UM
FUTURO PARA COIMBRA (2021-2029)
O movimento, que nasceu em 2017 como uma iniciativa cidadã, independente de qualquer força partidária, conquistou rapidamente uma adesão significativa da população. Embora abaixo das nossas expectativas iniciais, obteve nas urnas um resultado que todos os observadores consideraram excelente para uma primeira prova, preparada com escassos sete meses de antecedência. Soube, desde então, afirmar-se em defesa de Coimbra como principal força de oposição nos órgãos autárquicos onde está representada, contrapondo-se como força tranquila, confiável e madura, mas também determinada e ambiciosa, a uma gestão que já teve cinco oportunidades de mostrar o que vale e que não foi capaz de aproveitar nenhuma. Porque queremos mais para Coimbra, chegou a hora de um novo impulso renovador que, alimentado pela esperança dos cidadãos e baseado numa visão arrojada e inovadora, livre de jogos partidários, proporcione um futuro de desenvolvimento para a nossa cidade, para o nosso concelho e, portanto, para o nosso país.
A transformação que propomos requer uma mudança na forma de ver, pensar e exercer o poder autárquico. A nossa ambição consiste em dar um futuro diferente à cidade, um destino que a faça aproveitar as oportunidades que se lhe oferecem, de modo a acompanhar e mesmo ultrapassar as cidades da mesma dimensão mais desenvolvidas do país e do mundo. É uma ambição que queremos partilhar com todas as pessoas de Coimbra, com os que cá nasceram ou cá viveram, com os que cá vivem e ainda com aqueles que, estejam onde estiverem, se sentem de alguma forma ligados a esta cidade e são amigos de Coimbra.
A nossa acção será baseada num conjunto de ideias-força, das quais destacamos:
Fixação de empresas e criação de emprego
A crise demográfica é a maior ameaça que muitos municípios terão pela frente nas próximas décadas. Em Coimbra, a população de estudantes do ensino superior esconde ou atenua esta realidade. Apesar de muitos deles atualmente deixarem a cidade quando concluem a sua formação superior, eles constituem um alvo importante na política de retenção e atração de população jovem. Essa política passará pelo fomento à fixação de empresas e à atracção de investimentos, devendo a Câmara ser não só um interlocutor eficiente das empresas que batem à porta da cidade, como um procurador ativo de outras, sabendo que umas e outras, salvaguardados os devidos preceitos legais e ambientais, constituem uma fonte de emprego e de riqueza para a cidade. A Câmara será por isso, para o sector empresarial, uma instância facilitadora.
Justiça Social e Democracia
Vivemos com a crise sanitária tempos difíceis. Nenhuma sociedade ou comunidade moderna atingirá a plenitude com assimetrias e desigualdades económicas e sociais que Coimbra, infelizmente, ainda exibe. Será por isso nossa prioridade adotar políticas de erradicação da pobreza com particular ênfase nos jovens e nos mais idosos. Em articulação com o governo do país e organismos de apoio social, públicos e privados, iremos concretizar medidas de combate, ao desemprego, à desnutrição e à solidão. Solidariedade, justiça social e democracia devem ser objetivos da nossa política de desenvolvimento sustentável. A democracia também deverá ter amplo lugar nas relações entre a Câmara e a Assembleia Municipal e entre a Câmara e e as Juntas de Freguesia ou Uniões de Freguesias, para as quais serão canalisados mais recursos de uma forma mais transparente.
Uso Eficiente de Recursos Naturais
Estamos hoje confrontados com o grave problema das alterações climáticas, um problema que não podemos deixar, sem mais, às novas gerações. E a solução das questões globais começa no ambiente local. É nossa obrigação garantir que os sonhos e ambições das gerações seguintes não serão destruídos ou limitados pelas ações ou omissões da atual geração. Um desenvolvimento ambicioso implica também uma ligação mais harmoniosa entre o centro urbano e as freguesias periféricas, uma ligação que é urgente e que terá de ser traduzida numa efetiva e uniforme redução da pegada de carbono e na implementação de uma taxa virtual de carbono, devidamente estudada com vista à justiça social e ambiental. A boa qualidade da água, do ar e do solo serão nossas preocupações permanentes.
