segunda-feira, 12 de junho de 2023

PELA DEFESA DAS HUMANIDADES, DA HUMANIDADE E DA EDUCAÇÃO

Por Maria Helena Damião e Isaltina Martins
 


Neste ano o Prémio Princesa de Astúrias de Comunicação e Humanidades foi atribuído a Nuccio Ordine. Na acta do júri, lida pelo seu secretário (ver aqui), constam breves mas profundas palavras que, por isso mesmo, se justifica que decoremos, o mesmo é dizer que guardemos no coração. É que o legado deste professor italiano, traduzido em tais palavras, que abaixo reproduzimos, precisa de continuar vivo e isso cabe-nos a todos, sobretudo aos que se têm por educadores.
“... pela sua defesa das Humanidades e o seu compromisso com a educação e os valores enraizados no pensamento europeu mais universal. Ordine estabelece um diálogo com a sociedade contemporânea para transmitir, em especial aos mais jovens, que a importância do saber se encontra no próprio processo de aprendizagem. A utilidade da educação deve entender-se em termos de paixão pela busca do conhecimento e do melhor de cada pessoa, sem se circunscrever a um interesse económico. O seu trabalho académico centrado em figuras relevantes do Renascimento destaca a necessidade de recuperar a riqueza do Humanismo para as novas gerações."

1 comentário:

Carlos Ricardo Soares disse...

Tudo o que ameaçar o homem, o indivíduo, ameaça a humanidade. Se a humanidade, por azar, ameaçasse o indivíduo, o ser humano, fosse pelo meio que fosse, estaríamos perante um grande problema, independentemente de isso ser óptimo para as outras espécies. Temos razões para pensar que aquilo que é melhor para uns é pior para outros. Defender as humanidades é defender a humanidade. Defender o Humanismo, é defender o ser humano, o indivíduo humano, na sua fragilidade perante a Humanidade todo-poderosa, e tão desgovernada pela alucinação desse poder. Neste aspecto, Humanismo tem tudo a ver com o respeito devido ao indivíduo, ou, por outra, com o respeito que o indivíduo deve ter para com os outros, para com tudo. Senão por uma simpatia natural, por uma reciprocidade lógica, de estatuto natural. Embora saibamos como é difícil aplicar este pensamento, por ex., quando lidamos com insectos que nos importunam, por mais que estejamos a agir em legítima defesa.

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