«Sem memória esvai-se o presente que simultaneamente já é passado morto» (José Cardoso Pires, 1925-1998).
Segundo ele, “dispensou-se a memorização da tabuada ou das regras da gramática, como das datas mais importantes da história de Portugal. E de modo geral receia-se que recorrer à memória afecte os frágeis cérebros infantis ou juvenis” ("Problemas da Institucionalização das Ciências Sociais e Humanas em Portugal", Revista da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Lisboa, 1989).
E por se tratar da complexa “maquinaria da memória”, refiro o acontecido com José Cardoso Pires, “escritor que veio do branco, da angústia, de um isolamento sem nome, sem assinatura e sem memória”(João Lobo Antunes, “Memórias de Nova Iorque e Outros Ensaios", Gradiva, Janeiro 2003, p. 212), na altura de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) de que foi vítima.
Relata-o António Guerreiro, da forma seguinte: “Todos os acontecimentos têm uma data e um local precisos. Este deu-se em ‘Janeiro de 1995, quinta-feira’ , quando o José Cardoso Pires, ele mesmo, à mesa do pequeno-almoço, se começa a sentir mal e faz uma pergunta estranha à mulher –‘Como é que tu te chamas?’, que lhe responde devolvendo-lhe a pergunta: 'Eu Edite. E tu?’. Resposta: ‘Parece que é Cardoso Pires’" (Expresso, 24/05/1997).
A recuperação de José Cardoso Pires, na opinião do neurocirurgião João Lobo Antunes, ficou-se a dever ao facto de “a área que temporariamente ‘deixou à sede e à fome, e pela qual falava, lia e escrevia, tudo funções em que é exímio’, era mais musculada que a do comum dos mortais”. Um ano antes da sua morte, escreveu o livro autobiográfico “De Profundis, Valsa Lenta”, em que relata a sua “memória de uma desmemória” sobre o sofrimento atroz que a perda de memória lhe trouxe.
Sobre esta temática, recupero um post da minha autoria que, pela actualidade de que penso revestir-se, transcrevo na íntegra:
A memória e a aprendizagem
“- V. Ex.ª tem boa memória, sr. Maia?
- Tenho uma razoável memória.
- Inapreciável bem de que goza!”
Eça de Queirós (“Os Maias”)
O cérebro e a memória são matérias para mim particularmente gratas. Existe uma má memória dos alunos (na gíria académica, os chamados marrões) que, sem perceberem patavina da matéria estudada, papagueavam nos exames orais, ou escarrapachavam ipsis verbis no papel das provas, os livros e sebentas. Quiçá por esse facto generalizou-se o princípio de que a memória pode andar arredada da inteligência, um conceito abstracto que abarca uma panóplia imensa de formas de aptidão para as ciências, para as humanidades, para as belas-letras e artes, para a prática desportiva, etc. E isto sem falar na inteligência emocional, estudada por António Damásio, neurocientista português de prestígio internacional e autor do bestseller de 1994: “O erro de Descartes”.
Quinze anos antes, David Krech, da Universidade da Califórnia, em Berkeley, escreveu em “Cérebro e Comportamento” (Salvat do Brasil, Rio de Janeiro, 1979, p. 84):
“Acreditava-se que havia uma distinção radical entre o comportamento racional e o comportamento emocional. No entanto, os modernos estudos sobre o cérebro demonstram que esta dicotomia carece completamente de significado. Quando falamos de cérebro temos de especificar se se trata de todo o cérebro ou apenas do córtex cerebral, pois há toda outra parte do cérebro, a parte mais antiga (sob o ponto de vista de desenvolvimento das espécies) que é a parte mais intimamente ligada com as emoções".
À pergunta “em que situação se encontram actualmente as pesquisas no campo da neurofisiologia?”, respondeu de forma sugestiva: “A neurofisiologia encontra-se num sótão escuro procurando um gato escuro, sem ter a certeza que ele ali está. Seu único indício são leves ruídos que parecem miados” (ibid., pp. 87 e 88).
