Na próxima 4ª feira, dia 13 de Fevereiro de 2019, pelas 18h00, vai
ocorrer no Rómulo Centro Ciência Viva da Universidade de Coimbra a palestra “Percursos
Paralelos, Ciência, Fotografia e História no Conhecimento”, por Alexandre
Ramires, conhecido e importante historiador e coleccionador da fotografia
portuguesa.
Esta palestra integra-se no ciclo "Ciência às Seis - Terceira
temporada"*..
Sinopse da palestra:
"A Fotografia - e a inovação que
representa - foi desde os seus primórdios considerada como uma invenção
fundamental para o aprofundamento do conhecimento científico. Sendo vista como
uma nova forma de medição e registo na investigação, foi, portanto, natural que
os locais de apresentação da sua descoberta, divulgação e progressivo
melhoramento tenham sido as mais importantes Academias Científicas mundiais.
O acesso a estas imagens produzidas pela
luz possibilitou um crescimento exponencial do número de registos visuais, o
que revolucionou a relação da humanidade com a sua memória, alargando
horizontes aos historiadores do futuro.
Serão mostrados exemplos de autênticas
viagens no tempo a lugares que hoje ocupamos e que julgávamos serem de
visualização impossível, mas que voltaram a revelar-se com o auxílio de
fotografias com mais de um século. Este recurso à fotografia antiga funciona
como uma poderosa máquina do tempo, abrindo caminho a descodificações
inesperadas que alimentam as narrativas da História.
Rómulo de Carvalho publicou em Coimbra,
em 1952, na Atlântida Editora, um livrinho com o título “História da
Fotografia”, na coleção “Ciência para gente nova”, onde assinalava os momentos
mais importantes desta área de conhecimento. Nos últimos setenta anos vários
investigadores trouxeram a público novos dados que complementam esta obra do
patrono deste centro de “Ciência Viva”.
Nesta comunicação serão identificadas as
que se julgam ser as primeiras imagens fotográficas produzidas em vários
países, tais como em França, Estados Unidos, Espanha, Brasil, Uruguai,
Austrália e Portugal. No caso português serão abordados os casos de Lisboa,
Coimbra e Porto.
No que concerne ao recurso à fotografia
pela atividade científica, serão referidos vários exemplos nacionais e
estrangeiros. Têm como base o território nacional e mostram os grandes avanços
da fotografia no que respeita ao relevo ou estereoscopia, à cor, ao instantâneo,
ao movimento e ao invisível. Alguns desses progressos estiveram na origem da atribuição
de prémios Nobel, nomeadamente a Gabriel Lippmann pela fotografia a cores e a
Roentgen pelos Raios X, tendo estas inovações sido aplicadas de imediato em Coimbra
por António dos Santos Viegas e Henrique Teixeira Bastos."
Sobre Alexandre Ramires:
É professor de Ciências Físico-Químicas na Escola Secundária de Infanta
D.Maria em Coimbra.
Leccionou as cadeiras “História da Fotografia” e “Géneros Fotográficos” da
Licenciatura em Estudos Artísticos na Faculdade de Letras da Universidade de
Coimbra.
Dirigiu a Imagoteca Municipal de Coimbra.
Foi coordenador do Arquivo de Fotografia do Porto do Centro Português de
Fotografia.
Concebeu e executou, entre outras, as exposições:
“Memória das Oposições”, sobre a atividade das oposições ao Estado Novo;
“Há horas que são de todos” e “25 por 25 | Em Abril, um Quartel Depois”,
sobre o 25 de Abril de 1974 em Coimbra”;
“Revelar Coimbra” e “Passado ao Espelho”, sobre os primórdios da fotografia
em Coimbra;
“Ver a República”, sobre a relação da Universidade de Coimbra com a
implantação de República em Portugal.
É membro do Ceis20-Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX.
Desenvolve investigação sobre a História da Fotografia em Portugal e
especialmente em Coimbra, área em que tem sido autor de várias publicações.
*Este ciclo de palestras é coordenado por António Piedade, Bioquímico,
escritor e Divulgador de Ciência.
ENTRADA LIVRE
Público-Alvo: Público em geral
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