Cesáreo era um homem doente
e a doença isola uma pessoa.
Sentia-se anormal e impotente
e o cheiro da doença destoa!
Sonhava com saúde e cheiro bom,
que lhe dessem força e energia.
Queria a vida certa, como um dom,
que lhe trouxesse de novo a alegria!
Por isso, um dia, num verso imortal,
querendo a saúde, para madrinha,
disse que, aromática e normal,
era a mulher que mais lhe convinha.
Não a quis formosa ou sensual,
mas, tão só, aromática e normal.
Eugénio Lisboa
NOTA: Este poema é, se quiserem, uma modesta contribuição, para a busca do sentido profundo daqueles dois adjectivos (aromática e normal) que constituíam, para Cesáreo, a sedução máxima que uma mulher podia, para ele, ter, na situação em que se encontrava.
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