Por A. Galopim de Carvalho
Limitando-me, por agora, aos textos de divulgação científica na área em que fui profissional, seja num livro, num artigo de jornal ou de revista, num blogue ou nesta minha página do Facebook, focando bases essenciais da geologia, com incidência mais aprofundada nos domínios em que trabalhei, o meu propósito, por diversas vezes declarado, como professor que fui e não deixei de ser, é escrever uma lição, em bom português, numa linguagem acessível ao cidadão comum, sem perda de rigor científico, com humildade e, sempre que possível, agradável de ler. Tudo isto envolvido num quadro onde, dizem-me os que me leem, transparece um sentimento de afectividade.
É esta comunicação, quase diária, aqui iniciada há uns oito anos com os meus leitores, hoje em número que ultrapassa os 35 000, que me encorajam a cumprir como "voluntário à distância", este que encaro como um dever de cidadania.
Em cumprimento do que penso ser um dever cívico de todo aquele que teve o privilégio de estudar a nível superior, pretendo, sobretudo, por esta via, aproximar-me dos professores e professoras que ensinam geologia nas nossas escolas, proporcionando-lhes informação científica actualizada, em estreita ligação a uma componente cultural indispensável a quem tem a nobre missão de ministrar conhecimentos e, ao mesmo tempo, formar cidadãos.
Igualmente em cumprimento do atrás citado dever cívico, procuro, também chegar ao público, em geral (divulgar é espalhar conhecimento entre o vulgo), qualquer que seja a sua posição no tecido sociocultural, facultando-lhe conhecimentos que não tiveram oportunidade de adquirir, aprofundar os que possuem e relembrar os que o tempo apagou ou distorceu.
Com a ressalva de raras excepções, o défice de cultura geológica (e não só) caracteriza a sociedade portuguesa a todos os níveis, dos governantes aos mais humildes cidadãos, dos industriais e comerciantes aos militares e funcionários públicos, dos artistas de todas as artes aos jornalistas, agentes de cultura, “opinion makers” e outros intelectuais, dos juristas e economistas aos jogadores de futebol.
Escrever neste domínio tem sido, pois, uma acção complementar das muitas palestras, lições ou, melhor dizendo, conversas que sempre fiz e que hoje ainda vou fazendo, mais espaçadamente, nas nossas escolas, dos jardins de infância às universidades, em Museus, Centros de Ciência, Bibliotecas Municipais e outras instituições, por todo o País. Acrescente-se que, por frutuosa experiência, em tempo de pandemia, estas conversas continuam, agora, a partir de casa, frente ao computador, utilizando a chamada via zoom.
Numa linguagem figurada, diria que, ao tornar público o que escrevo, seja divulgação, crónica, ficção, ensaio ou opinião, estou a abrir, a todos, a “biblioteca” onde guardo, praticamente intacto e bem catalogado o que estudei e tudo o que a experiência e a vida me ensinaram. Neste tudo, gosto de lembrar os meus difíceis tempos de escola e as minhas sempre interessadamente vividas experiências como aprendiz de muitas artes, numa sociedade ainda muito pouco industrializada e marcadamente artesanal, que foi a da minha infância e primeira adolescência na cidade de Évora. Neste tudo cabem, ainda, já mais crescidinho, as minhas incursões no mundo rural alentejano, sempre curioso na observação e, muitas vezes, experimentação nas múltiplas fainas e onde, no convívio como os camponeses fui, pela primeira vez, confrontado com o drama das desigualdades sociais.
Entre os que podem ler estão também os meus pares, que sabem tanto, mais ou muito mais do que eu. Sei que, ao divulgar o que escrevo, corro o risco de errar num ponto ou noutro, numa ou noutra noção e induzir em erro o leitor menos preparado. Só não erram os que não falam, não escrevem nem fazem. É por isso que sempre aceitei e aceito a crítica e o apontar de eventuais erros ou falhas, situações que já tiveram lugar e que, sempre e oportunamente, corrigi e agradeci.
É esta comunicação, quase diária, aqui iniciada há uns oito anos com os meus leitores, hoje em número que ultrapassa os 35 000, que me encorajam a cumprir como "voluntário à distância", este que encaro como um dever de cidadania.
Em cumprimento do que penso ser um dever cívico de todo aquele que teve o privilégio de estudar a nível superior, pretendo, sobretudo, por esta via, aproximar-me dos professores e professoras que ensinam geologia nas nossas escolas, proporcionando-lhes informação científica actualizada, em estreita ligação a uma componente cultural indispensável a quem tem a nobre missão de ministrar conhecimentos e, ao mesmo tempo, formar cidadãos.
Igualmente em cumprimento do atrás citado dever cívico, procuro, também chegar ao público, em geral (divulgar é espalhar conhecimento entre o vulgo), qualquer que seja a sua posição no tecido sociocultural, facultando-lhe conhecimentos que não tiveram oportunidade de adquirir, aprofundar os que possuem e relembrar os que o tempo apagou ou distorceu.
Com a ressalva de raras excepções, o défice de cultura geológica (e não só) caracteriza a sociedade portuguesa a todos os níveis, dos governantes aos mais humildes cidadãos, dos industriais e comerciantes aos militares e funcionários públicos, dos artistas de todas as artes aos jornalistas, agentes de cultura, “opinion makers” e outros intelectuais, dos juristas e economistas aos jogadores de futebol.
Escrever neste domínio tem sido, pois, uma acção complementar das muitas palestras, lições ou, melhor dizendo, conversas que sempre fiz e que hoje ainda vou fazendo, mais espaçadamente, nas nossas escolas, dos jardins de infância às universidades, em Museus, Centros de Ciência, Bibliotecas Municipais e outras instituições, por todo o País. Acrescente-se que, por frutuosa experiência, em tempo de pandemia, estas conversas continuam, agora, a partir de casa, frente ao computador, utilizando a chamada via zoom.
Numa linguagem figurada, diria que, ao tornar público o que escrevo, seja divulgação, crónica, ficção, ensaio ou opinião, estou a abrir, a todos, a “biblioteca” onde guardo, praticamente intacto e bem catalogado o que estudei e tudo o que a experiência e a vida me ensinaram. Neste tudo, gosto de lembrar os meus difíceis tempos de escola e as minhas sempre interessadamente vividas experiências como aprendiz de muitas artes, numa sociedade ainda muito pouco industrializada e marcadamente artesanal, que foi a da minha infância e primeira adolescência na cidade de Évora. Neste tudo cabem, ainda, já mais crescidinho, as minhas incursões no mundo rural alentejano, sempre curioso na observação e, muitas vezes, experimentação nas múltiplas fainas e onde, no convívio como os camponeses fui, pela primeira vez, confrontado com o drama das desigualdades sociais.
Na imagem, a discordância angular da Praia do Telheiro, Vila do Bispo. |
A. Galopim de Carvalho
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