que só a mudança de mentalidades é a solução pura e ética.

Face a esta pregação de Gore, tão bovinamente ecoada por uma comunicação social deslumbrada e ignorante, importa, já agora, relembra que foi no seu consulado como Vice-Presidente americano, que o Senado dos EUA rejeito, por 99-0, o Protocolo de Quioto.
E bem!

Anónimo disse...

(Dirigido ao post e aos comentários)
Falácia número 1: O pseudo-consenso de quem faz publicação científica não é prova de nada.

Falácia número 2: Se A acontecer depois de B, não prova que A causou B.

Falácia número 3: Lá por o senhor X saber muito de agricultura, não quer dizer que tudo o que diga é logicamente válido e correcto.

Falácia número 4: "Confirmation bias", se tenho uma teoria e tenta provar, arranjo sempre exemplos disso, apenas se a teoria sobrevive a contra-exemplos pode ser tida em conta. (Falo se haver actualmente na UE uma política de financiar apenas publicações que tenham como pressuposto o aquecimento global )

Anónimo disse...

AHAHAH…
Por ser quase sempre indetectável, O EGO tem destas coisas, faz-nos ter imensa piada, logo, não deixa de ser sempre interessante tentar observá-lo, se conseguirmos adoptar uma postura de observadores inérciais, o qu’eu também não consegui ser, como o demonstra este meu testemunho (que não pretende ser um paper, ok? ahahah)! Este meu comentário tem como objectivo, não escondo, acrescentar mais uns excitadores à celeuma! Quem ‘tiver olhos que veja, quem ‘tiver ouvidos que ouça – onde foi que eu já ouvi isto… (ahahah…)

É uma diversão ler estes manifestos, pudera(!), são papers, sem, peer review (ahahah…)!

Ele são drs. advogados com ‘autoridade’; drs. arquitectos com ‘cowboys’ à mistura legitimados p’la defesa da prole, etc. (ahahah…), uma animação muito lúdica não hajam dúvidas, estou divertidíssimo! Vou continuar a ler enquanto não tiver mais nada p’ra fazer que é o caso, porque ‘tou desempregado, mas não sem antes meter a minha colherada (ahahah…), porque isto de discutir tácticas e estratégias escatológicas, messiânicas, etc. (lides futeboleiras e castristas à parte, é um assunto sério! ahahah… mais abaixo não me esquecerei dos gestores e seus prosélitos) até é engraçado e eu também tenho direito a ser mais um treinador de bancada! (ahahah…)
À liça de abertura, pergunto: então as famosas leis da Termodinâmica não são válidas nesta questão do aquecimento global? Será que este problema do aquecimento global é um caso de excepção a esses tão intransigentes corolários? Bom, a ser verdade, toda a física terá de ser repensada… pobre ciência… ahahah…

