quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Biomarcadores para a Doença de Alzheimer?

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Publicado no "Diário de Coimbra":

A detecção precoce de doenças neurodegenerativas (Alzheimer, Parkinson) constitui um aspecto da maior relevância clínica. Para além da sintomatologia associada à doença, até há muito pouco tempo o diagnóstico definitivo de muitas doenças passava pela identificação post-mortem de determinadas fisiopatologias.

O espantoso desenvolvimento da Biologia Molecular e os avanços no conhecimento na área da Imunologia molecular, principalmente no entendimento do funcionamento do sistema imunitário adaptativo à experiência bioquímica de cada indivíduo, tem permitido o desenvolvimento de testes de diagnóstico molecular precisos, que permitem antecipar nalguns casos anos no diagnóstico de determinada doença.

Contudo, se por um lado a identificação de determinada patologia pela presença de anticorpos a ela específicos no plasma sanguíneo tem permitido o desenvolvimento de testes de rastreio e diagnóstico rápidos, mais ou menos económicos, o desconhecimento das substâncias antigenas, que potenciam e elicitam a geração desses mesmos anticorpos, tem retardado o desenvolvimento desses mesmos testes para algumas doenças como é o caso da doença de Alzheimer.


A nova estratégia pode traduzir-se pela possibilidade de elaborar sinteticamente um número pequeno de potenciais moldes para fazer chaves que já existem e são funcionais sem conhecermos a fechadura dessas chaves! Esta estratégia permite-nos identificar a presença das chaves e deduzir a existência ou presença das respectivas fechaduras. (Este exemplo é igualmente válido se trocarmos a chave pela fechadura).

No último número da revista Cell, é apresentado uma nova abordagem molecular que permite a selecção de um número reduzido de moléculas sintéticas que interagem com anticorpos presentes no sangue de pacientes com determinada doença. No caso em questão, os investigadores conseguiram, através desta metodologia, detectar anticorpos presentes no sangue de modelos animais com Alzheimer que estão ausentes no sangue de indivíduos aparentemente saudáveis.

Abre-se uma nova era no diagnóstico biomolecular.

António Piedade

2 comentários:

cs disse...

Sem dúvida.

Juliano disse...

Esta doença além de triste ao ponto de deixar toda a família depressiva, ela também adoece o cuidador.
Estamos precisando muito de ajuda, mas principalmente para termos como contratar uma ajudante para minha irmã que já está esgotada e já apresentando sintomas psíquicos.
https://www.vakinha.com.br/2821297

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