segunda-feira, 6 de agosto de 2012

6 de Agosto de 1945 às 8 horas e 15 minutos

Falsa é a crença de que cientistas e poetas não se encontram nem se podem encontrar no complexo mundo que é o pensamento. Muitos cientistas e poetas têm estado do mesmo lado quando se trata de fazer valer a humanidade. O caso de Hiroshima é um deles.

"Porém, Szilard não desistiu. Quando a guerra em 1945 foi ganha e compreendeu que a bomba estava a ser fabricada para ser usada contra os Japoneses afirmou o seu protesto, sempre que lhe foi possível. Escrevia memorandos após memorandos que enviava ao Presidente Roosevelt. Tudo o que pretendia era o seguinte: a bomba deveria ser experimentada perante os japoneses e com uma audiência internacional, de forma que aqueles tomassem conhecimento da mesma, rendendo-se antes de morrerem pessoas. Como sabem, Szilard falhou e com ele falhou também a comunidade de cientistas. A primeira bomba atómica foi lançada sobre Hiroshima no Japão a 6 de Agosto de 1945 às 8 horas e 15 minutos da manhã."

Jacob Bronowski (in The ascent of man. Boston. Litle, Brow and Company, 1973).

A rosa de Hiroxima
Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroxima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada.

Vinícius de Moraes

5 comentários:

João de Castro Nunes disse...

Só os maus poetas e os cientistas falhados é que "não se emcontram nem se podem encontrar no complexo mundo que é o pensamento"! JCN

João de Castro Nunes disse...

ROSAS PARA HIROSHIMA

Deixou de em Hiroshima haver jardins
e crianças a brincar entre as roseiras,
abelhas a zumbir nesses confins
donde vieram nossas japoneiras.

Deixou de em Hiroshima se fazer
amor entre as pessoas com receio
de monstruoso parto suceder
por obra dessenfausto bombardeio.

Deixou de em Hiroshima se rezar
por já ninguém, no meio das ruínas,
em seus antigos deuses confiar.

Um dia em Hiroshima hão-de brotar
de novo frescas rosas-de-toucar
para compor as tranças das meninas!

JOÃO DE CASTRO NUNES

Anónimo disse...

O poema do post é de péssima qualidade e quanto à temática do encontro entre ciência e poesia, a intersecção não é nula mas é quase irrelevante.

Para se ser bom cientista não ajuda ser bom poeta e para se ser bom poeta não ajuda ser bom cientista.

Acabem com esta mania de tentar encaixar uma coisa na outra à força de marteladas. Não encaixam.

Aceitem a realidade dos factos e passem a outra fixação.

João de Castro Nunes disse...

Quais são as suas credenciais para ajuizar da "qualidade" dos poemas? JCN

Américo Oliveira disse...
Este comentário foi removido pelo autor.

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