Apesar das surpreendentes descobertas sobre o cérebro que a tomografia por emissão de positrões (TEP) tem proporcionado, receio que as indagações do filósofo, matemático e físico Blaise Pascal tardem em encontrar uma resposta científica: “Que quimera é o homem? Que novidade, que monstro, que caos, que prodígio? Juiz de todas as coisas, verme imbecil, cloaca de incerteza e de erro, glória enojo do Universo. Quem deslindará esta embrulhada?”
Todas as formas de inteligência, ou aptidões atrás elencadas, fazem parte do nosso código genético, em localizações corticais com funções específicas e respectivas associações na dependência da acção das substâncias químicas (os neurotransmissores), enfim de todo o corpo, numa condição sintetizada pelo psiquiatra alemão Ernest Krestchemer: “O homem pensa com o corpo todo”.
Devido à sua plasticidade, o cérebro, interagindo com o meio ambiente e se exercitado através de uma “ginástica” apropriada, pode melhorar, até um determinado limiar, o seu desempenho. Em condições patológicas, como, por exemplo, nos acidentes vasculares cerebrais (AVC), fica-se a dever à acção vicariante das zonas corticais não atingidas, e à força de vontade do paciente, o maior ou menor êxito da reabilitação funcional.
Para melhor se compreender a complexidade anatómica e funcional do cérebro, nada melhor do que ouvir o neurocientista Richard Thompson, da Universidade de Carolina do Sul: “O cérebro humano consta aproximadamente de 12 biliões de neurónios e o número de interconexões entre eles é superior ao das partículas atómicas que constituem o universo inteiro”. São números impressionantes que escapam ao entendimento comum. Para a fisiologia, “o fundamento da memória reside nas mudanças eléctricas que se produzem no cérebro quando se recorda alguma coisa".
Nos fenómenos cerebrais entra em jogo a memória, que é indispensável à aprendizagem. Para compreender o papel da memória na aprendizagem os neurofisiologistas prevêem ser necessária a colaboração de professores, psicólogos, neurologistas e bioquímicos. A memória vai sendo perdida com a idade (daí o interesse em exercitá-la em idades avançadas), assumindo-se como uma verdadeira patologia na doença de Alzheimer.
A memória, no nosso dia-a-dia, é uma verdadeira biblioteca para a inteligência e para as suas funcionalidades: o pensamento e o raciocínio. A inteligência depende de uma associação de ideias, pois como nos diz M. L. Abercrombie, que se dedicou ao estudo dos processos de percepção e raciocínio, “nunca nos encontramos perante um acto de percepção com a mente inteiramente em branco, pois estamos sempre em estado de preparação ou de expectativa, devido a experiências passadas.” Ficamos a dever aos “sulcos” que a memória vai deixando no cérebro (os chamados engramas) a capacidade de nos lembrarmos dos acontecimentos da nossa vida e, obviamente, das aprendizagens que durante ela foram sendo feitas.
Lamentavelmente, o nosso ensino tem subalternizado o papel importantíssimo da memória na aprendizagem do aluno, como ocorria na recitação de poesias, na aquisição e perservação de conhecimentos de história, de geografia, da tabuada, etc. Esta última actividade tem sido substituída por maquinetas de calcular operadas pelo dedo indicador.
Estas pequenas migalhas de um apaixonante e complexo estudo mais não pretendem do que chamar a atenção dos educadores para o importante papel da memória, tão maltratada actualmente no nosso ensino, como se fosse um anátema ou uma praga. Menosprezar o papel da memória é um erro. Ora, os erros no ensino pagam-se caro e com juros de mora!” (De Rerum Natura, 07/03/2008).
8 comentários:
Caro Rui Baptista:
Que belo artigo. Comungo de tudo o que escreveu (ou transcreveu). E faço-lhe um pedido: não desista de escrever com a clareza e honestidade com que sempre o faz. Mesmo que alguns anónimos lhe chamem apóstolo anti-qualquer-coisa. Porque os argumentos quando são válidos e claros permanecem e fazem (algum) efeito, ou, para usar palavras suas em ateriores escritos, água mole em pedra dura...
