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CARTA A UM JOVEM DECENTE
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1 comentário:
Este pequeno e pobre país, onde o "tempo de serviço" tem maior valor social e económico, como dizem muitas enfermeiras que começaram a trabalhar aos dezoito anos, não é para cientistas! Exceto para aqueles que, dedicando-se de corpo e alma às "ciências do eduquês", estão fervorosamente empenhados em fazer de todos os portugueses doutores, sejam eles das dúzias, como nos lembrava Bocage, ou médicos perfeitos!...
Levando um velho avarento
Uma pedrada num olho,
Pôs-se-lhe no mesmo instante
Tamanho como um repolho.
Certo doutor, não das dúzias,
Mas sim médico perfeito,
Dez moedas lhe pedia
Para o livrar do defeito.
“Dez moedas! (diz o avaro)
Meu sangue não desperdiço:
Dez moedas por um olho!
O outro dou eu por isso.”
Bocage
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