Lixo, poluição? O que é isso de lixo e poluição? Numa abrangência termodinâmica não ‘tou a ver o que seja! Toda a acção provoca uma subsequente reacção e o processo repetir-se-á sempre e infinitamente, originando uma tensão constante na evolução das espécies e dos ecossistemas, (sem esta simbiose não há aperfeiçoamento) não consigo imaginar o que quer que seja que saia desta relação, que dela não faça parte, ou esteja desenquadrado com ela! A ausência desta observância, a existir, a ser possível, não poderia ser outra coisa senão oposta à vida, algo desenquadrado com ela, é-me muito difícil imaginá-la fora desse enquadramento e apesar do meu muito esforço nesse propósito, afigura-se-me sempre com um sentido que não vai além senão de uma decadente e depauperante fruição decessa!? Contudo se a avaliação for baseada e fundamentada em juízos de valor do tipo: gosto – não gosto, bonito – feio, útil – nada útil, etc. ok(!), o que não falta p’ra é muito lixo e poluição pseudo-intelectual e quejandos! Sugiro um maior rigor na análise dos conceitos que são a base da enunciação do problema sob pena de induzirmos os incautos (é difícil não sê-lo!) a infames juízos de valor em detrimento dos universais juízos de facto! Por conseguinte, não posso deixar de solicitar que definam lixo, poluição (informo a título de exemplo que conheço o problema dos plásticos nos oceanos, sobretudo no pacífico…)! A não observação desta premissa projecta-nos obviamente para uma argumentação enviesada que só nos induzirá em falsos e perniciosos problemas que consequentemente implicarão reacções muito duvidosas que objectivamente nos precipitarão para soluções com conteúdos que podem resultar mais perniciosas do que a precedente situação, trazida por esta já gasta iteração na forma de raciocinar! Não somos ingénuos sabemos que o verdadeiro móbil, para a deturpação da argumentação, é fomentar a exploração de uma miríade ilusória percepção, e aparentemente inócua inconsciência, do EGO que estimula e multiplica engraçaditos treinadores de bancada que imbuídos em certezas mais do que questionáveis se tornam os defensores das soluções previamente preparadas, pelos interessados como é óbvio, com vista a fazerem proliferar desumanas assimetrias sociais expondo-as por essa razão a desregradas explorações levadas a efeito pela ordem, organizações (des)reguladora(s)!

(Continua...)

Anónimo disse...

(..continuação)
As entropias e entalpias intrínsecas a todos os sistemas, química do carbono incluída (e sem carbono não há vida tal como a conhecemos) onde os metanos associados aos nossos achaques aerofágicos e afins (ahahah…) só podem ser uma realidade, é uma premissa que é indissociável da vida e estes só podem ser, sem qualquer dúvida, um dos muitos factores transformadores intrínsecos a esses sistemas! Por isso invocar um qualquer infame controlo da população mundial como recentemente foi sugerido sem qualquer rebuço por um relatório da ONU onde com as letras todas preconizam essa medida como uma solução real p’ro dito problema, ou ainda, por exemplo, a em tempos recentes aventada hipótese de criação de uma lei comunitário onde se pretendia taxar com um imposto os criadores de gado bovino,… (o Zé pagode a pagar ‘tá claro!) em resultado da produção de metanos associados a essas indústrias, e por outras razões que só não vê quem não ‘tiver atento, afirmo, e p’ra que fique bem claro, que eu pertenço àqueles que vêem nisto tudo a teoria da conspiração por se me afigurar inqualificável e dantesco outro qualquer enquadramento!

Se extrapolarmos, para ajudar à compreensão sugerindo, e não será um abuso fazê-lo, a aplicabilidade de um efeito termodinâmico também à ganância e voracidade dos homens tudo se tornará mais compreensível! Diz-me o bom senso que não há ‘bela sem senão’, na vida não há borlas, isto é, podemos facilmente observar ‘entropias’ e ‘entalpias’ nas relações humanas, onde, nunca, nada é feito/dado a troco de nada, quem não perceber isto induzirá o seu e o nosso EGO no logro(!) e não será essa uma perniciosa acção premeditada? Um efeito de manada, de cardume? Como muito bem diz, lá p’ra trás, mais alguém! Por conseguinte, e em defesa desta minha compreensão deste nosso ‘ecossistema’, faço mugir alguns testemunhos à laia de clarificação, e isso, por 3 razões!


1º não me dá jeito nenhum que se preparem p’ra me meter mais ainda, a mão ao bolso, isto é, hipotecarem o meu auspicioso futuro (ahahah…), e isto porque se olhar apenas ao meu presente então é escandaloso porque ‘tou, como digo, desempregado! Manifesto contudo este meu desagrado alertando que atalhei muito no gritante apelo das minhas razões a outro nosso inalienável direito, a saber, o famigerado ‘livre arbítrio’ que deve ser, e eu quero muito que seja, sempre inquebrantável apesar de começar a ‘tar claro que o querem a toda a força tolher!