Outro pedido, não se incomode em gastar quaisquer palavras com esta minha apreciação. Para ela não busco qualquer resposta, apenas não podia deixar de a produzir. Tão só.
E para terminar: os meus agradecimentos.
''Lamentavelmente, o nosso ensino tem subalternizado o papel importantíssimo da memória na aprendizagem do aluno, como ocorria na recitação de poesias, na aquisição e perservação de conhecimentos de história, de geografia, da tabuada, etc. Esta última actividade tem sido substituída por maquinetas de calcular operadas pelo dedo indicador.''
É importante distinguir entre a importância duvidosa que se dava antigamente a decorar todas as datas e todos os rios e cidades do nosso Portugal, a decorar poesia pelo exercício do raciocínio. Sim, ao usar a calculadora favorece-se em alguns casos a preguiça mental, mas felizmente acho que se tem evoluído. Querer voltar ao tempo em que o pensamento crítico é substituído por decorar matéria parece-me perigoso.
Excelente texto uma vez mais!
Este blog está cada vez mais rico e é bom verificar que há cada vez mais pessoas a colocar em questão o status quo!
Tal como disse o José Batista de Ascenção, contine a escrever desta forma.
O cérebro tem que se exercitar e se não é feito na idade certa nunca mais se consegue recuperar o tempo perdido e as conexões sinápticas entretanto não criadas.
A neuro-ciência já chegou esta conclusão há algum tempo, no entanto os pós-modernos continuam a misturar tudo para que tudo fique na mesma.
Os defensores da fé das "ciências" da educação costumam apelidar quem com eles não concorda de salazarentos bolorentos, mas quem está completa e absolutamente ultrapassado no tempo e quem demonstra autoritarismo intelectual são eles. Isto é cada vez mais claro.
Nem vou enumerar os grosseiros erros científicos que sustentam o post em questão!!
Não se preocupe senhor Rui Baptista; a memória declarativa das criancinhas (o seu hipocampo e areas corticais associadas) está constantemente a ser 'exercitada' na sua natural relação com o meio ambiente. Não é necessário forçá-los a decorar as linhas férreas nacionais (como o meu pai teve de o fazer em Cabo-Verde nos anos quarenta sem nunca ter visto um combóio!!!!) para que elas (as criancinhas) memorizem centenas de factos, por muito estúpidos e irrelevantes que possam parecer (mais estúpidos ou irrelevantes que as linhas férreas nacionais para as crianças de cabo-Verde nos anos quarenta?).
Eu sempre tive dificuldade em decorar a tabuada mas interiorizava (em etrmos mnésicos) com paixão e sem dificuldaes qualquer informação, data, nome, etc. relativo à história do futebol português e do Benfica em particular.
Independentemente do conteúdo específico da informação memorizada, o que importa é que a plasticidade ao nível das sinapses no hipocampo se verifique. Sejam os nomes dos reis de Portugal, das personagens do Dragon Ball, de poetas renascentistas, de grupos de Grind-Core ou de compositores barrocos o efeito cognitivo/mnésico/neuronal(é disso que o post trata, se bem o compreendi) é o mesmo.
Como diziam os Pink Floyd: "Leave the kids alone!!!!''
Anónimo (11 Fev.; 15:18):
Começo por lhe agradecer o interesse dispensado à leitura do meu post e, por acréscimo, a oportunidade que me deu em esclarecer o meu desacordo para consigo.
Enuncio alguns aspectos:
O primeiro , pretender estabelecer uma igualdade de exigência entre um simples post e uma tese académica; o segundo, argumentar com a política do Estado Novo em obrigar os cidadãos de Cabo Verde a decorarem, como escreve, “as linhas férreas nacionais (como o meu pai teve de fazer em Cabo-Verde nos anos quarenta sem nunca ter visto um comboio!!!)”; o terceiro, pôr ao mesmo nível a vantagem gognitiva entre os conhecimentos como a tabuada, por exemplo, e o seu amor ao Benfica que ocupou lugar de destaque na memória da sua juventude, secundarizando a memorização da tabuada.