Relação da Cidade com a sua região
É necessária uma melhor
articulação do concelho com os concelhos vizinhos da sua natural envolvente (CIM)
e com a sua região (Centro). No quadro atual e futuro do país, e contrariando
práticas que têm sido infelizmente usuais, faz muito mais sentido a cooperação
do que a competição, de modo que a região Centro possa falar a uma só voz.
Propomos uma articulação permanente com os outros municípios da região de
Coimbra – fazendo sentido a ideia de uma área metropolitana, que sirva
de contraponto às megaáreas de Lisboa e Porto - e uma progressiva aproximação
às expectativas de Aveiro, Leiria, Viseu e Guarda, com vista à consolidação de
estratégias aglutinadoras. Reforçando a
participação e juntando vontades para a prossecução de fins comuns, é por todos
compreendido e por todos aceite que um núcleo mais forte, desde que atento às
necessidades e expectativas dos outros, é um critério de sucesso para todos.
1. Programa
Este programa estratégico centra-se nas pessoas e na sociedade que elas formam e perspetiva-se para um período de oito anos. Os objetivos principais da nossa ação autárquica são: Pessoas felizes numa cidade justa, solidária e inclusiva; exemplar na qualidade e igualdade de acesso aos serviços públicos de saúde e educação, ao trabalho e à cultura, bem como na capacidade de produzir riqueza e de proporcionar emprego; uma urbe que seja um modelo do ponto de vista ambiental, e que esteja na primeira linha da transição digital que hoje caracteriza as cidades inteligentes. Em todas estas vertentes Coimbra tem de ser uma CIDADE CRIATIVA, aproveitando as suas enormes potencialidades materiais e humanas.
A nossa visão de uma COIMBRA
CRIATIVA está alicerçada em quatro pilares principais:
- Pessoas,
- Comunidades,
- Empresas
e Organizações,
- Infraestruturas.
Esses pilares são
contemplados por um conjunto de sete Programas
de Acção que garantirão o desenvolvimento sustentável do nosso concelho e
região, isto é, o seu desenvolvimento económico,
social e ambiental.
São eles:
PA1: Coimbra Saudável,
PA2: Coimbra Educada,
PA3: Coimbra Culta,
PA4: Coimbra Solidária,
PA5: Coimbra Competitiva,
PA6: Coimbra Verde,
PA7: Coimbra Digital.
O conteúdo desses programas será objeto de grupos de trabalho abertos às pessoas que quiserem colaborar. O resultado será um conjunto de medidas devidamente estruturadas e planeadas no tempo.
Vejamos as nossas propostas para os quatro pilares.
2.
Pessoas
Coimbra é uma cidade aberta a todos. O princípio da igualdade consagrado na Constituição é, para nós, sagrado. Não deve haver quaisquer discriminações baseadas no sexo, etnia, idade, etc.
Primeira Infância
Nutrição e cuidados de saúde adequados durante os primeiros anos de vida são essenciais para assegurar ao ser humano um desenvolvimento saudável. Muitos défices cognitivos e desequilíbrios de desenvolvimento, como a tendência para a obesidade, resultam de deficiências acumuladas nesta fase da vida.
Através dos programas Coimbra Saudável e Coimbra Solidária iremos garantir que em Coimbra nenhuma criança acumule problemas de saúde e desequilíbrios nutricionais que limitem o seu processo de desenvolvimento e aprendizagem e a realização de todo o seu potencial. Coimbra, com o impulso da nova Maternidade, com o seu bem equipado Hospital Pediátrico e a boa rede de creches e jardins de infância de que dispõe, tem condições únicas para ser uma cidade de referência nesta área.
