Um gato nunca desiste, porque desistir faz-lhe mal à alma e ao pêlo.
Uma das coisas que mais surpreende negativamente o gato, no que diz respeito aos humanos, é a abjecta subserviência destes, em relação à vontade dos felinos. Pior do que isso, só o facto de os humanos adorarem ser subservientes.
Há quatro coisas que o gato sabe: sabe quando quer comer, sabe quando quer dormir, sabe quando quer ser mimado e sabe quando quer que o deixem em paz.
Também sabe que não há mais nada que valha a pena saber.
O gato nunca cede: às vezes, quando lhe convém, finge que cede.
O gato gosta de interromper o trabalho dos humanos. É mesmo um dos seus maiores prazeres. “Interrompo, logo existo”, é um dos seus lemas favoritos.
É de muito má educação dizer que não a um gato. Só um plebeu, em matéria de gatos, comete tal gaffe.
A autoestima do gato tem fundamentos muito sólidos. A autoestima dos humanos tem fundamentos muito frágeis.
O gato sabe. O homem acha.
Como se pode não ser gato?
NOTA: Estas dez leis felinas são o resultado de uma esforçada e aprofundada investigação realizada por mim, ao longo de décadas. Suspeito haver ainda outras leis a que, até hoje, não tive acesso. Infelizmente, já me não restará vida suficiente para levar a cabo a tarefa que se impõe de irmos mais longe no conhecimento necessário e mesmo essencial da idiossincrasia dos felinos de salão. Outros se encarregarão desta tarefa meritória.
Eugénio Lisboa
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