Neste caso entra em jogo a motivação. A criança decora com mais facilidade o que lhe agrada do que aquilo que não lhe dá prazer. O mesmo sucede com a alimentação: se puser à disposição da criança uma mousse de chocolate e uma dose de um alimento proteico, por exemplo, ela come a mousse e põe de parte esse alimento. Por esse facto, deverá ser alimentada exclusivamente a chocolate?
Mas detenhamo-nos no meu post.
Na verdade, o conhecimento sobre o papel da memória não é tão sólido que não leve Jean-Pierre Gasc, Professor Emérito no Museu Nacional Francês de História Natural, a escrever: “Existem outras actividades cerebrais de função biológica bastante evidentes, cujos mecanismos se começam a compreender, ou pelo menos, para as quais podem ser propostas provisoriamente hipóteses explicativas, Trata-se da aprendizagem e do seu complemento, a memória” (“A Aventura Prodigiosa do Nosso Corpo”, Universo da Ciência, edições 70, Lisboa, pp. 165-166).
Fala no seu comentário do papel do hipocampo na memória. Na verdade trata-se de uma região do cérebro particularmente relacionada com a acumulação de recordações em que a sua deterioração grave faz com que o indivíduo fique com as recordações mais antigas intactas, sendo incapaz de recordar acontecimentos recentes.
Como terá, por certo, deduzido, situei o meu post no córtex cerebral por ser aí que se formam alguns engramas que defini de forma literária. Igualmente, mas sem qualquer pretensão em estabelecer qualquer paralelismo comigo, se verificar o festejado neurocirurgião e cultor das belas-letras, João Lobo Antunes, não alardeia os seus profundos conhecimentos de anatomofisiologia das funções cerebrais para escrever com a elegância da sua prosa metafórica, que”a recuperação de José Cardoso Pires (…) se ficou a dever ao facto de ‘a área que temporariamente ‘deixou à sede e à fome, e pela qual falava, lia e escrevia, tudo funções em que é exímio’, era mais musculada que a do comum dos mortais”.
Essa minha focagem na região cortical do cérebro teve como leitmotiv “o facto do córtex cerebral poder ser considerado, se não a sede da consciência e o depósito da memória, pelo menos um componente anatómico muito necessário, adaptado de forma ideal a esta função devido à sua estrutura” (E. Starling; C.L. Evans).
Finalmente, recordo aqui, uma vez mais, a opinião, sobre o ainda incompleto conhecimento sobre o funcionamento da mente humana, de David Krecht, da Universidade da Califórnia, quando, perante a pergunta que lhe é feita sobre as pesquisas no campo da neurofisiologia do sistema nervoso responde com humildade científica: “A neurofisiologia encontra-se num sótão escuro procurando um gato escuro, sem ter a certeza que ele ali está. Seu único indício são leves ruídos que parecem miados”.
Embora correndo o risco do seu evidente desagrado, em derradeira metáfora, entre a maior utilidade cultural em decorar um poema pessoano ou o nome dos jogadores das equipas de futebol da Primeira Liga de Futebol eu não hesito. Mas gostos não se discutem…
P.S.: Quem quiser aprofundar o estudo sobre a memória poderá fazê-lo através da obra “Princípios da Fisiologia Humana” , II volume, E.Starling; C.L.Evans, Fundação Calouste Gulbenkian, pp. 1360, 1667, 1668.
Na antepenúltima linha do 2.º § do meu comentário anterior, onde escrevi "gognitiva", deverá ler-se "cognitiva", obviamente.
Esta rectificação entendo-a como necessária não vá eu passar por preferir saber de cor o nome dos jogadores de futebol à correcção ortográfica: "Vade retro, Satanas"!
Caro Professor Rui Baptista (premita-me que o trate deste modo informal), devolvo-lhe, com toda a sinceridade os agradecimentos que teve a fineza de me endereçar (na verdade, devolvo-lhes com juros, uma vez que se trata do próprio autor do post a responder a um comentário).
Retorno ao meu ponto central: numa coisa estamos de acordo o exercício da memória é fundamental (circunscrevendo-me à memória declarativa pois todos os exemplos que fornece e discute são desse tipo de consolidação mnésica).