Crianças e Adolescentes
A educação na juventude é fundamental ao desenvolvimento do ser humano. Vista no passado apenas como uma boa base para ter emprego, no mundo moderno é considerada o início do processo de aprendizagem que se deve estender por toda a vida. Crianças e adolescentes devem ter pleno acesso a informação e a meios que favorecem a sua aprendizagem, mas a formação, seja profissional, cultural ou outra, deve continuar ao longo da vida. Coimbra deve ser a referência na área da educação, desde o básico ao superior, pugnando por uma educação de excelência para todos. Para isso não podem existir escolas degradadas (caso da Escola Secundária José Falcão) nem com problemas ambientais (por exemplo, com amianto). Em paralelo, todas as crianças de Coimbra devem ter acesso a Parques Infantis, todos os adolescentes a Parques Verdes e a espaços e equipamentos para a prática desportiva.
Através dos Programas Coimbra Educada, Coimbra Verde e Coimbra Digital iremos garantir que em Coimbra todas as crianças e adolescentes beneficiem da melhor educação do País. Em particular, nenhuma será prejudicada no seu processo de aprendizagem escolar por não ter acesso à Internet ou aos meios informáticos essenciais.
Adultos
Trabalho digno e famílias funcionais são traves mestras do desenvolvimento humano na fase adulta. Emprego com remuneração justa e integração numa comunidade solidária, com acesso a serviços públicos de alta qualidade, aumentam significativamente o rendimento disponível, fomentam a natalidade e a atractividade da cidade.
Através do Programa Coimbra Solidária serão oferecidas condições atraentes para fixação de jovens famílias que podem usufruir da segurança da cidade e da qualidade dos serviços de educação e saúde, características que podem ser ainda mais diferenciadoras de Coimbra no panorama nacional. Os casais jovens poderão ter condições facilitadas no acesso à habitação.
Com o Programa Coimbra Digital a cidade proporcionará também a quadros deslocados a oportunidade de exercer a sua atividade profissional no conforto das suas famílias, beneficiando de condições pensadas como resposta à alteração de paradigma em curso no domínio do emprego, que favorece o teletrabalho e o bem-estar associado ao equilíbrio entre a vida profissional e familiar. O mesmo programa proporcionará e favorecerá oportunidades de formação ao longo da vida.
Seniores
O aumento da esperança de vida e a melhoria do estado de saúde da população portuguesa tem um grande impacto económico e social. Em Coimbra a população com idade superior a 64 anos corresponde já a 25% do total, representando um ativo essencial da cidade. Pode-se e deve-se contribuir para a sociedade em qualquer etapa da vida.
Através do Programa Coimbra Solidária serão oferecidas condições de promoção do envelhecimento ativo e do bem-estar em idade avançada, com bom fornecimento de cuidados primários de saúde. Por outro lado, com a promoção do regresso de quadros, que trabalham deslocalizados da sua empresa ou instituição, haverá um benefício imediato para a população mais idosa em consequência da maior proximidade aos filhos e netos.
3. Comunidades
É igualmente função de uma autarquia zelar pelo bom funcionamento das comunidades e relações intercomunitárias organizadas no seu território, seja à escala das pequenas vizinhanças de bairro ou aldeia, seja à escala das associações culturais ou desportivas (clubes), seja ainda fomentando a criação de associações de tipo empresarial e apoiando a articulação interinstitucional. Com efeito, a prossecução de uma política autárquica baseada no novo paradigma requer associações fortes, dinâmicas, modernas e com flexibilidade para acompanhar os novos rumos da sociedade. A Cultura é o indispensável cimento das comunidades. O Desporto assume também papel essencial no bem-estar de cada um e na coesão social.
Vizinhanças
As comunidades que já estão vivas nos sectores social e cultural serão apoiadas, ao mesmo tempo que serão criados instrumentos que fomentem o surgimento de novas comunidades. Um modo de participação que será explorada nas vizinhanças será a dos orçamentos participativos, que em Coimbra não têm tido suficiente expressão.
A boa manutenção dos espaços urbanos e rurais será nossa preocupação constante assim como a boa acessibilidade entre centro e periferia. No quadro do reforço das vizinhanças locais contemplaremos uma mais ampla e justa distribuição dos recursos autárquicos pelas freguesias do concelho, em estrita colaboração com os autarcas eleitos e tendo em vista a satisfação das maiores necessidades.