2º porque isto de ser treinador de bancada sem fundamentar não faz muito o meu feitio!

e 3º porque (bons humores e fruições à parte), acho que às vezes temos de nos afastar do problema para sabermos discernir, isto é, conseguimos vislumbrar-lhe a verdadeira causa, o real sentido, que nos catapulte p’ra almejada solução! Sugiro assim, numa primeira fase:

http://www.youtube.com/watch?v=YODjF4VTcTs

Anónimo disse...

Se este não bastar…

http://www.youtube.com/watch?v=Rcbq1dXMS6A&feature=related



Numa 2ª fase e porque de tanto invocarem a ciência, e porque ela verdadeiramente na sua pluralidade, ao invés de uma teimosa visão de singularidade, nos permite ver o que este coevo conceito do aquecimento global tenta escamotear, sugiro a Jill Bolte Taylor! Conhecem? Eu também não conhecia mas garanto que vale a pena conhecer! Se não tiverem paciência p’ra ler a engraçada banda desenhada sobre a sempre fresca e magnificente alegoria da caverna de Platão, passem directamente ao vídeo…

http://somostodosum.ig.com.br/clube/c.asp?id=20085



Numa 3ª insistência recomendo a leitura de ‘Eclesiastes’ para que meditemos sobre a ilusão, e nessa coisa que é o correr atrás do vento! Isto porque as parábolas da Bíblia apesar de adulteradas (diz quem teimosamente não quer deixar-se enganar, isto é, todos quantos estudam esses assuntos) continuam e podem, se as quisermos deixar, ajudar-nos na nada simples habilidade do saber cogitar! Acrescento e esclareço contudo que não professo qualquer religião nem tão pouco me considero um devoto do sagrado, embora os problemas metafísicos encontrem algum eco nesta minha postura de ‘homo sapiens sapiens’ (ahahah…) onde procuro ser ‘amigo da sabedoria’ já que a ‘Sofia’ me fascina na sua vertente mais pujante, isto é, a do meu próprio conhecimento, embora confesse que (e este meu regurgitar seja disso um bom exemplo) o meu EGO muito me obstaculize apesar de ciente, de que «a realidade é dos olhos para dentro e a ilusão dos olhos para fora.», coisa que, por força da muita provocação induzida, tenho muita dificuldade em observar! Por isso lá diz e com razão a erudição popular: ‘diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és!’ (ahahah…)

(...continua)

Anónimo disse...

Como não há 3ª sem 4ª, etc. (ahahah…) e para ajudar na descoberta nesta coisa do EGO, deixo o convite:

http://www.youtube.com/watch?v=-q1M5qh8Rao&feature=related



Por último e p’ra ajudar à teoria da conspiração (ahahah…) invoco:

http://www.youtube.com/watch?v=jJNwfFLKwv8

AHAHAH…



Pois é, encontramos aquilo que alguém tem apelidado de: PROBLEMA – REACÇÃO – SOLUÇÃO!!! Que soluções? Todas quantas as alicerçadas numa falsa abordagem dos problemas potenciam, e que as torpes, frenéticas, cegas, etc. e muito exponenciadas reacções (p’ra ser brando!) legitimam! Falsas soluções que se apresentam, como diria o Hérman José, a rogo do publicozinho e que não visam senão o controle, a escravização (e mais não digo para não me apelidarem de marxista-leninista, ou pior ainda! ahahah…) validadas por uma inconsciente escolha, fazendo parecer que tudo quanto é feito seja feito a pensar no nosso bem e a pedido! Se isto não me parece ser um atestado de imbecilidade, não sei o que me parece ser! Por mais benevolente que queira ser, afigura-se-me como uma realidade no mínimo tremendamente hilariante! ahahah…
(continua)

Anónimo disse...