O meu problema reside num certo tipo de argumento que parece estar subjacente a muitas opiniões extremamente assertivas a respeito da forma e do conteúdo das práticas educativas. O argumento parece assumir a seguinte forma: O treino da memória/memorização é essencial para o bom funcionamento da mesma (é um ganho em termos cognitivos), 'ergo': as práticas educativas devem insistir (ou voltar a insistir) na memorização dos conteúdos escolares.
A falácia neste argumento é a confusão entre uma prática ou capacidade cognitiva (a memorização) com os conteúdos, ou informação, que se utiliza nessa prática (os conteúdos da memorização). A minha alusão à ridícula imposição ancestral de decorar as linhas férreas não foi completamente inocente. Nesta época de uma certa nostalgia por práticas educativas 'do antigamente' nutrida por uma certa intelectualidade (e não só! A 'populaça' concorda a cem por cento) já ouvi o Professor Alexandre Castro Caldas defender publicamente a utilidade de se voltar a introduzir nos programas escolares a linha ferroviária nacional para praticar a memória dos petizes!!
É aqui que incorre a confusão entre forma e conteúdo e que motivou (sem ironias) a minha alusão à experiência pessoal da memorização de factos futebolísticos
O meu ponto é o seguinte: não se preocupem em alimentar as crianças com um funil como se faz aos gansos para o 'foi gras'; elas exercitam a memória com toda a naturalidade e constantemente (nomes dos amigos, jogadores de futebol, actores, histórias, anedotas, canções, etc.). Se o FIM em questão é a memorização enquanto treino de uma capacidade cognitiva, o conteúdo (ou meio para atingir tal fim) é, de facto, irrelevante. Achar que a memória é exercitada de melhor modo se for 'à força' e, de preferência com conteúdos que sejam desagradáveis para as crianças, é incorrer num erro científico crasso e grosseiro.
É claro que a 'linha editorial' do De Rerum Natura deplora tal ponto de vista, pois, como referi há pouco, parece estar comprometido com a noção (muito em voga, diga-se) de que aprender é sinónimo de 'sacrificio' e 'aborrecimento'.
Iustro o facto de que esta concepção nostálgica da educação estar cada vez mais enraízada e grassar por todas as boas consciências deste país, aludindo a um episódio particular. Como sabe, há um programa 'cultural' apresentado por Paula Moura Pinheiro no canal dois. Num desses programas era convidado o (também por si citado e insuspeito nestas questões) Professor António Lobo Antunes. A certa altura, quando este elaborava acerca da sua experiência enquanto docente (a nível superior) a apresentadora interpõe, muito ao 'seu jeito' de querer agradar: "Hoje em dia até parece que a escola tem de ser algo de interessante para os alunos". Para finalizar,eu só digo que partilho a incredulidade que transparecia na face do professor quando este ripostou (ainda pouco certo daquilo que tinha acabado de ouvir): "Mas é claro que a escola tem de ser interessante para os alunos!!"
Caro anónimo (12 Fev.; 18:10):
Começo por registar com agrado a maneira correcta como correspondeu ao meu comentário que o desejei de idêntico civismo.
É fácil chegar a um consenso quando os comentários separam as opiniões da simpatia ou antipatia que lhes despertam as pessoas que as emitem. Os psicólogos sociais definem esta situação como “erro de atribuição”.
Apenas um pequeno reparo. Claro que estou de acordo consigo no importante papel do hedonismo socrático na transmissão de conhecimentos cognitivos ou simples aprendizagens motoras. E aqui entra em campo a afectividade que se gera entre o ensinante e o ensinado.
Mas sem exagerar porque a virtude reside no meio termo. “Et pour cause”, não posso deixar de dar razão, também, a Mao Tzé-Tung quando nos diz que “um caminho demasiado plano não desenvolve os músculos das pernas”.
Nesta dosagem há muito de arte, e não tanto de teoria, na forma como se prepara o aluno para um futuro que se prevê estar longe de ser um mar de rosas.
Cumprimentos cordiais
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