No Programa Coimbra Solidária atenderemos especialmente às questões colocadas pelas vizinhanças.
Cultura
A Cultura é o grande meio mobilizador das pessoas, com vista à sua realização pessoal e social. Coimbra é eminentemente uma cidade de Cultura, pelo que Cidade e Cultura devem ser indissociáveis, uma ideia que deve ser reforçado através do design e da sinalética. Coimbra precisa urgentemente de uma estética renovada, uma estética que divulgue uma imagem de um futuro promissor alicerçada num passado muito denso.
Coimbra tem de saber ligar o novo com o antigo. A estratégia cultural, da qual o Convento de São Francisco será polo central, será a ligação entre a cultura artística e literária e a cultura científica e tecnológica, aproveitando o grande potencial cultural instalado na cidade, e confluindo em projetos que deem grande visibilidade nacional e internacional à urbe e à região como o Museu de Arte Contemporânea e o Museu da Ciência da Universidade. Os eventos e festivais existentes, como a Bienal de Arte Contemporânea e o Festival das Artes, devem ser valorizados, pelo seu elevado valor simbólico e artístico, e por serem ocasiões especiais de congregação de pessoas. Numa lógica de colaboração com a Universidade, proporemos um novo Festival Artístico Internacional, por exemplo centrado no Teatro, uma área em que há forte tradição em Coimbra. Deveria ser recuperada a colecção e a iniciativa dos Encontros de Fotografia de Coimbra. A Orquestra Clássica do Centro ganharia em ser verdadeiramente a Orquestra da região de Coimbra, residente do Convento de São Francisco, libertando o Pavilhão de Hanôver para exposições temporárias. Aos grupos culturais da cidade com excelentes programa e iniciativas serão dados os convenientes apoios e estímulos, procurando o reforço da colaboração, o que pode ser feito quer como melhor articulação da programação quer com iniciativas conjuntas. Deve ser repensada e reforçada a rede de museus municipais, que merecem ser mais conhecidos. Tem de existir uma Feira do Livro que saiba competir com as de Lisboa e Porto, valorizando os autores, livreiros e alfarrabistas locais, numa cidade de grande tradição literária. A Feira das Velharias deve voltar à Praça Velha da cidade. A gastronomia local deve ser incentivada através de programas próprios com a restauração local.
É a partir de uma maior mobilização dos criadores da cidade e da sua melhor ligação com os criadores da região que projectos como Coimbra, Capital Europeia da Cultura, podem ganhar tracção para se tornarem nacional e internacionalmente credíveis e, portanto, imperativos.
O Programa Coimbra Culta articulará os múltiplos e ricos caminhos da Cultura, no quadro de uma ampla participação de todos os interessados, que incluirá de modo intenso as colectividades culturais e recreativas locais, com uma vida muito rica na música, teatro e artes em geral (uma sua federação pode ser uma mais valia para a sua valorização).
Desporto
O Desporto é um indispensável meio de realização humana. A Associação Académica de Coimbra (AAC) e a AAC – Organismo Autónomo de Futebol são marcas da cidade, que merecem não só o nosso respeito como o nosso acompanhamento. Mas também merecem os outros grupos desportivos, alguns deles à escala da freguesia, que, com grande dificuldade, desempenham um papel social determinante.
Em cooperação com a Universidade, que dispõe de uma experiente Faculdade de Desporto e Educação Física, e com o Instituto Politécnico, também activo na área, fomentar-se-á o desporto nas várias modalidades. Em particular procurar-se-á melhorar as instalações desportivas, incluindo as piscinas, quer municipal quer de outra índole. Procuraremos atrair para Coimbra competições desportivas nacionais e internacionais.
No quadro do Programa Coimbra Verde, fomentaremos o desporto para todos, ao ar livre. No Programa Coimbra Educa será dada particular atenção ao Desporto.
4.
