sábado, 7 de junho de 2008

A "Caixa do Purgatório" de Lorde Kelvin


Lorde Kelvin, o famoso físico britânico do século XIX, usava estranhos métodos pedagógicos nas suas aulas na Universidade de Glasgow para fazer interessar pela Física os estudantes de Teologia. Criou um instrumento - a "Caixa do Purgatório" - que é descrita no seguinte excerto do artigo "Lorde Kelvin demonstrado" de J. T. Loyd, professor na mesma universidade, publicado na "Revista Brasileira de Ensino da Física", vol. 29, nº 4, ps. 499-508 (versão on-line aqui; o original foi publicado na revista norte-americana "The Physics Teacher" 18, 16-24 (1980)). Editei ligeiramente a tradução brasileira.

"Kelvin, ao dar aulas, gostava de falar acima da capacidade de compreensão dos seus estudantes. Isso era exacerbado por uma peculiaridade no sistema de ensino de Glasgow, a saber, que os estudantes de Teologia tinham de ter aulas de Filosofia Natural - e, obviamente, a maioria deles não estava muito interessada nesse assunto. Embora esses estudantes formassem a maior parte da classe do primeiro ano, não havia dúvidas que Kelvin tinha a tendência a dar as aulas para o nível daqueles que iam continuar em Física. Ele tinha um instrumento que era muito eficiente em induzir o interesse naquilo que tinha para dizer, a chamada "Caixa do Purgatório". A caixa era preparada durante todo o dia e possuía três compartimentos - "Purgatório", "Céu" e "Inferno". Ele costumava escolher nomes [dos alunos] em pedacinhos de papel do "Purgatório", fazer perguntas a cada uma das pessoas nomeadas e, finalmente, depositar os pedacinhos de papel no "Céu" ou no "Inferno", dependendo do mérito das respostas".

1 comentário:

Paisano disse...

Um sistema que hoje não poderia ser usado por dois motivos:

a) Todos sairiam directamente do Purgatório para o Inferno.

b) O sistema não seria aceite pelos "iluminados" do eduquês passando imediatamente toda a malta para o Céu.

Pior ainda, o psicólogo de serviço afirmaria imediatamente que tal prática seria altamente lesiva para os alunos pelos altos níveis de "stress" a que os mesmos seriam sujeitos.

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