sexta-feira, 1 de maio de 2020

VARIAÇÕES SOBRE UMA CANÇÃO DE AMIGO

Mais um texto poético  do meu amigo Eugénio Lisboa, bem a propósito da  "PESTE QUE NOS ASSOLA VINGATIVA E PERIGOSA":



Sabedes que sen amigo

nunca foi mulher viçosa

Cantiga de amigo



Quando a peste nos assola

vingativa e perigosa,

e a amiga se isola,

vai-se o viço e a cor de rosa:

porque, ausente o seu amigo,

a bela mulher viçosa,

sozinha no seu abrigo,

sente a alma vagarosa!

Sabei pois que sem amigo

nunca foi mulher viçosa

e que sem um beijo amigo,

todo o verso se faz prosa!

Se é verdade rigorosa

que o viço requer calor,

dai pois à mulher viçosa

um amigo, por favor!



Eugénio Lisboa,

que vai aproveitando a peste para ir remergulhando nos clássicos, os quais sempre nos deram boas dicas, nos dias de grande aflição.

2 comentários:

Pesta,nejando disse...

https://www.youtube.com/watch?v=pFSCVfDpdZQ

Carlos Ricardo Soares disse...

Há muito tipo de moeda, e sempre existiram moedas, sendo a amizade e o amor algumas delas. Amor com amor se paga, mas a amizade também tem o seu preço. E a beleza e a esbelteza e a formusura e a sensualidade, contrariamente ao que diz o ditado, não têm senão, só têm sessim. Ainda está para instituir um concurso de "miss" em que seja eleita a mais feia e lhe seja atribuída a coroa e o prémio. As coisas são como são, sempre foram e serão. Mas não têm de ser como são e é por isso que, se for possível saber o que foram, não há forma de saber o que são e, menos ainda, o que serão.
De qualquer modo, ninguém é capaz de te avaliar pelo que és, nem pai, nem mãe, nem deus que houvesse.
Nem pelo que fazes, quanto mais pelo que pensas ou sentes ou sabes?!
Pelo que tens, porém, ninguém reconhece dificuldade.
Ainda assim, não tenho dificuldade em crer que muitos sejam sinceramente amados por compaixão, como se fossem uma espécie de deficientes, e só esses talvez conheçam o verdadeiro amor.

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