Empresas e
Organizações
Empresas e Emprego
Serviços Públicos
Sector Social
Parceria Câmara-Universidade-Hospital
A elevada qualidade que podemos ter nos serviços públicos em Coimbra é a peça-chave na presente estratégia. Neste aspeto, são particularmente importantes as instituições do sector social e as duas maiores instituições públicas do concelho, a Universidade e o Centro Hospitalar e Universitário (CHUC). Numa autarquia como Coimbra, reconhecida pela sua Universidade e pelos seus Hospitais, a articulação entre estas instituições, sem prejuízo da sua autonomia, deveria ser natural e geradora de mais-valias económicas e sociais. Infelizmente, assim não tem acontecido. Mas, para o desenvolvimento de Coimbra, é mesmo isso que tem de acontecer.
Parque de Inovação
Propomos uma visão integrada para o problema da criação de emprego qualificado, que passa pela vitalização do conceito de Parque Tecnológico, englobando as necessárias contribuições da Universidade e do Instituto Politécnico, dos CHUC, do Instituto Pedro Nunes, do iParque e de outras instituições ligadas à inovação. Para além do óbvio aumento da massa crítica, a integração de atividades facilitará a divulgação e a estratégia de captação de novos projetos e iniciativas empresariais baseadas em recentes tecnologias, nomeadamente as bioindústrias e indústria da saúde, a engenharia informática, as chamadas indústrias criativas e a economia do ambiente. Serão criadas condições para que novas empresas de serviços se instalem na Baixa, contribuindo para a revitalização do tecido urbano. A inovação deve estar por todo o lado; num certo sentido, toda a cidade deve ser um Parque de Inovação.
Tendo em vista a desejável reindustrialização de Coimbra, pretendemos alargar as zonas industriais, nomeadamente as zonas industriais de Taveiro, de Eiras e Souselas, bem como relançr o iParque, em colaboração com o Instituto Pedro Nunes, respondendo às modernas necessidades dos médios e grandes investimentos, designadamente os que se revelem mais inovadores nos dias de hoje, que são de economia do conhecimento baseada na ciência e na tecnologia mas permeada por uma visão humanista.
O Programa Coimbra Competitiva dará substância a este desiderato.
Turismo
Propomos a criação de um Centro de interpretação de Coimbra, contando as histórias e as lendas da cidade, capaz de receber os que nos visitam, de os situar e de lhes proporcionar a ementa de que necessitam para os vários dias de visita à cidade que que ela merece. Esse Centro Interpretativo deverá ser instalado no Convento de São Francisco, dando-lhe finalmente um programa que ele nunca teve e tirando partido de um grande investimento que tem estado muito pouco aproveitado.
O Programa Coimbra Competitiva contemplará o
Turismo, onde o setor privado desempenha papel relevante.
5. Infraestruturas
O investimento em infraestruturas tem sido sucessivamente adiado por força da fraca capacidade de influência das instituições e das gentes de Coimbra junto do governo central. Embora de forma não explícita, os atuais instrumentos de planeamento abrem a porta à concretização de alguns investimentos essenciais para Coimbra. Estando por saber o modo como esse plano, ou partes dele, se vai concretizar, o certo é que existem agora oportunidades de investimentos público, alicerçadas na União Europeia que têm de ser aproveitadas. Para isso são precisos boas ideias e bons projetos, a começar desde logo na mobilidade, mas a prosseguir nas infraestruturas digitais, de saúde, de congressos, judiciais, culturais e ecológicas.
Sistema de Mobilidade Urbana
Trinta anos de políticas erráticas, de opções tecnicamente mal fundamentadas e de decisões inconsequentes conduziram a uma situação, aparentemente irreversível, que passa pela instalação do MetroBus. Não indo a tempo de alterar esta realidade, cumpre-nos gerir o melhor que for possível a situação herdada, procurando redesenhar a rede de transportes urbanos em função dos eixos assegurados pelo MetroBus e procurando diminuir a circulação automóvel no centro urbano. Não causando quaisquer descontinuidades de serviços, pensamos que as soluções planeadas até agora devem ser devidamente testadas, verificando o seu grau de proficiência e sustentabilidade. Uma rede de eléctricos rápidos, tal como existem em cidades europeias da dimensão de Coimbra, poderá vir a ser pensada para o médio e longo prazo. Acima de tudo, o Sistema de Mobilidade de Coimbra não pode estar estruturado em função apenas da ligação à Lousã e Miranda do Corvo, mas deve pensar em Condeixa, Figueira da Foz, Mealhada, Penacova, Cantanhede, e e outras localidades próximas. Um factor essencial será o custo justo dos transportes colectivos, o que se consegue com passes sociais atractivos tal como ocorre noutras cidades.