Ilustríssimos excêntricos, eu já não acredito no pai natal e perante o facto de haver quem acredite, deixo a pergunta, poderá esse facto manifestar-se como um problema p’ra todos os demais? Pois é, como diria o optimista Cândido do Voltaire parece que vivermos no melhor dos mundos possíveis apelidado de democracia, mas essa realidade parece ter os dias contados como profetizam os arautos da nova ordem mundial, e porquê? Será a resposta aos irresponsáveis, inconscientes e funestos comportamentos do nosso EGO? Afigura-se-me como um problema de ‘clubite’ enganadoramente visto e apelidado de democracia (onde também só ganha quem tem mais massa para contratar o melhor plantel), mas eu nessa matéria sou do fkp, porque tenho bom gosto! ahahah… (vá lá não sejam tão severos, saibam perdoar o juízo de valor! Este é inócuo! ahahah…)



Prontos… e mais não digo p’ra não expor ainda mais o meu impertinente (no mínimo, dirão alguns! ou serão muitos? ahahah…) EGO que quero consciente (‘só sei que nada sei’ mas esse era – dizia a pítia – o homem mais sábio à superfície da terra, por isso perdoem-me a muita falta de criação, isto é, a imitação, e o cheirinho a pretensiosismo) pretensão que me tem dado uma trabalheira educar! (ahahah…)



Vou tentar continuar a acompanhar, p’ra me divertir e ajudar a passar o tempo, este site que descobri há dois dias atrás através de uma amiga que me enviou o link da notícia do expresso com a opinião do sr. José Delgado Domingos e na qual um dos comentadores faz referência a este espaço que é como digo muito divertido, (…) AHAHAH…



(continua)

Anónimo disse...

Porque sobretudo importa educar ao invés de proibir/legislar, etc. o jaez, cultivado na ignorância do EGO lembro:

REI FRACO FAZ FRACA A FORTE GENTE… (a que preço?)



Um muito obrigado, prometo que irei procurar ser um silencioso e mero observador inercial, deste blogue (como banho de consciência! E que consciência…), não sem direito a dar na pior das hipóteses umas boas e inócuas gargalhadas… AHAHAH… (apresentações postas…)

PAZ…


FIM...

Anónimo disse...

Sem comentários....

"a grande farsa do aquecimento global‏"

http://www.youtube.com/watch?v=RDzuXPM1W3k

Maria Curiosa

Anónimo disse...

Há os prós e os contras. Eu sou contra. Há muito dinheiro em jogo e outros problemas mais graves para encobrir. Procurem os textos do Joe Bastardi (meteorologista senior).

http://www.examiner.com/x-219-Denver-Weather-Examiner~y2009m9d10-Meteorologists-continue-to-challenge-global-warming-theory

http://www.examiner.com/examiner/x-219-Denver-Weather-Examiner~y2009m9d11-AccuWeathers-Joe-Bastardi-presses-case-against-global-warming-theory#letter

Unknown disse...

Bem pessoal...

Sou licenciado em filosofia e fiz vários cursos na área de educação ambiental. Participeis de inúmeros congressos na área ambiental, seja, do direito ambiental, da educação ambiental, das tecnologias de despoluição do ar, solo, água... Enfim...
Isso não me dá mais credibilidade em relação aos outros.
O fato é que, até onde percebi na minha modesta leitura da realidade, existem registrados na história vários fatos que foram intencionalmente manipulados pelos governantes (sejam estes governo de fato, forças subversivas, ou a minoria dominante) que desvirtuaram a realidade para estrategicamente atingir um resultado esperado.
Portanto, penso ser salutar, obedecendo as tendências que conhecemos do contexto atual, procurarmos possíveis explicações para outras possibilidades acerca do "consenso" sobre a parcela de culpa e contribuição da humanidade na potencialização do efeito estufa e consequente aquecimento global.
De início, quero deixar claro que não tenho dúvidas quanto ao fato de que nossa relação com o meio ambiente é extremamente inadequada. E que por conta disso causamos vários problemas socioeconômicos, ecológicos e ambientais como um todo. Tenho certeza que estamos agindo de maneira bizarra com o meio que nos propicia a vida.
Por outro lado, não posso ignorar aqueles que utilizam do mesmo conhecimento científico e chegam a resultados diversos daqueles amplamente divulgados pelo IPCC. Muitos desses cientistas perderam sua linha de financiamento e custeio de pesquisas por terem discordado do consenso estipulado pelo IPCC.
Porém, como nos leigos poderemos decidir quais dos cientistas estão mais próximos da "verdade"? Talvez, não poderemos decidir analisando os estudos científicos tão somente. Me perdoem o trocadilho, mas, a visão sistêmica deve ser aplicada não só sobre o meio ambiente natural. Muito pelo contrário, sobre toda a realidade.
Neste sentido, não podemos ignorar a possibilidade de haver interesses escusos em difundir determinada teoria acerca do aquecimento global. Pois, os interesses econômicos e políticos, fazendo parte do sistema, podem influenciar, determinar, e definir tendências, economia e políticas.
CONTINUA

