segunda-feira, 16 de maio de 2016

Como é possível ainda haver horóscopos nos jornais?

A minha crónica mais recente na Notícias Magazine:

Por causa do movimento de precessão do eixo da Terra, as zonas do céu em que vemos as constelações ao longo do ano não são as mesmas de quando a astrologia foi inventada. Eu pensava que era escorpião, mas posso ser afinal balança. Dá-me igual e cedo sem nostalgia o meu antigo destino e personalidade aos ex-sagitários. Na realidade tanto faz porque os horóscopos são propositadamente vagos, ambíguos e inconsistentes (experimente ler o seu em várias revistas).

Texto completo aqui.

9 comentários:

Anónimo disse...

Você não entende nada de astrologia para estar apenas a dizer mal e a pegar no seu pior exemplo. Este artigo é uma treta, meu caro. O que está a precisar é de uma boa formação de Humanísticas, porque reduzir tudo à ciência, inclusive o Homem, é verdadeiramente a prova da sua ignorância. Depois não quer que lhe chamem nomes. Caramba, podia ter escrito pouco sobre a astrologia e esclarecer o público sobre o positivo e o negativo, em lugar disso, escreveu aquilo que qualquer pessoa podia dizer. Entende? Eu dou-lhe uma pista. Estude o papel da Analogia e da sua evolução histórica e relação com a Cultura? Faça isso, depois verá como fez mais uma má figura! Pare de alimentar o 'imbecil colectivo', referido por Olavo de Carvalho.

Anónimo disse...

Ia comentar "força aos que estão sempre contra o Marçal. Tentem defender a Astrologia", mas parece que até já cheguei atrasado...

Anónimo disse...

Está a dizer-me que os horóscopos são uma coisa útil? E já agora, diga-me lá em que é que a Astrologia pode ser útil hoje em dia, além de ser o ganha-pão de aldrabões.

Eduardo Martinho disse...

Em vez de invectivar David Marçal, o Senhor Anónimo poderia ter apresentado argumentos objectivos a favor da astrologia, se os tivesse. Julgo que foi uma oportunidade perdida.

Sérgio disse...

Esse artigo está cheio de inverdades que são inadmissíveis para alguém que se afirma de "cientista".
Em primeiro lugar, dá a ideia que foi após a divisão entre astrologia e astronomia que se começaram a prever "coisas importantes" como os eclipses, quando tal conhecimento já tinha sido alcançado pelos babilónios, principais responsáveis pelo desenvolvimento da astrologia.
Em segundo lugar, afirma que a relação dos astros com os eventos na terra se devem a uma relação de causa-efeito, quando a maior parte dos astrólogos modernos não defende essa ideia.
Em terceiro lugar, é errada a ideia que as bases astronómicas da astrologia estejam erradas, porque a astrologia ocidental não utiliza como sistema de referencia as constelações, a astrologia ocidental estabelece o seu zodíaco a partir do momento, obtido através de cálculo matemático, que indica o início da Primavera (0º de Carneiro), dividindo posteriormente a faixa zodiacal em 12 porções equivalentes de 30 graus. Este sistema liberta-se assim do uso das constelações. Aqueles que utilizam as constelações são os indianos e esses incorporam e têm como base o movimento de precessão de equinócios, portanto nem a esses a critica pode ser dirigida.
Quarto erro, o facto de considerar horóscopo de jornais e de revistas como astrologia, pois nem os próprios astrólogos se revêm em tal prática portanto em essência o facto de se usar os signos da astrologia para escrever banalidades não significa que isso seja de facto astrologia.
São demasiadas asneiras num texto tão pequeno que revela desde logo ausência de pesquisa e uma repetição do senso comum no que toca a falar sobre o tema. Mais rigor precisa-se.

Anónimo disse...

Uma boa leitura para o David Marçal:
http://algolminima.blogspot.pt/2016/05/o-david-marcal-mecanica-de-newton-e.html

Anónimo disse...

A 2ª parte da leitura recomendada ao David Marçal e seus prosélitos:
http://algolminima.blogspot.pt/2016/05/o-david-marcal-mecanica-de-newton-e_17.html

Sérgio Rodrigues disse...