Estação Ferroviária de Alta Velocidade
Pretendemos fortalecer o Sistema de Mobilidade de Coimbra, articulando a sua rede de transportes urbanos com o sistema ferroviário, viário e uma nova rede de ciclovias nas zonas planas da cidade. Coimbra, como centro geográfico do Centro, tem de ser incluída na rede nacional de alta velocidade, através da ampliação da “Estação Velha” (o nome é elucidativo sobre o estado da cidade!), com eventual relocalização, construindo uma grande e funcional estação multimodal de Coimbra que acomode todos os meios de transporte (urbanos e suburbanos, como o MetroBus; regionais e nacionais). Essa estação deve ter boas ligações aos vários centros urbanos da região Centro.
Regeneração Urbana
Aproveitando não só o actual Parque Verde, que tem de ser bastante revalorizado, como a margem direita entre a Estação Nova e a Estação Velha (para cujo futuro aproveitaremos os estudos e as ideias já consolidadas), liberta da via férrea, desenvolveremos uma ampla zona de aproveitamento do Mondego para fins recreativos, turísticos e culturais. A “Estação Nova” deverá ter uma solução que seja da vontade dos conimbricenses e não de um indivíduo ou grupo. Prevemos um complexo de piscinas ao ar livre com ampliação da minipiscina do Mondego, restaurantes, bares e espaços para eventos, em plano acima do leito de cheia, de modo que os cidadãos, residentes ou visitantes, possam usufruir do rio, à semelhança do que se passa noutras cidades fluviais.
Existem excelentes programas de regeneração urbana na Europa, em particular na Escandinávia, que poderão servir de modelo. Esses programas devem resultar de equipas interdisciplinares de projeto e estabelecer metas quantitativas, designadamente quanto ao incremento de populações em áreas recuperadas.
O Programa Coimbra Competitiva dará especial atenção à recuperação urbana.
Cidade Inteligente
Estruturas Hospitalares
Centro de Congressos
Estruturas judiciais
Estruturas Culturais
No quadro do reforço da marca Universidade de Coimbra – Património Mundial da Humanidade – Alta e Sofia, o selo da UNESCO que a Universidade justamente ganhou, e em parceria com a Universidade de Coimbra, pretendemos avançar com a segunda fase do Museu da Ciência da Universidade de Coimbra, num moderno projeto museológico, que se ofereça ao turismo nacional e mundial em conjunto com o Museu Nacional Machado de Castro, numa estratégia conjunta de afirmação das ricas valências museológicas da cidade.
O Museu de Arte Contemporânea, para os qual estão desde já disponíveis obras de arte do Estado, que se poderiam complementar com algumas coleções privadas, poderia aproveitar o Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, cuja dimensão permite a coabitação com um novo hotel para a cidade, de exploração privada, que estaria perto de um conjunto extremamente atrativo de equipamentos culturais: Convento de São Francisco / Centro de Interpretação de Coimbra, Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, Portugal dos Pequenitos, para o qual a Fundação Bissaya Barreto tem planos de ampliação, Mosteiro de Santa Clara- a-Velha e Quinta das Lágrimas.
O conjunto de museus da cidade deveria funcionar em rede (ver, por exemplo, o exemplo do Porto) com revalorização, entre outras, do Museu do Chiado, da Torre de Almedina, da Casa Miguel Torga e do Exploratório Infante D. Henrique – Centro Ciência Viva (este em colaboração com a Universidade, que dispõe de um outro Centro Ciência Viva – o Rómulo). Nessa rede poderiam ser integrados pólos que evocassem a memória histórica da cidade na área da saúde como, por exemplo, o Hospital Real e os banhos judaicos.
O Programa Coimbra Culta enunciará as medidas nesta área.
