Meses atrás recebi em amiga oferta
do Professor universitário João Marreiros, com uma dedicatória que muito me
desvanece, o seu livro, ”Desporto Escolar - A influência motivacional no contexto
da sua prática a nível Histórico, Jurídico e Politico, espelhado em cerca de trezentas páginas (“Edições Cosmos,
1.ª edição, Março/2019).”
Da respectiva
introdução, extraio umas tantas razões que motivaram o seu autor a escrever uma
obra em que se empenhou com “engenho e arte” louváveis. Assim:
“Em Portugal, os trabalhos de investigação
sobre a História do Desporto não são muito numerosas atendendo à bibliografia
existente que é muito limitada. Aqueles que se publicaram são concordantes em afirmar a importância que esta actividade de complemento curricular tem para o
desenvolvimento harmonioso dos jovens, que frequentam as nossas escolas, bem
como a criação de hábitos salutares a nível de uma educação para um estilo de vida mais activo e saudável”.
Neste contexto, não
pode ser secundarizado, ou sequer beliscado, o papel da Mocidade Portuguesa quando
o Desporto Escolar seguia esta doutrina preconizada por Salazar: “Há que reagir pela verdade da vida que é trabalho e
dar aos portugueses pela disciplina da Educação Física o segredo de tornar imorredoura a sua juventude em benefício de
Portugal”.
Dessa altura para cá, tem o desporto escolar andado de Herodes para Pilatos soprado por ventos abrilinos quais tsunamis para a sua massificação com corridas do género todos
a monte e fé em Deus sem ter em linha de conta a saúde dos seus
milhares praticantes.
Na página 55 da
referida obra, lê-se: “Depois de larga pesquisa sobre a expressão “desporto
escolar”, lemos, pela primeira vez,
estas duas palavras no Jornal “Diário” de Lourenço Maques, de 22 de
Fevereiro de 1961, de que se transcreve a parte inicial de uma minha extensa entrevista a três páginas desse órgão de informação
moçambicano: “O problema do Desporto Escolar. Toda a juventude deve praticar
desporto devidamente orientado tecnicamente
e norteado pedagogicamente quando para tal possua condições físicas atestadas por um prévio exame médico” –
disse-nos o Dr. Rui Baptista, diplomado
pelo INEF, professor da Escola Industrial de Lourenço Marques”.
Nesse tempo, se a memória me não falha, eram
dedicadas duas horas semanais nas tardes de quarta-feira e outras duas nas manhãs
de sábado às actividades desportivas da Mocidade Portuguesa, sendo os
professores de Educação Física responsáveis por essa actividade.
“Last but not least”,
da contracapa deste livro que nos deve
merecer uma análise cuidada e aprofundada, transcrevo esta sinopse do seu autor: ”Com esta publicação
pretende-se aumentar o seu conhecimento a nível de algumas fases e momentos no seu
enquadramento histórico, jurídico e político, os conceitos e tipos de motivação
no contexto da prática desportiva sobre a complexidade na actualidade do
Desporto Escolar reflectindo nesta obra todas as minhas investigações”.
Obra, portanto, a
merecer atenção cuidadosa e lugar destacado na biblioteca dos docentes interessados
em conhecer o passado para dar uma resposta aos desafios actuais e futuros de
uma profissão de obreiros de uma educação que devia primar por integral, mas já
nem mesmo livresca é porque escravizada a consultas ao já chamado, com ironia
amarga, “doutor Google”!
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