A astrologia é uma arte pitoresca, às vezes arte, outras vezes pitoresca, quase sempre tacanha e simplória e, na maioria das vezes, gananciosa e oportunista. Embora numa dada altura tenha defendido uma abordagem paracientífica e benévola para com a astrologia (http://abaheisenberg.blogspot.pt/2010/11/astrologia-um-enquadramento-diferente.html) penso que as críticas deste meu homónimo erram o alvo, pois o artigo refere-se mesmo aos astrólogos de jornal e livrinho de supermercado (que são a grande maioria) e não a uma minoria relativamente esclarecida que não procura justificações científicas ou mágicas para essa arte pitoresca, com referências ancestrais, que é a astrologia.

Sérgio disse...

Caro Sérgio Rodrigues,

Minhas críticas não erram o alvo porque há a intenção clara do autor do artigo de meter tudo no mesmo saco, pois não estou certo do Sr. David Marçal, saber uma diferença tão básica entre astrólogos como me soube apontar. Na verdade, no que toca à astrologia, cientistas e populares têm basicamente a mesma opinião, que é uma opinião secular, várias vezes repetida, de se dizer que astrologia é uma superstição ou crendice, que de tanto se dizer, é facto incontestado.

Que o público geral desconheça verdadeiramente qual a história, os princípios, tipos, métodos de interpretação, entre tantas outras coisas relativas à astrologia compreendo perfeitamente, o que já tenho dificuldades em aceitar é cientistas que, por sinal, deviam ser ponderados na suas alegações e que, no caso do Sr. David Marçal, se assumem como a ponta da lança no combate às pseudociências e afins, digam coisas que não correspondem à verdade no que toca à astrologia, provocando dano não só ao saber em si como aos profissionais sérios que a ele se dedicam.

Os argumentos apresentados pelo Sr. David Marçal são, repito, falsos ou amplamente distorcidos, tanto que nem acrescentei que à data da separação entre astrologia e astronomia havia muitos astrónomos que praticavam e defendiam a astrologia, pelo que as coisas não são tão simplórias como eles as coloca e seria melhor maior imparcialidade.

Em relação ao seu artigo, volto a afirmar, que o argumento da precessão não pode ser usado porque a astrologia ocidental, como expliquei, não usa as constelações como referência.

Quanto ao argumento da ganancia e do oportunismo (outro estereotipo que colam tanto aos astrólogos) também não me diz nada. Não é porque não hajam astrólogos (ou melhor, indivíduos que se apresentam como astrólogos sem o serem) gananciosos e oportunistas, porque os há, é pelo facto de eu olhar para o mundo à minha volta e ver tantos profissionais de tantas áreas a serem igualmente gananciosos e oportunistas. Será defeito exclusivo dos astrólogos? Ou não é antes outra afirmação gratuita?

Retiro também do seu artigo que “a hipótese de a astrologia poder ser validada cientificamente é claramente descartada”. Não concordo porque já foram realizados estudos a favor da Astrologia, nomeadamente pelo estatístico Michel Gauquelin. Mas sei perfeitamente que existem outros estudos que pretendem mostrar como a Astrologia não pode ser levada a sério, nomeadamente o mais citado pela literatura, o double blind test de Shawn Carlson, publicado em 1985, na Nature, mas até esse é discutível do ponto de vista metodológico. Agora, um estudo como Gauquelin realizou, pegando em 25 mil mapas de profissionais de todos os tipos e conseguindo validar a correlação existente entre o posicionamento dos astros e as experiencias dos indivíduos, nomeadamente no que toca à vocação, não conheço mais nenhum, pelo menos com todo este levantamento exaustivo. É certo, correlação não é o mesmo que causa-efeito, mas é o indicio de que existe algo de importante a ser explorado e tem tanto valor como qualquer estudo realizado no âmbito da psicologia no que diz respeito à inteligência e personalidade, que também suportam conclusões com base em correlações.

As coisas não são tão simples em relação à Astrologia como querem fazer parecer. Que adoptem uma postura ceptica sobre o assunto, tudo bem. Lançar inverdades apenas por ignorância, não.


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