"El estudio propone una serie de recomendaciones concretas
para los decisores de las políticas educativas,
los directores de los centros educativos y los profesores,
junto con una propuesta de carácter general: la
inspiración en las principales reformas puestas en marcha por Portugal,
cuyos resultados en Educación vienen mejorando significativamente
desde los inicios del presente siglo."
(21 de Outubro de 2020, aqui)
A vueltas con la equidad en educación: Evidencias y reflexiones para un contexto postpandemia é o título de um estudo recente coordenado por Francisco López Rupérez, director da Cátedra de Políticas Educativas da Universidade Camilo José Cela, que explora os dados proporcionados pelo Programa Internacional de Avaliação dos Estudantes (PISA), de 2018.
Detendo-se, sobretudo, na questão da equidade proporcionada pelos sistemas educativos e nos seus impactos sociais, como a pobreza, a exclusão e o abandono escolar precoce, etc., apresenta Portugal como exemplo positivo, a ter em conta por outros países. Em concreto, diz-se nesse documento (sintetizamos as suas palavras, colhidas nas fontes abaixo indicadas):
as reformas portuguesas, feitas nestas duas décadas explicam a "espectacular" melhoria dos resultados (que Espanha não conseguiu). Entre essas medidas conta-se, sobretudo, o alargamento da escolaridade obrigatória para doze anos, a prioridade curricular dada aos conhecimentos, tendo como referência as competências, a focalização na Matemática, na Língua materna, e nas Ciências e Humanidades, e a orientação profissional precoce. Além disso, tornou-se obrigatório o "mestrado em ensino", com a duração de dois anos, para ingressar na docência, pelo que todos os professores passaram a ter formação específica.
Esta não é a primeira vez que, depois da Finlândia (ver aqui e aqui), os olhos de académicos se viram para o nosso país, elogiando as suas políticas educativas. Há que ter, porém, muito cuidado na interpretação que possamos fazer do elogio: ele decorre dos resultados do PISA (recordamos que este programa é da responsabilidade da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) cujo foco é, precisamente, o "desenvolvimento económico". Assim, os parâmetros de medição da aprendizagem concentram-e em redor deste objectivo concreto, afastando os fins (efectivamente) educativos.
Maria Helena Damião e Isaltina Martins
1 comentário:
Convenhamos...
Historicamente, temos uma projeção mundial, nomeadamente na expansão do nosso idioma e da religião católica pelos quatro cantos da Terra, incomparavelmente superior à da Finlândia. Mesmo no campo dos milagres, a aparição de Nossa Senhora, em cima de uma azinheira, a três pastorinhos de Fátima, relega, para um plano muito inferior, a circunstância da Lapónia ser o lar do Pai Natal, posto que este senhor de barbas brancas não passa de uma figura fictícia.
Estas comparações entre sistemas educativos de países tão diferentes, como um Portugal ou uma Finlândia, só podem levar à confusão patente nas opiniões do professor universitário Francisco López Rupérez referidas no artigo. Dito pela minha pessoa, que estou todos os dias no terreno da educação em Portugal, o ensino secundário português, a par da carreira profissinal dos professores, tem-se vindo a degradar aceleradamente nos últimos anos, nomeadamente com a imposição das "aprendizagens essenciais" que, para além de implicarem um rebaixamento na qualidade dos conhecimentos e competências, também diminuem a quantidade dos mesmos. Asim, todos terão diplomas, quer queiram quer não!
Isto não é um milagre educativo, bem pelo contrário!...
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