Unknown disse...

CONTINUAÇÂO
Analisando o contexto atual (dos últimos 60 anos) percebo a vulnerabilidade do sistema capitalista. Percebo também, a flexibilidade e adaptabilidade do sistema econômico em geirir e absorver suas demandas.
Sabemos, porém, que num sistema capitalista o crescimento não pode ficar estagnado, caso contrário a crise seria inevitável, podendo inclusive resultar em seu colapso.
Devemos então nos perguntar se há uma fronteira limitadora para o crescimento econômico, uma vez que o que o sustenta é a sociedade de consumo da qual todos fazemos parte.
Vejam bem, o pensamento cataclísmico do aquecimento global por si só, pelo medo e desconforto que proporciona já gera um aumento do consumo. É sabido que pessoas inseguras, assustadas e com medo consomem mais para aplacar sua angústia.
Mas, a engenhosidade vai além. Com está onda verde que estamos vivendo atualmente a economia tem a possibilidade de ampliar exponencialmente o consumismo no planta. Tudo sob a justificativa de melhorarmos nossa forma de relacionarmos com a natureza.
O fato é que a cada dia é lançado um produto mais ecologicamente correto que o outro, nos induzindo a trocar de produto, comprar o novo, a fim de que estejamos alinhados com a postura "eticamente correta". Deixo meu carro com motor 1.6 pra comprar um com motor 1.0. Deixo o meu 1.0 pra comprar um híbrido. Deixo o híbrido pra comprar um elétrico. Deixo o elétrico pra comprar um a base de sei lá o que. Essa lógica funciona pra tudo o que consumimos. Alimentos, tecidos, eletrodomésticos, etc. Teremos que abandonar e comprar sucessivamente alimentando a economia global.
Quanto ao aquecimento global, é claro que existe. Tenho minhas dúvidas quanto a sermos nós os principais responsáveis. Lembro que em um único evento do vulcão Pinatubo, em 1991 se não me falha a memória, foi lançado na atmosfera o equivalente a 60% de gases tóxicos que a humanidade lançou em toda sua história. E eu citei "um" "único" evento de "um" "único" vulcão.
Portanto, como afirmei no início, tenho certeza que devemos melhorar nossa relação com o meio ambiente. Não por conta de um aquecimento global que pode ser causado por uma questão puramente da natureza do planeta e do cosmo. Mas, por uma questão ética. Por sabermos que a vida é o bem absoluto. E que nossa participação na existência tem sido em desfavor da água, do ar, do solo, dos animais e de nós mesmos.
Não é por que não acredito em nossa participação significativa no aquecimento global que concordo com as atrocidades antrópicas que destroem nossa biodiversidade.
Pelo contrário. Opto pelo bom senso, pela justa medida entre os termos, opto pela vida.
É apenas mais uma perspectiva sobre a realidade. Cabe a cada um de nós escolhermos nossa forma de agir no mundo.

"A escola pública está em apuros"

Por Isaltina Martins e Maria Helena Damião   Cristiana Gaspar, Professora de História no sistema de ensino público e doutoranda em educação,...