Casa do Conhecimento
Os Programas Coimbra Educada e Coimbra Culta darão substracto ao plano da Casa do Conhecimento.
Cidade Verde
Coimbra tem de ser verde e florida, apetecendo ao olhar. Os seus cidadãos têm de poder mergulhar com facilidade e regularidade na Natureza e tirar partido dos benefícios biológicos e psicológicos que tal proporciona. As instituições verdes da cidade, que são, entre outras, o Jardim Botânico, o Parque Verde, o Parque de Santa Cruz, e as Matas Nacionais de Choupal e de Vale de Canas, devem ser mais acarinhadas. Incentivos a hortas urbanas permitirão que algumas pessoas cultivem, de modo sustentável, os seus próprios alimentos. As ruas devem ser arborizadas e a circulação pedonal deve ser facilitada. Os transportes não poluentes e saudáveis, como as bicicletas, devem ter mais incentivos, estendendo a rede de ecopistas ao longo das margens do Mondego. Deve ser criado um mercado biológico, aproveitando um dos vários espaços não utilizados da cidade.
Em relação com os espaços verdes, a Câmara dará particular atenção ao bem-estar dos animais de companhia, que cada vez mais e muito justamente têm sido alvo da atenção e preocupação dos cidadãos.
A Cidade Verde
será alvo de atenção do Programa Coimbra Verde.
6. Conclusão
Algumas das propostas que apresentamos são novas e representam a visão criativa e inovadora de uma cidade que deve ser a nossa, a cidade que merecemos, mas que ainda não temos. Outras, são velhas de 30 ou 40 anos de promessas não cumpridas por incúria ou incompetência de quem tem dirigido a cidade.
Perguntará quem nos leia porque deve confiar agora nestas intenções, tantas vezes repetidas e tantas vezes abusadas. A diferença é que elas vêm agora de um conjunto de pessoas conhecidas por um percurso profissional de sucesso nas suas várias áreas de intervenção, que decidiram juntar-se por imperativo de consciência; que respeitam os seus concidadãos, querendo com eles a mais ampla participação democrática; que não têm o hábito de prometer o que não têm intenção de cumprir; que pensam por si e não estão manietadas por nenhuma cúpula partidária, nem obedecem à lógica das habituais jogadas de trocas de favores políticos; que conhecem e desprezam os mecanismos de compadrio e de corrupção; que têm como único objetivo, totalmente desinteressado, o darem o seu contributo à cidade em que vivem e trabalham.
Coimbra é de todos e, com a ajuda de todos, vai ser mais de todos e para todos. Coimbra é do país e do mundo. O que precisa, para isso, Coimbra? O que precisa Coimbra para concretizar este Programa Estratégico, que poderá ser reforçado com a participação de todas as pessoas de boa vontade que queiram colaborar.
3 comentários:
Muito me apraz verificar que não ficaram parados! Coimbra necessita da vossa visão independente, séria, consistente, honesta! Força! Estou convosco! Sugiro a revisão das políticas respeitantes às famílias numerosas, que com MM têm vindo a perder direitos que antes tinham no município de Coimbra. Sugiro ainda apoios a famílias com deficientes a cargo e a idosos sozinhos. Ana Paula Cunha
Muito boas ideias as que apresentam. Se me permitem, deixo mais algumas sugestões:
—Recuperar o funcionamento dos colégios enquanto instituições paralelas à universidade, em moldes parecidos aos colégios de Oxford e de Cambridge. Ou seja, transformá-los em residências para estudantes, investigadores e professores, cada um com biblioteca, sala de estudos, refeitório, bolsas de estudo, equipas desportivas e tertúlias intelectuais próprias.
—Instalar no Convento de São Francisco um pólo do Museu da Língua Portuguesa de São Paulo, cujo espólio não é de reprodução dispendiosa.
—Redesenhar o Parque Verde do Mondego, modelando o terreno, redesenhando os caminhos e as estadias, melhorando a drenagem, e plantando mais arvoredo.
Muito obrigado pelas propostas, estamos a integrar, juntamente com outras ideias recebidas...
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