Thou still unravish’d
bride of quietness
“Ode to a grecian urn”
John Keats
deixaste-me na terra, abandonado
a uma solidão que não é virtude,
antes me volve eterno condenado.
Passaste, suave, quieta, doce,
como quem pisa sem sequer pisar,
sendo o teu ser como se só fosse
uma brisa que nos vem visitar.
Inviolada noiva de quietude,
deixaste-me, podendo-me levar!
Havendo em ti tanta solicitude,
por que me deixaste neste penar?
Como pôde tanta suavidade
não tentar travar tanta saudade?
Eugénio Lisboa
2 comentários:
Bastaria ao Eugénio Lisboa ter escrito este soneto para eu o admirar como grande poeta.
Obrigado, caro Amigo. Tento apenas, com pouca arte, retribuir a grande que me tem visitado e consolado.
Um abraço
Eugénio Lisboa
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