Do meu muito estimado amigo Eugénio Lisboa, académico e crítico literário, publico mais este soneto:
É tão estranha a vida. É tão estranha a morte.É estranho que seja tudo tão estranhoe tudo cause, em mim, um tal desnorte,que o assombro seja, em mim, tamanho,que fico detido, explorando o espantode coisa nenhuma ser evidente!Resta-me, então, digo eu, o cantoque amacia o que não é transparente!Viver é assim não compreender,que é a melhor forma de descobrir.Se há virtudes no não entender,se é bom forçar a porta, insistir,contudo, a um mistério decifrado,outro logo se apresenta fechado!
Eugénio Lisboa
Congeminações de sempre, que a solidão da peste
agudiza!
1 comentário:
Aplauso! O poema transbordou!
A morte é sempre em demasia...
Traço de síncope na folha fria,
Excesso que a vida estranhou!
Assombra tamanho desnorte,
Cantar a evidência do nada.
Que causa espanto e má sorte?
A virtude não decifrada!
Pelo labirinto se descobre
O mistério da transparência...
Sem a porta forçar, sendo nobre,
(Diz o mestre da paciência)
Desvelar a virtude pela arte,
É ter alma, engenho e ciência!
(“arte” não rima, pela singularidade - o importante não é o soneto, mas dar cabo dele)
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