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Texto com base nas notícias dos jornal Público (Mundo em vias de enfrentar um “apartheid climático”, avisa responsável da ONU) e The Guardian ("Climate apartheid". US expert says human rights may not survive).
O risco de se formar mais um "apartheid" - uma separação entre pessoas - com base na crise climática é real e está iminente. Esta é a principal conclusão do relatório elaborado pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU e que será apresentado na próxima sexta-feira.
Os muito ricos escaparão do calor e da seca em redutos do planeta e continuarão a fazer a sua vida de luxo, o resto da população estará (está) condenada a migrar e a empobrecer até limites extremos.
Os direitos básicos à vida, a um lugar na terra, a água, a comida, tornar-se-ão impossíveis para um crescente número de empobrecidos, abandonados à sua sorte, condenados à fome, a doenças e perseguições. Os direitos civis e políticos enfraquecerão. As revoltas, provocadas pela crescente desigualdade, serão inevitáveis; crescerá o nacionalismo, a xenofobia e o racismo.
Philip Alston, um dos autores desse relatório (ao lado), tem alertado para que é a própria concepção do Estado de direito e o valor da democracia que estão em causa: "os direitos humanos podem não sobreviver à revolta vindoura".
Mais: critica as opções "inadequadas" da própria Organização das Nações Unidas, de organizações não-governamentais, de países e de empresas, afirmando que elas são "totalmente desproporcionadas tendo em conta a urgência e magnitude da ameaça".
É particularmente chocante o exemplo que dá para ilustrar a situação:
na passagem do furacão Sandy em Nova Iorque, em 2012, “que deixou os habitantes mais pobres e vulneráveis sem acesso a electricidade e cuidados de saúde, enquanto a sede do [banco de investimento] Goldman Sachs foi protegida por dezenas de milhares de sacos de areia e recebeu electricidade de um gerador próprio”.
Vale a pena ler: Special Rapporteur on extreme poverty and human rights
1 comentário:
Torna-se interessante apresentar a incomum opinião do cientista Freeman Dyson em torno dos "efeitos do aquecimento global".
Consultar:
http://tempocontado.blogspot.com/2019/07/bilhetes-44.html#links
(Tempo Contado de J. Rentes de Carvalho)
Manuel M. Pinto
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